Chile também financia estudantes



Com a visita à Universidade Católica, em Santiago, a Comissão de Educação da Assembléia Legislativa encerra o roteiro pelas universidades chilenas, iniciado há três dias. O presidente da Comissão, deputado Onyx Lorenzoni (PFL) e os deputados Jorge Gobbi (PSDB) e Iara Worthmann (sem partido) foram buscar, no Chile, sugestões sobre facilitar o acesso ao ensino universitário a um maior número de alunos. "A uma conclusão já chegamos: sem um bom programa de bolsas ou crédito educativo, o pobre, tanto do Rio Grande do Sul como do Chile não consegue fazer um curso de nível superior", explicou Onyx. A comitiva gaúcha, que foi recebida pelo ministro de Educação do Chile, já percorreu seis universidades públicas e privadas daquele país. Hoje, os representantes do Rio Grande do Sul estiveram no Palácio Aristia, sede do Parlamento chileno, onde foram recebidos pelo presidente da Comissão de Educação local, deputado Homero Gutierrez, e pela deputada Maria Antonieta Saa. Também mantiveram reunião com o reitor Adolfo Arata, da Universidade Federico Santa Maria, de Valparaíso. Onyx explica que a escolha recaiu sobre o Chile pelas semelhanças que mantém com o Rio Grande do Sul, em termos de habitantes e de PIB. "Além disso, tem uma rica experiência em educação, porque, ainda na década de 80, todas as universidades, mesmo as públicas, passaram a ser pagas, com os investimentos governamentais direcionados exclusivamente para o ensino básico e fundamental. Atualmente, as universidades chilenas contam com 434 mil estudantes. À semelhança do sistema de vestibular em vigor no Brasil, todos os anos os estudantes que concluem o nível médio no Chile participam de um grande provão. "A diferença começa com os resultados: os 27 mil melhor classificados recebem uma espécie de bônus, que pode chegar a dois mil dólares. Além disso, os que conquistam os primeiros lugares têm o direito de escolher a universidade que desejam frequentar. Por ano, esse bônus atinge até 40 milhões de dólares, o que leva as universidades a investirem em qualidade, para atrair os melhores estudantes ( e o bônus que eles conquistam). O financiamento aos estudantes é feito de duas maneiras: crédito educativo e bolsas de estudo (as becas). Cento e 30 mil estudantes recebem crédito educativo, que corresponde de 5% a 100% do valor do curso. Há dois anos de carência para começar a pagar, depois de formado, com até 12 anos para totalizar o que foi recebido. O novo profissional desconta em torno de 5% do seu salário por mês com o pagamento do crédito educativo. Já o aluno beneficiado com a beca tem cobertura total para o curso e o dinheiro é c oncedido a fundo perdido. É um sistema exclusivo para alunos comprovadamente carentes. O sistema de ensino superior chileno se divide no Conselho de Reitores, que agrega 23 universidades públicas e privadas e acolhe 200 mil estudantes, e em outras 40 instituições, chamadas Novas Universidades, todas privadas, que contam com 234 mil alunos. Como as privadas(Novas) não têm acesso ao crédito educativo ou a bolsas de estudos, sistemas disponiveis para as públicas (Conselho de Reitores), a grande discussão que se trava aqui (no Chile) é exatamente a extensão dessas formas de financiamento a todas as universidades. Só assim, o estudante carente chileno ou gaúcho pode fazer um curso superior", conclui o presidente da Comissão de Educação.

09/28/2001


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