Catadores do Jardim Gramacho no Rio de Janeiro receberão capacitação



Representantes dos governos federal, do estado do Rio de Janeiro e do município de Duque de Caxias se reuniram na última terça-feira (31) para discutir ações de apoio aos catadores de materiais recicláveis do Aterro Metropolitano Jardim Gramacho. Uma das previsões é capacitá-los para trabalhar na coleta seletiva, tanto em Duque de Caxias como nos municípios próximos.

O fechamento do lixão está previsto para abril, o que vai acabar com a fonte de renda desses trabalhadores. Cerca de 1,2 mil catadores e suas famílias terão apoio para inclusão social e produtiva e receberão um fundo de participação da empresa que explorará o gás metano na região.

“A legislação sobre resíduo sólido aprovada no ano passado exige que todos os lixões irregulares sejam fechados. Gramacho é um deles. Temos mais de 3 mil lixões no País na mesma situação”, disse o diretor da Secretaria Extraordinária de Superação da Extrema Pobreza do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Luiz Müller.

“Há ainda uma economia paralela que fornece comida, bares, farmácia e que também sofrerá alteração na região. Para isso, ofereceremos a capacitação dessas pessoas pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e pelo Mulheres Mil”, assinala o diretor.

Segundo o presidente da Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis do Jardim Gramacho, Sebastião Carlos dos Santos, o Tião, o Brasil tem hoje cerca de 1 milhão de catadores. Apesar do contingente da mão de obra empregada, ressaltou, a sociedade ainda vê esse trabalho como algo periférico. “É um mercado promissor, mas é preciso humanizar a forma de trabalho.”

Para Tião, os catadores esperam a criação de uma política de inclusão produtiva. “Seja na qualificação profissional para o mercado de trabalho formal, seja na cadeia produtiva de reciclagem, por intermédio do desenvolvimento das cooperativas, do aporte de infraestrutura, maquinário e da qualificação da gestão.”

 

Cadastro Único

Para participarem das ações sociais, os catadores devem estar inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. “Precisamos identificar quem tem perfil para receber o Bolsa Família. Pela renda, neste momento, uma parcela pode receber e outra não. Mas, assim que perderem a renda, todos serão passíveis”, disse Müller.

Há uma força-tarefa destinada a cadastrar e atualizar informações, consolidando a base de dados dos catadores, para que todos estejam inscritos até o fim de fevereiro. Também estão envolvidas nas ações a empresa Nova Gramacho e a organização não governamental Centro de Estudos Socioambientais.

 

Fonte:
Brasil Sem Miséria

 

01/02/2012 16:19


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