César Borges alerta para escalada de assassinatos na Bahia



Nos três primeiros meses de 2009, foram contabilizados 508 assassinatos só em Salvador e na região metropolitana da capital baiana, segundo levantamento do Centro de Documentação e Estatística Policial (Cedep). Alarmado com o que está sendo chamado de "guerra sangrenta", o senador César Borges (PR-BA) cobrou providências do governo Jacques Wagner (PT) e maior cooperação com o governo federal.

- A segurança pública no estado da Bahia vive uma situação lamentável. Não quero que se dê a conotação de que estou fazendo um pronunciamento político. A minha preocupação é com as vidas humanas que se perdem - afirmou o parlamentar.

De toda forma, chamou atenção para o aumento vertiginoso de assassinatos nos primeiros dois anos do mandato de Jacques Wagner, eleito em 2006, quando foram registrados, em todo o estado, 1.223 homicídios. No ano seguinte, foram assassinadas 1.664 pessoas, número que saltou para 2.303 em 2008. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a Bahia está em quinto lugar, atrás de Alagoas, Espírito Santo, Pernambuco e Rio de Janeiro no ranking dos estados mais violentos, com 32,8 homicídios por cem mil habitantes.

Segundos os levantamentos da Polícia, 98% das pessoas mortas foram vítimas de arma de fogo. As demais causas são ataques com armas brancas e espancamentos.

Conforme o parlamentar, tanto os especialistas quanto a polícia apontam o tráfico de drogas como a principal influência nesse quadro de violência. Os estudiosos mencionam também a facilidade na obtenção de armas de fogo; a falta de empregos; a desigualdade social; e as falhas na atuação do estado.

No que se refere ao perfil da população atingida, o maior número de mortes ocorre nos bairros periféricos e invasões da capital. Segundo pesquisa do Fórum Comunitário de Combate à Violência, a maioria das vítimas dos assassinatos é de jovens pobres, negros, com idade entre 14 e 25 anos.

Apartearam o discurso de César Borges para comentar a gravidade da situação os senadores Antonio Carlos Júnior (DEM-BA), Romeu Tuma (PTB-SP) e Almeida Lima (PMDB-SE).



22/04/2009

Agência Senado


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