CCJ faz acordo para votação de propostas sobre fundos de participação



A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) deve votar, separadamente, duas propostas de emenda à Constituição (PECs 31 e 33, de 2011) que alteram a forma de compensação financeira da União a estados e municípios. O acerto foi negociado, nesta quarta-feira (14), entre o presidente da CCJ, senador Vital do Rego (PMDB-PB), e os senadores por Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) e Clésio Andrade (PMDB), autores, respectivamente, das PECs 31 e 33/2011.

Até julho passado, as duas propostas tramitavam em conjunto com outras nove correlatas (PECs 65, de 2005; 17, de 2007; 9, 12, 20, 23 e 35, de 2009; 125, de 2011; e 2, de 2012). No entanto, requerimento de Clésio aprovado pelo Plenário do Senado autorizou o desmembramento da PEC 33/2011 das demais. Por sua vez, a PEC 31/2011 continuou na tramitação conjunta e teve sua aprovação recomendada - com a consequente rejeição das outras nove propostas - pelo relator, senador Aloysio Nunes (PSDB-SP).

Na reunião de quarta-feira (14), Aécio pediu a votação extraordinária da PEC 31/2011 após constatar que a PEC 33/2011 constava da pauta deliberativa da comissão. Na ocasião, o parlamentar tucano pediu preferência para a votação de sua proposta, argumentando ser anterior e tratar a questão de forma mais abrangente que a iniciativa de Clésio.

Vital chegou sugerir a compatibilização dos pareceres das duas matérias - a PEC 33/2011 conta com voto favorável do senador Gim Argello (PTB-DF) -, já que seriam "muito semelhantes". A intenção seria ter uma decisão final unificada da comissão sobre ambas, por tratarem de mudanças nos repasses de recursos federais para o Fundo de Participação dos Estados (FPE) e Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Entretanto, Clésio acabou convencendo Vital a votá-las separadamente, pelo fato de terem conquistado tramitação autônoma.

Transferência de ônus

A PEC 31/2011 estabelece a obrigatoriedade de a União ressarcir estados e municípios por perdas orçamentárias decorrentes da concessão de subsídios ou isenção de impostos que contribuam para as receitas do FPE e FPM. Esta compensação financeira alcançaria ainda a concessão de crédito presumido, anistia, remissão, favores fiscais ou qualquer outro benefício de natureza tributária, relativo a impostos ou contribuições compartilhados entre os entes federativos.

Apesar de admitir a adoção de isenções e subsídios destinada a impulsionar a atividade econômica, Aloysio considerou injustificável a União transferir a estados e municípios parte do ônus gerado pela medida.

"Compete tão somente ao ente tomador da decisão arcar com as eventuais consequências deletérias sobre a arrecadação tributária", afirmou o relator da PEC 31/2011.

Quanto à PEC 33/2011, aumenta em 3,5 pontos percentuais a participação do FPM sobre o produto da arrecadação da União partilhada com os demais entes federativos. Gim concordou com a proposta de revisão dos repasses ao fundo por considerar injustificável que os municípios, responsáveis pelo atendimento de serviços públicos básicos e imediatos à população, tenham tão poucos recursos.

“Acreditamos que o aumento proposto de 3,5 pontos percentuais no Fundo de Participação dos Municípios deve representar alívio para a situação fiscal dos municípios, além de melhorar a repartição tributária entre os entes federativos”, afirma o relator da PEC 33/2011.

Se forem aprovadas pela CCJ, ambas terão de passar por dois turnos de votação no Plenário do Senado antes de seguir para a Câmara dos Deputados.



15/08/2013

Agência Senado


Artigos Relacionados


Ana Amélia quer explicações sobre participação de fundos de pensão no grupo de Eike Batista

TEBET ACREDITA EM ACORDO COM O GOVERNO SOBRE FUNDOS CONSTITUCIONAIS

CAE busca acordo sobre regra para participação de trabalhador em lucro de empresa

Acordo sobre MPs abrirá caminho para votação de projeto sobre 'royalties', prevê Wellington Dias

Fundos de pensão defendem limite para sua participação nas PPPs

Acordo sobre MP permite votação da LDO para 2003