CFC vai ouvir citados em denúncia de propina na venda da Vale



A Comissão de Fiscalização e Controle (CFC) aprovou nesta quarta-feira (8), por unanimidade, requerimento de senadores da oposição, convidando para dar esclarecimentos o ministro da Educação, Paulo Renato Souza; o ex-tesoureiro de campanha do PSDB e ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira; o ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros; e o empresário Benjamin Steinbruch, que liderou a compra da Companhia Vale do Rio Doce. Todos foram citados em matéria publicada pela revista Veja desta semana, que denuncia suposta cobrança de propina no processo de privatização da Companhia Vale do Rio Doce, em 1998.

Os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP), Heloísa Helena (PT-AL), Roberto Saturnino (PT-RJ) e Jefferson Péres (PDT-AM) querem explicações sobre um suposto pedido de R$15 milhões, a título de comissão, feito por Ricardo Sérgio de Oliveira ao atual presidente do Conselho de Administração da Companhia Siderúrgica Nacional, Benjamin Steinbruch.

O requerimento solicita ainda a presença do ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros, pois este teria sido procurado por Steinbruch, de acordo com a reportagem, para questioná-lo sobre a cobrança que Ricardo Sérgio estaria fazendo pelo trabalho de reunir os fundos de pensão em torno de seu consórcio (de Steinbruch). Entrevistado, o ministro Paulo Renato disse à revista que também tinha conhecimento do assunto, pois foi igualmente procurado por Steinbruch para aconselhamento.

- Considerando as atribuições desta Casa, principalmente no que concerne ao dever de fiscalizar os atos do Poder Executivo, é de fundamental importância que possamos ouvir os envolvidos nesta suposta operação que envolveu a venda da maior mineradora do planeta - justificou Suplicy.

O vice-líder do governo, senador Romero Jucá (PSDB-RR), reclamou do processo de votação do requerimento, alegando ter acertado com o presidente da CFC, senador Amir Lando (PMDB-RO), que a solicitação não seria discutida na reunião desta quarta-feira. Segundo Jucá, Lando teria se comprometido a indicar, antes, um relator para o pedido. O presidente da comissão explicou que não poderia sustentar o acerto, já que não se tratava de um requerimento para instauração de um processo investigatório, mas apenas de um convite para uma audiência pública.



08/05/2002

Agência Senado


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