Centro-Sul quer diversificar matriz produtiva e atrair novas empresas
Segundo Leite, a principal atividade da região Centro-Sul está baseada na agricultura, principalmente com a plantação de fumo. Nesse sentido, ele considera necessário o estudo de uma nova matriz produtiva para a região, possivelmente com a implantação de um pólo de ciência e tecnologia. No setor turístico, o presidente do Corede lamenta que os recursos governamentais para o Rio Grande do Sul estejam voltados para o Litoral Norte e para a Serra. “Nós temos aqui diversos municípios que margeiam o maior lago de água doce do mundo mas não temos um plano estadual nem nacional de turismo para a região”, analisa. Ele acredita que a atividade turística poderia gerar mais empregos para a população.
Também sobre a geração de emprego e renda, ele considera necessária a atração de empresas para o Centro-Sul, mudando o atual eixo que beneficiar Pelotas-Rio Grande. Destaca também que a região é uma das maiores produtoras e depositárias de carvão natural do sul do país, mas faltam projetos de desenvolvimento para esse setor. Ele cita o caso da Jacuí I, que deveria retomar a sua atividade, paralisada há dez anos, gerando, desta forma, cerca de dois mil empregos diretos e dez mil indiretos.
Na avaliação do deputado João Osório (PMDB), que fez a abertura do evento em nome da Mesa Diretora da Assembléia, uma das principais necessidades da região Centro-Sul é a instalação de uma planta industrial. E para isso, seria preciso oferecer incentivos fiscais para atrair investidores, alavancando o desenvolvimento econômico e social e resolvendo os problemas das desigualdades regionais.
O deputado destacou a presença de entidades representativas na reunião para a realização de um diagnóstico da região da Costa Doce. Comentou que, embora os problemas existam e devem ser apurados, deve-se lembrar que a região tem localização privilegiada, entre a capital e o porto de Rio Grande, o que pode facilitar para encontrar soluções.
No âmbito do desenvolvimento regional, a deputada Jussara Cony (PCdoB) destacou o projeto de agroindústria em plantas medicinais como diversificação de cultura adaptada à pequena propriedade e à agricultura familiar. Segundo ela, essa cadeia produtiva, desde o plantio até a fabricação de medicamentos pode ser geradora de empregos, de renda, de qualidade de vida, de preservação ambiental, de soberania e de dinamização da economia. Ela destacou a rica biodiversidade do Brasil e do Rio Grande do Sul, salientando que na região sul do Estado há um pólo que se adapta para o desenvolvimento econômico regional baseado nessa cultura.
Representando o governo, o Secretário de Estado do Gabinete da Metade Sul Luiz Henrique Schuch, apresentou alguns programas do governo. O diretor de Estudos Regionais e Urbanos do Ipea, Gustavo Maia Gomes, falou sobre as condicionantes nacionais e internacionais do desenvolvimento regional. Também participaram da audiência o deputado João Luiz Vargas (PDT), relator da Subcomissão das Desigualdades Regionais; e os deputados Onyx Lorenzoni (PFL), Otomar Vivian (PPB) e Paulo Odone(PPS).
11/23/2001
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