Casagrande quer taxar capital estrangeiro especulativo



O senador Renato Casagrande (PSB-ES) anunciou, nesta quinta-feira (17), ter apresentado projeto de lei estabelecendo a cobrança do Imposto de Renda (IR) nas operações de compra de títulos da dívida interna brasileira pelos investidores estrangeiros. Segundo o parlamentar capixaba, é preciso taxar o capital que entra no país com fins especulativos, em contraste com aquele destinado a elevar a capacidade produtiva.

Renato Casagrande considerou a medida oportuna, ainda mais no momento em que o Banco Central elevou os juros em meio ponto percentual, como forma de ajudar no controle da inflação. O senador disse acreditar que a elevação dos juros provocará um aumento na entrada de capital estrangeiro no país. A intenção dos investidores seria aproveitar a diferença que existe entre a taxa brasileira, agora de 11,75%, e a praticada no exterior - a dos Estados Unidos situa-se atualmente em 3,5% ao ano.

De acordo com o parlamentar, há uma compreensão a respeito das razões que levaram o BC a elevar os juros, mas ele chamou a atenção para a brutal transferência de renda da sociedade para o sistema financeiro. Segundo comentou, essa transferência é mais perversa no caso das pessoas físicas, que sofrem com a cobrança de juros elevados e tarifas bancárias.

- As grandes empresas conseguem negociar juros e tarifas menores, mas o cidadão, não - observou, elogiando a decisão do Banco Central de uniformizar os serviços cobrados pelas instituições financeiras.

- Eles estão exagerando. Essa desculpa de que as operações no Brasil têm risco [alto] não pode ser mais usada - acrescentou, assinalando o aumento de 73% no lucro líquido do Bradesco, entre janeiro e setembro de 2007.



17/04/2008

Agência Senado


Artigos Relacionados


Eduardo Suplicy quer controle do capital especulativo

AMIN QUER DEFESA CONTRA CAPITAL ESPECULATIVO

SATURNINO QUER QUE BRASIL APÓIE TAXA SOBRE CAPITAL ESPECULATIVO

Roberto Requião critica capital especulativo

Suassuna quer capital estrangeiro como investidor, correndo riscos.

Paulo Octávio quer mais participação de capital estrangeiro em empresas aéreas