Casildo Maldaner propõe descentralização de penitenciárias
Ao comentar o sentimento da sociedade em relação às ações criminosas como as ocorridas em 18 cidades catarinenses, nos últimos oito dias, o senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) citou o livro A Peste, de Albert Camus. O romance descreve o pânico da sociedade em um vilarejo assolado por uma epidemia incurável, que atingia crianças e idosos. Porém, com o passar do tempo, as pessoas deixam de buscar soluções e de se impressionar com a quantidade de mortos.
- Fazendo uma comparação, parece que a violência em nosso país não nos comove mais. Tratamos como meros números: oito dias seguidos, 59 atentados, 18 cidades. São milhares de pessoas afetadas pela violência, são vidas perdidas, são sonhos destruídos. O quer nos faz pensar: o que há de errado? Quais as razões de tanta violência? Onde o sistema prisional está falhando? - disse.
Entre as diversas medidas que o Estado deve tomar, para reduzir a criminalidade no país, Casildo mencionou a descentralização das penitenciárias. Em sua opinião, a opção por grandes construções exige uma logística complicada, gera altos custos e promove o afastamento dos apenados de seus familiares. Além disso, a reunião de tantos presos seria negativa, permitindo a formação de grupos e gangues.
O senador sugeriu que cada comarca tenha uma pequena unidade prisional, proporcional ao número de habitantes, o que possibilitaria a aplicação mais eficiente de políticas educativas reintegradoras.
Reunião com ministro
Casildo lembrou que o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, se reuniria nesta quarta-feira (6) com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para estudar uma maneira de enfrentar a onda de violência que assola o estado.
- É urgente a adoção de políticas governamentais mais eficientes na área social e educacional, proporcionando um verdadeiro diagnóstico dos problemas encontrados e relacionados à criminalidade e à violência - afirma.
Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lembrou que São Paulo e Rio de Janeiro também sofrem com o problema. Ele propôs que a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) convide o ministro da Justiça e os secretários de segurança do Rio de Janeiro e São Paulo para debater ações de combate à criminalidade.
06/02/2013
Agência Senado
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