César Borges: governo está "em um mundo imaginário"



O senador César Borges (PFL-BA) disse nesta quinta-feira (15) que o governo deve sair de seu "mundo imaginário" e apresentar soluções para os graves problemas enfrentados pelo país. De acordo com o parlamentar baiano, em sua estratégia de fuga da realidade, cada vez mais hostil, os integrantes da administração petista fazem "discursos virtuais" que negam o fraco desempenho da economia e o caos gerencial.

Aproveitando uma coleção de manchetes de grandes jornais, o senador apresentou um painel da situação brasileira: consumo das famílias tem queda recorde; PIB (Produto Interno Bruto) de 2003 soma R$ 1,5 trilhão e cai de 12º para 15º do mundo; indústria paulista cresceu apenas 0,2% em fevereiro; carga tributária subiu para 36,11%; investimento sobe em ritmo de conta-gotas; comércio adia compras do 2º trimestre; e confiança do consumidor cai em relação ao fim do ano.

- Para o governo, tudo é sempre uma questão de marketing. Apesar das constantes declarações oficiais de que tudo está bem e de que já começou o espetáculo do crescimento, o quadro do país não é nada bom - disse César Borges.

O senador citou o exemplo da "propaganda enganosa" preparada pelo publicitário Duda Mendonça para divulgar os investimentos estatais na agricultura familiar, ao custo de R$ 8 milhões. Outros programas que serviram apenas de máscara, no entender de César Borges, foram o Fome Zero e o Primeiro Emprego, nos quais gastou-se mais dinheiro com a burocracia do que com os objetivos reais. O Primeiro Emprego não teria beneficiado nem 500 pessoas, quando a meta era de 250 mil.

O parlamentar mencionou ainda o problema das rodovias e ferrovias em mau estado, as invasões de terra pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a polêmica em torno dos produtos transgênicos para ilustrar a sua visão de que o Estado brasileiro está atrapalhando, em vez de ajudar, e não é eficaz na alocação de recursos privados. No caso das agências reguladoras, decidiu enfraquecê-las, o que será danoso para a atração de capitais a setores como energia elétrica e telefonia.



15/04/2004

Agência Senado


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