César Borges pede solução para a crise na produção de cacau



O senador César Borges (PR-BA) voltou a cobrar do governo federal nesta terça-feira (10) providências para salvar a lavoura de cacau brasileira, especialmente a sediada no estado da Bahia que detém cerca de 80% da produção nacional.

Segundo ele, a crise do preço internacional do cacau, a infestação da lavoura pela praga denominada vassoura-de-bruxa, o endividamento dos produtores, e a ausência de tecnologia para criar sementes mais resistentes, "estão agravando ainda mais a crise na produção de cacau que vem se arrastando desde 1989".

- Somente a canalização de novos recursos para a lavoura cacaueira poderá salvar a produção - resumiu César Borges, que também cobrou uma nova política para o setor. Ele lembrou que o endividamento dos produtores já atinge a R$ 1 bilhão e que há 20 anos o setor está sem crédito de custeio.

As afirmações foram feitas durante audiência pública patrocinada pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) que discutiu os problemas do setor cacaueiro, especialmente na Bahia, e a evolução do PAC do Cacau - Plano de Aceleração do Desenvolvimento do Agronegócio na Região Cacaueira do Estado da Bahia.

O secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Produção, José Gerardo Fontelles, acha "estratégico" para minorar a crise enfrentada pelos produtores a regulamentação do dispositivo que libera os produtores vinculados ao Programa Especial para Saneamento de Ativos (PESA) para terem acesso o PAC do Cacau. Ele admitiu, porém, que apenas a injeção de novos recursos não resolverá o problema, sem a plena assistência técnica orientada aos produtores.

Desespero

No entender de Isidoro Gesteira, presidente do Sindicato Rural de Ilhéus, que também é secretário de Agricultura do município, os produtores "estão praticamente falidos e desesperados" e se encontram "agoniados" ao verem as suas dívidas agrícolas sendo transformadas em dívidas fiscais. Por isso pediu a ajuda do governo federal para socorrer os cacaueiros.

O diretor da Comissão Executiva do Plano de Lavoura Cacaueira (Ceplac), Jay Wallace Mota, reconheceu os problemas enfrentados pelo setor, mas informou que o Banco do Brasil e o Banco do Nordeste já liberaram, cada um, R$ 100 milhões para atender os produtores que já renegociaram as suas dívidas, a serem pagas em 20 anos.

Também tomou parte dos debates o representante do endividamento agrícola, Guilherme Galvão, que pediu a prorrogação de renegociação de dívidas dos produtores que vencem no próximo dia 31 de dezembro. A seu ver, para que o Sul da Bahia volte a ter renda, emprego, e retorne a crescer, é necessário incrementar a produção de cacau.

Antônio Zózimo de Matos, superintendente da Ceplac na Bahia e no Espírito Santo, também pediu novos recursos para que os produtores possam pagar os seus débitos e investir em suas lavouras. Henrique Almeida, presidente da Associação dos Produtores de Cacau, pediu, entre outras coisas, a inclusão de seis mil produtores no PAC do Cacau.



10/11/2009

Agência Senado


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