César Borges diz que Bahia vive 'desgoverno total'



O senador César Borges (PR-BA) disse, em discurso nesta terça-feira (11), que seu estado vive "o desgoverno total", informando que o PMDB decidiu oficializar sua saída do governo do petista Jaques Wagner, entregando as três secretarias que ocupava.

O parlamentar disse que o PMDB, de dentro do governo, tinha uma visão privilegiada de observação. Lembrou que o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, avisou por várias vezes o governador Jaques Wagner da necessidade de mudança, o que nunca aconteceu.

- A saída do PMDB decretou que este governo está morto; que, se esperança ainda havia, não há mais. É um verdadeiro atestado de óbito - afirmou.

Para respaldar suas observações, o senador afirmou que a Bahia está na iminência de uma greve da Polícia Militar; enfrenta a maior epidemia de dengue da história do estado, com 40% dos casos notificados no Brasil, embora a população do estado represente somente 7% da população brasileira; e viu os assassinatos em Salvador aumentarem 79% em três anos, chegando atualmente a seis por dia. No interior, 140 cidades não têm delegados, que não são nomeados por falta de capacidade de pagamento de salários pelo estado.

De acordo com César Borges, a dívida do estado chega a R$ 700 milhões e o atraso no pagamento de fornecedores, serviços e mão de obra chega a seis meses. Afirmou que os salários dos trabalhadores terceirizados do estado já estão atrasados há cinco meses. Os empresários da construção civil ameaçaram realizar passeata para receber dívidas.

O senador pela Bahia informou que o Instituto Pedro Ribeiro de Administração Judiciária, criado há 25 anos, foi fechado por determinação do Conselho Nacional de Justiça. A razão foi a falta de repasse, pelo governo estadual, de R$ 30 milhões, em dezembro passado. O dinheiro, segundo o senador, foi utilizado para pagar a folha de pagamentos do estado.

César Borges informou ainda que a Bahia, sexta maior economia do país, perdeu R$ 500 milhões em sua arrecadação, o pior desempenho entre os estados do Nordeste. Estima-se que as perdas cheguem a R$ 1 bilhão até o final do ano.

Apoiaram César Borges, em apartes, os senadores Mário Couto (PSDB-PA) e Antonio Carlos Junior (DEM-BA).



11/08/2009

Agência Senado


Artigos Relacionados


César Borges: equipe econômica vive em outro país

César Borges: a Bahia, sim, faz espetáculo do crescimento

César Borges denuncia 'pistolagem' no sul da Bahia

César Borges diz que PR saiu vitorioso das eleições na Bahia

César Borges aponta problemas de infraestrutura na Bahia

César Borges denuncia discriminação contra a Bahia