Casagrande vê "clima pró-absolvição" de Renan; Agripino pede responsabilidade



O senador Renato Casagrande (PSB-ES) disse nesta quarta-feira (28) que "o clima atual é favorável à absolvição" do presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). De acordo com o parlamentar, "a temperatura da crise baixou e a imprensa não está mais dando tanta atenção ao caso".

- Agora estamos em meio a muitas votações que se espera que encerrem o ano de maneira positiva. Ninguém mais quer que um tremor abale o Senado. Além disso, Renan recuou e se licenciou da Presidência - analisou Casagrande, um dos relatores a pedir a cassação do presidente licenciado na primeira representação, arquivada pelo Plenário da Casa em 12 de setembro.

O líder do DEM, José Agripino (RN), entretanto, desaconselhou as previsões sobre o julgamento de Renan num momento em que o Senado trava um embate em torno da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

- Não vejo clima nenhum. Meu voto pessoal é pela cassação. Na terça-feira, esse assunto terá de ser tratado com muita responsabilidade - cobrou.

Em entrevista coletiva em que reafirmou seu desejo de suceder Renan, o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) disse que está "tendendo a votar contra a cassação" do presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). De acordo com o parlamentar peemedebista, "a crise que ameaçava colocar a Casa de cabeça pra baixo" já passou. Além disso, salientou o senador potiguar, o relator da terceira representação, senador Jefferson Péres (PDT),"reconheceu que não há provas muito evidentes".

Garibaldi disse acreditar que Renan irá renunciar até a terça-feira (4), provável data do julgamento do processo no Plenário do Senado, mas ponderou no sentido de que a disputa em torno da CPMF poderá "mexer" com os prazos da renúncia. O senador disse que não está vinculando seu voto no julgamento à sua posição no eventual processo sucessório de Renan, mas observou: "Preciso pensar na candidatura".

- No auge da crise [setembro e outubro], eu estava pensando muito mais em como aquilo prejudicava o Senado e menos no Renan, que era alguém que eu conhecia, era alguém da minha bancada - relembrou Garibaldi.

Casagrande, por sua vez, separou a questão da CPMF do julgamento de Renan, e procurou deixar claro que não vê a possível absolvição do presidente licenciado como um fato que pode ajudar a prorrogação da CPMF.

- Não há nenhum "acordão" - frisou Casagrande, referindo-se às especulações em torno de suposta manobra, por meio da qual o PMDB trocaria seu apoio à prorrogação do imposto pelo apoio do governo e do PT a Renan. Para Casagrande, Renan só renunciará ao final da licença, em 29 de dezembro.

O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), acredita que o "clima" hoje favorece Renan. Por isso, procurou atrasar seu parecer ao projeto de cassação enviado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), de modo a fazer coincidir o julgamento de Renan com o exame da CPMF e impedir que o governo pudesse usar uma votação para ajudar a outra.

Já Renan foi breve em suas respostas sobre o assunto. Disse apenas que não pensa em renunciar, e que sempre esteve tranqüilo.



28/11/2007

Agência Senado


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