Roberto Requião critica capital especulativo
Em discurso nesta segunda-feira (18) no Plenário, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) destacou encontro do G-20 para criticar o capital especulativo na economia mundial. A reunião do G20 - grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Européia - ocorreu em Washington (EUA), no último fim de semana, e teve o objetivo de discutir medidas que diminuiriam os riscos da economia global.
- Como era de se prever, avançou muito pouco no pretendido esforço de se adotar um novo sistema de vigilância contra o fluxo de capitais, que é um eufemismo para especulação financeira - disse o senador.
Apesar de criticar a reunião, Requião elogiou a participação do ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega. Segundo o senador, Mantega está impaciente com a "pouca eficiência das iniciativas tomadas por governos e organismos globais", desde a explosão da crise em 2008.
- Em Washington, Mantega voltou a criticar a falta de limites para o fluxo especulativo - afirmou Requião.
O senador disse que a especulação financeira na economia mundial permite que "trilhões de dólares fiquem voando pelas bolsas do mundo à busca de lucros fáceis e fartos". Segundo Requião, o especulador não se preocupa com a volta da inflação ou com a perda de empregos.
- O capital especulativo não tem pátria nem compromisso com os homens e seus sonhos. É tão nocivo para a humanidade quanto as pestes e as doenças - declarou.
O senador citou palestra do economista inglês Magnus Ryner, em um seminário realizado no Paraná, para defender um possível caminho para o enfrentamento do capital especulativo e da crise mundial.
- Seria o caminho da social democracia com a proteção ao trabalho, à criação de empregos, à preservação dos direitos dos assalariados e aposentados - disse Requião.
Para o senador, é preciso também dar atenção à prevalência da produção sobre a especulação e aos investimentos em infraestrutura, em educação e em moradia.Requião ainda afirmou que as iniciativas de Guido Mantega no comando da economia brasileira têm sido "duramente contestadas pelos donos do capital vadio", mas espera que o Brasil saiba enfrentar a crise e a especulação.
- O enfrentamento deve ser feito com a valorização do trabalho, a valorização dos salários, a incorporação de novas tecnologias e um 'não' redondo e firme aos interesses do capital financeiro - finalizou.
18/04/2011
Agência Senado
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