Casildo Maldaner diz que reforma política foi 'bode na sala' do Congresso
O senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) usou em Plenário nesta quarta-feira (17) a metáfora do “bode na sala” para descrever como a discussão sobre reforma política por plebiscito ou por referendo desviou a atenção da opinião pública das reformas relevantes de que o Brasil de fato precisa. O senador disse que foi gasto tempo na discussão de uma proposta de reforma política, coisa que o Senado já havia aprovado em 2011, deixando-se de lado as reformas tributária e administrativa, por exemplo.
Maldaner disse que considera a reforma política "de fundamental importância", mas observou que a reforma tributária "recebeu o apoio incontestável das manifestações".
- Ademais, é reconhecida pelo conjunto da sociedade como vital para a consolidação do crescimento do país - argumentou.
Maldader também lamentou que nenhum gesto tenha sido feito pelo governo federal no sentido de promover uma reforma administrativa baseada na boa gestão e na redução de seus custos. Para o senador, o governo federal é uma “paquidérmica máquina administrativa”, com quase um milhão de servidores e 39 ministérios, custando aos cofres públicos mais de R$ 192 bilhões anuais.
Esse montante seria muito superior ao destinado a investimentos. Em 2012, lembrou, a dotação para investimentos foi de R$ 114 bilhões, dos quais apenas 40% foram executados (pouco mais de R$ 45 bilhões), Mas para administrar a máquina pública, comparou, foram gastos R$ 192 bilhões.
Outros problemas a serem atacados de imediato seriam o pacto federativo, que necessita de novas regras de distribuição de recursos; os índices inflacionários, que seguem em “níveis alarmantes”, sem uma política econômica governamental que os controle; e a retração contínua da indústria brasileira.
Vontade política
Para Maldaner , o Senado Federal, com a aprovação da pauta prioritária, deu “provas inequívocas” de que, quando há vontade política, as reformas avançam. Ele apontou a aprovação de projetos importantes como a destinação de recursos para a educação, a inclusão da corrupção no rol de crimes hediondos, o fim do voto secreto no Parlameno - duas propostas sobre o assunto tramitam no Congresso - e a alteração das regras para a suplência de senador.
Essa mesma vontade política deveria ser usada, ponderou Maldaner, para debater a revolução do desenvolvimento, com saúde, educação, segurança, mobilidade e crescimento econômico. O senador sugeriu que os parlamentares aproveitem os dez ou 12 dias que terão fora neste mês de julho para refletir e ouvir suas bases. Assim, no início de agosto, quando retornarem ao trabalho, poderão fazer com que mais ações sejam colocadas em prática.
- Temos que encontrar caminhos, dar uma resposta a essas questões que estão aí, procurar corresponder ao anseio das pessoas – declarou, sugerindo à presidente Dilma Rousseff que, neste período, faça um enxugamento dos gastos públicos, reduzindo, por exemplo, o número de ministérios. Só então seria possível dedicar todos os esforços à reforma eleitoral.
17/07/2013
Agência Senado
Artigos Relacionados
Casildo Maldaner defende reforma política com participação da sociedade
Casildo Maldaner defende 'ampla reforma tributária'
Casildo Maldaner reivindica reforma tributária imediata
Casildo Maldaner defende ampla reforma tributária
Eleições mobilizam a classe política e o eleitorado, diz Casildo Maldaner
Casildo Maldaner defende pacto federativo e reforma tributária