CASILDO MALDANER CRITICA LIBERALISMO COMERCIAL
Convencido de que a liberação comercial está enterrando a indústria brasileira, o senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) pediu nesta quinta-feira (dia 8) aos formuladores da política econômica "mais senso prático e menos zelo ideológico liberal, mais combatividade e agressividade". Para ele, a equipe econômica é excessivamente apegada à pregação liberal das potências capitalistas.- No momento em que caminhamos para a realidade cambial, faz-se necessário reconsiderar nossa política comercial e repensar particularmente essa abertura desbragada, que só trouxe prejuízos aos empresários e desemprego aos trabalhadores. Os produtores brasileiros não podem, neste momento, perder a oportunidade de recuperar algumas posições nos mercados interno e externo - pregou ele.Casildo Maldaner reconheceu que, antes da abertura econômica, algumas indústrias brasileiras funcionavam num grau muito elevado de ineficiência, e que era necessário expor esses setores à competição. "O problema é que essa posologia sinistra do remédio liberal não termina por matar somente as empresas atrasadas, identificadas como incapazes de se adaptar à competição com os produtos importados", disse.Conforme o senador, empresas-modelo, como a Metal Leve, outrora grande exportadora, cujas peças de alumínio equipavam os motores de automóveis fabricados na Alemanha, Japão e Estados Unidos, foram deslocadas no mercado pela invasão de importados subsidiados em seus países de origem. Em conseqüência disso, afirmou o parlamentar, mais trabalhadores ficam desempregados. No entender de Casildo Maldaner, grande parte dos empregos perdidos no Brasil se deve "ao escancaramento de nosso mercado às importações". Enquanto isso, lembrou ele, as grandes potências comerciais seguem mantendo barreiras alfandegárias contra produtos brasileiros, como é exemplo o suco de laranja exportado para os Estados Unidos, onde enfrenta o protecionismo que favorece os produtores da Flórida e da Califórnia. "Pode-se chamar isso de política comercial?", questionou o senador.
08/04/1999
Agência Senado
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