Chico Sartori defende permanência de Bustani na Opaq
A possível saída do embaixador José Maurício Bustani da Organização para Proscrição de Armas Químicas (Opaq) importará em elemento de grande tensão para o Oriente Médio, comprometendo a paz na região, com graves conseqüências para a humanidade. A análise é do senador Chico Sartori (PSDB-RO), para quem a paz mundial está mais uma vez ameaçada.
Ele questionou se por trás das pressões do governo americano para a saída do embaixador não estaria a ameaça do possível ataque que está sendo tramado pelos Estados Unidos e Inglaterra ao Iraque. Também questionou se Bustani, ao desejar o ingresso do Iraque na Opaq, não estaria pondo obstáculos a esse ataque.
Na opinião de Sartori, as alegações infundadas para a saída de Bustani estão, certamente, calcadas em interesses beligerantes e ocultos, de excepcional gravidade e ameaça para a paz mundial.
- Já não basta o conflito entre palestinos e israelenses, com conseqüências mundiais imprevisíveis? - indagou o senador.
Sartori receia que a reunião do Conselho da Opaq, que se realizará no próximo domingo (21) em Haia (Holanda), resulte na saída de José Maurício Bustani da direção da organização. Ele pediu que o Senado reconheça o valor, a competência e sobretudo a habilidade diplomática do embaixador, qualidades essenciais para o cargo.
Lembrando que a ONU tem como princípios fundamentais os de manter a paz e a segurança e desenvolver relações amistosas entre as nações, Sartori observou que, de acordo com nossa Constituição, o Brasil também se rege pelos princípios da defesa da paz e da solução pacífica dos conflitos.
Observando que a Opaq foi criada em 1997 para atuar na área do desarmamento e da não proliferação de armas de destruição em massa, ele afirmou que, à frente dessa organização, Bustani tem dado provas de competência, profissionalismo e empenho nos princípios que regem a Convenção para a Proscrição de Armas Químicas.
18/04/2002
Agência Senado
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