César Borges pede mais ação do governo baiano em resposta à crise



O senador César Borges (PR-BA) cobrou nesta terça-feira (9) do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), a adoção de medidas enérgicas destinadas a combater os efeitos da crise econômica para empresas e trabalhadores. Segundo o parlamentar, que integra a base governista no Senado, as ações em nível estadual devem estar associadas àquelas tomadas em nível federal.

- Nós assistimos diversos estados brasileiros lançarem programas de investimento, de redução de tributos, de parcelamento de dívidas, de parcelamento de pagamento de tributos, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, o ICMS. Mas o Governo da Bahia tem agido de forma tímida para aliviar os efeitos da crise sobre a população baiana - reclamou César Borges.

Para fazer justiça, ele lembrou a decisão do governo estadual de dividir o recolhimento do ICMS, mas apenas para o setor metalúrgico. Na opinião do senador, é preciso estender o benefício a outros ramos da indústria e setores como o comércio.

- É necessária uma ampla prorrogação de pagamento de impostos - receitou César Borges.

O parlamentar também pediu a anistia de multas e de débitos tributários, assim como ênfase nos investimentos públicos e no corte de gastos e custeios, a exemplo do que estariam fazendo Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Norte e Pernambuco.

- Neste momento de crise, em que é fundamental preservar-se os empregos e a renda da população, exige-se mais firmeza - recomendou.

Embora tenha reconhecido que a crise "veio de fora", César Borges alertou para o fato de que é uma realidade da qual o Brasil não poderá se apartar. Ele chamou a atenção para a queda na expectativa de crescimento do país, que poderá se situar este ano em 1,2% ou cair a zero.

Conforme o parlamentar, no estado da Bahia "há uma significativa queda da produção industrial'. Estimativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) indica que o ano de 2009 "fechará no vermelho". E pelo terceiro mês consecutivo, houve queda de arrecadação do ICMS, segundo dados do Instituto dos Auditores Fiscais do estado.

Em razão do "choque do crédito", o índice de inadimplência na Bahia, representado pela devolução dos cheques sem fundos, cresceu 17% em janeiro se comparado com o mesmo mês do ano passado. Já o índice de desemprego em Salvador e região metropolitana ficou em 11,2% em janeiro deste ano, o que representa um aumento de 1,2 ponto percentual em relação a dezembro.

- O que é mais grave nesse quadro é o crescimento do chamado desemprego oculto, ou seja, aquelas pessoas que por desalento desistem de procurar emprego - lamentou César Borges.

De outubro do ano passado até janeiro último, cresceu em 87% o número de pessoas que na região metropolitana de Salvador desistiram de buscar uma colocação no mercado de trabalho.



10/03/2009

Agência Senado


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