César Borges repudia MPs para suplementação orçamentária



Citando reportagem do jornal Folha de S. Paulo, o senador César Borges (DEM-BA) repudiou o uso de medidas provisórias pelo governo para complementação orçamentária. Ele disse que, segundo o jornal, o governo Lula já criou gastos no valor de R$ 1,8 bilhão para reforçar obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), enquanto retém R$ 16,4 bilhões previstos no orçamento que o próprio governo elaborou.

- O governo está usando e abusando das MPs, algo que o PT tanto criticou e chamou de resquício autoritário. De que adianta discutirmos o orçamento aqui [no Congresso Nacional] por seis meses? Quais interesses estão ditando esse comportamento do governo? Que empresa está sendo beneficiada [com as obras do PAC]? - questionou.

César Borges também criticou a obra de transposição do Rio São Francisco. Ele observou que, ao custo previsto de R$ 6 bilhões, essa é a obra mais cara do PAC, que está "empacado" com 29 projetos de infra-estrutura parados por diversos motivos.

- Se 60% das obras saírem do papel, já será um feito muito grande. É apenas efeito de pirotecnia para enganar a população. As obras estão paradas. Essa obra faraônica terá início, mas não terá meio nem fim. Antes mesmo de começar, já foram gastos R$ 443 milhões, mais do que o dobro do custo das obras de revitalização do Rio São Francisco, que também não existem. É um valor maior do que tudo o que o governo investiu em saneamento básico - assinalou.

O senador disse ainda que o governo vai cercar os canais da transposição para que a população "não roube a água, que vai ficar evaporando a céu aberto e o nordestino não poderá usar". Ele lembrou que, sem tratamento e distribuição, essa água não servirá para nada. O senador também observou que o ministro da Integração Nacional, deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), era oposicionista e contrário ao projeto de transposição há bem pouco, mas agora é o responsável pela obra e já anunciou que percorrerá o Rio São Francisco, da nascente até a foz, para ouvir as populações.

- Aí está tudo resolvido. Uma pantomima que não podemos tolerar. Enquanto isso, o Nordeste espera pelos compromissos assumidos pelo presidente Lula na campanha eleitoral, como o retorno da Sudene, uma política industrial específica para a região, o Fundo de Desenvolvimento Regional e a duplicação da Rodovia Rio-Bahia - concluiu.

11/06/2007

Agência Senado


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