Celso Amorim depõe na CRE e diz que governo Lula prioriza o Mercosul
Uma das prioridades do governo na área externa é o fortalecimento do Mercosul, disse o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em depoimento nesta quinta-feira (7) à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). Ele afirmou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem estimulando a aproximação comercial e política do Brasil não somente com os três outros integrantes do bloco (Argentina, Uruguai e Paraguai), mas também com todos os demais países sul-americanos.
- A proposta do presidente Lula de promover uma integração saudável entre os países já está obtendo eco - disse Celso Amorim, ao afirmar que é de fundamental importância essa união, a fim de que os governos da região possam melhorar as suas negociações comerciais e industrias no plano internacional, para atrair investimento e produção. Somente dessa maneira, salientou o ministro, a América do Sul poderá crescer, prosperar e melhorar as condições de vida de toda a população.
Com relação à União Européia, Celso Amorim deixou claro ser intenção do Brasil obter uma forte presença naquele mercado, principalmente com produtos agrícolas. Ele reconheceu, entretanto, as dificuldades enfrentadas para se colocar a produção no mercado europeu, devido à existência de mecanismos de proteção, como cotas tarifárias, além dos subsídios internos. A respeito da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), o ministro manifestou confiança de que o Brasil negocie com soberania os acordos. E lembrou que a Alca não é apenas uma questão comercial, mas também política.
Sobre o episódio da missão secreta francesa em território brasileiro, composta de 11 diplomatas e militares, destinada a negociar com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) a libertação da ex-senadora Ingrid Betancourt, seqüestrada pelo grupo em fevereiro de 2002, Celso Amorim considerou o episódio -encerrado-, já que o governo francês, informou, pediu desculpas ao governo brasileiro, mesmo reconhecendo tratar-se de uma missão -médica e humanitária-.
- Foi um episódio desagradável que causou constrangimentos a todos porque o governo brasileiro não foi consultado - reconheceu Celso Amorim, ao informar que tão logo soube da presença da aeronave francesa em solo brasileiro, solicitou de imediato que o avião decolasse, sendo imediatamente aceito pelas autoridades da França.
O senador Mozarildo Cavalcanti (PPS-RR) estranhou que o avião tenha permanecido por vários dias em Manaus sem autorização das autoridades brasileiras. Para o senador, a missão não era médica e nem humanitária, e sim política, -numa verdadeira ação clandestina-. Ele cobrou do ministro a apuração completa do episódio, -já que feriu a soberania nacional-.
07/08/2003
Agência Senado
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