Centro de Referência vai difundir gestão sustentável dos portos



O Centro Internacional de Referência em Portos e Sustentabilidade (CIRPS) foi lançado nesta quinta-feira (5), no Itamaraty, durante o Seminário Portos e Sustentabilidade. O objetivo do CIRPS é gerar, organizar e disseminar informação técnica a partir de uma rede formada por 17 instituições de ensino e pesquisa.

O projeto - o primeiro no País com a temática de sustentabilidade nos portos e suas correlações com a sociedade e o meio ambiente – vai contar com a contribuição de 300 pesquisadores distribuídos em 14 estados brasileiros, entre professores, doutores, mestres, graduados e técnicos.

A ideia é de que a rede seja ampliada com o ingresso de novas instituições de ensino e pesquisa, empresas do setor, órgãos do governo e parceiros internacionais.

Uma das prioridades do centro será a área de logística portuária sustentável, voltada para o desenvolvimento de modelos para otimização de processos, propondo melhorias na utilização dos espaços operacionais dos portos e melhor uso dos corredores de exportação e demais de canais de escoamento de produção.

Durante o lançamento do CIRPS, o secretário de Políticas Portuária da Secretaria de Portos (SEP/PR), Rogério Menescal, representando o ministro Antonio Henrique Silveira, entregou para representantes do Ministério do Meio Ambiente o Banco de Dados Georreferenciado de Qualidade dos Sedimentos de Dragagem de 18 portos brasileiros: Sistema de Monitoramento Ambiental Portuário (MoniPort).

Menescal esclareceu que a SEP possui iniciativas relativas à questões ambientais no âmbito do novo marco regulatório que serão ampliadas a partir do aumento da demanda.  “A tendência é de que essas ações cresçam em função da quantidade de portos e de infraestruturas que estão sendo criadas no País.”

O secretário avaliou que não há como pensar o desenvolvimento e a modernização da infraestrutura brasileira sem manter o foco constante na sustentabilidade a partir de novos investimentos em parceria com o setor privado.

Informou que o trabalho conjunto realizado com o Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (IVIG/COPPE/UFRJ), por exemplo, resultou em vários serviços importantes para o setor, entre os quais o Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Efluentes nos Portos Marítimos Brasileiros.

O programa, coordenado pelo IVIG, abrange 22 portos que, em 2012, geraram 1,6 mil toneladas de lixo reciclável que podem se transformar em possibilidade de negócio. De acordo com o instituto, valor de mercado no primeiro trimestre para apenas três tipos de materiais equivalentes a 35 mil toneladas de metal, papel limpo e plástico chegou a R$ 35 milhões.

Para viabilizar esse potencial econômico é preciso que os portos implementem programas contínuos de coleta seletiva. Por isso, a pedido da SEP/PR, o IVIG/COOPE/UFRJ, elaborou o Guia de Boas Práticas Portuárias, também lançado durante o evento no Itamaraty, que englobou, ainda, a reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas.

A publicação propõe um modelo de gestão integrado dos resíduos, efluentes líquidos e medidas de manejo e controle da fauna sinatrópica (ratos, pombos, insetos e outros animais), com indicações de boas práticas de gestão ambiental que garantam uma melhoria da eficiência das atividades portuárias.

"O País era carente de estudos portuários mais aprofundados, principalmente no que se referente ao meio ambiente. A comunidade acadêmica sabe da importância disso para provocar uma mudança de paradigma na condução de políticas públicas”.

O MoniPort, exemplificou, fornecerá aos órgãos ambientais licenciadores um conhecimento mais profundo e antecipado do background da região a ser analisada.

Fonte:

Portos do Brasil

 

 

 



05/12/2013 18:30


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