Cerca de 8 mil famílias foram prejudicadas, afirma advogado de cooperados



O advogado Valter Picanço Júnior, um dos contratados na defesa dos associados da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), afirmou que cerca de 8 mil famílias foram lesadas pelas ações fraudulentas praticadas pela instituição em São Paulo. Ele e dois cooperados foram ouvidos pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), nesta quarta-feira (17). A comissão também aprovou requerimento para realização de uma viagem a São Paulo para conhecer in loco a situação das vítimas.

De acordo com o advogado, dos 51 empreendimentos lançados pela Bancoop (a maioria prédios de apartamentos), apenas 18 foram entregues, mesmo assim sem as escrituras. Picanço Júnior disse ainda que há outros 20 projetos inacabados e 13 nem saíram do papel.

Em 2004, conforme o advogado, a Bancoop chegou a receber R$ 42,5 milhões de fundos de previdência de estatais, como aporte de recursos. Mesmo assim, as obras não avançaram desde então e o dinheiro desapareceu. Para completar, em 2005 todos os cooperados começaram a receber boletos para o pagamento do que foi chamado de "aporte" - parcelas não previstas nos contratos, expedidas inclusive para quem já estava de posse dos imóveis.

- A intenção foi lançar contra os cooperados o custo do roubo. A alegação era de que todos são sócios e responsáveis e que a cobrança era para as obras inacabadas - afirmou Molina, depois esclarecendo que medidas judiciais estão sustando os pagamentos.

Antonio Molina, um dos indicados a falar pelo grupo de cooperados, disse que pode ser considerado "um felizardo", já que pelo menos conseguiu receber o imóvel. Mesmo assim, permanece em campanha com os demais. Apenas dois dos quatro prédios de seu condomínio foram concluídos. Ele disse que João Vaccari Neto, ex-presidente da Bancoop e atual tesoureiro do PT, esteve no local para garantir que as obras seriam retomadas e nada aconteceu.

- Muitas pessoas usaram as economias de toda uma vida para o sonho da casa própria e hoje nem têm onde morar - lamentou Molina.

Eduardo Mazer relatou que, no seu condomínio, situação semelhante ocorreu: apenas duas de quatro torres foram construídas. Mas quem recebeu o imóvel espera pelas escrituras, numa situação difícil de ser resolvida porque o terreno não estava em nome da cooperativa. Além disso, os prédios apresentam problemas gerais de estrutura, na parte elétrica e hidráulica.



17/03/2010

Agência Senado


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