CCDH prepara discussão nacional de prevenção à violência criança e adolescente



Sensibilizar a sociedade para identificar e prevenir o abuso e mau trato na infância e adolescência, e mobilizá-la através de um grande esforço conjunto para mudar esta realidade. Esta foi a principal conclusão da audiência pública realizada hoje (16) pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) da Assembléia Legislativa, que tratou de saúde mental e prevenção ao abuso sexual e mau trato a crianças e adolescentes, antecipando-se ao 18 de maio - Dia Nacional da Luta Antimanicomial e da Luta contra o Abuso Sexual a Crianças e Adolescentes. A proposta se concretizará na realização do Congresso Brasileiro contra o Abuso e Mau Trato a Crianças e Adolescentes, em Porto Alegre, no próximo ano. Será promovido pela CCDH, sob o patrocínio da Sociedade Internacional de Prevenção ao Abuso e Mau Trato na Infância, cujo presidente - o pediatra Franklin Farinatti - participou ativamente da audiência de hoje na Assembléia Legislativa. Um grande índice de sofrimento psíquico experimentado por crianças, pré-adolescentes e adolescentes deriva-se de abusos sexuais ou outros tipos de violência praticados precocemente, alertou o médico. "Muitos casos vêm sendo simulados ao invés de ser combatidos, até mesmo por médicos", revelou Farinatti. O pediatra elogiou as políticas públicas de saúde que vêm sendo implementadas pelo Estado e por alguns municípios gaúchos, mas defendeu uma mudança radical no modelo de atenção à criança e ao adolescente, começando pela criação de comitês de prevenção ao abuso e mau trato em escolas, hospitais, postos de saúde e outros estabelecimentos. "Precisamos aprofundar nossas práticas em defesa da vida e da construção de uma sociedade saudável", disse o presidente da CCDH, deputado Pe. Roque Grazziotin, ao convocar os presentes a unir esforços e conhecimentos para solucionar o problema. Participaram da audiência pública os deputados Francisco Appio, Maria do Rosário e Luciana Genro; os especialistas em saúde mental Rogério Aguiar, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre; Carmem Reverbel e Nalu Both, da Política de Saúde Mental da Secretaria de Saúde do Estado; Maria Eliete Almeida, do Ambulatório Municipal Pró-Jovem; Sílvia Edith Marques, da Comissão de Saúde Mental do Conselho Estadual de Saúde; Jorge Cury, da Coordenação Regional de Saúde do Estado e do Conselho Municipal de Saúde de Porto Alegre; e a defensora Pública Tânia Cauduro.

05/16/2001


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