Chile: Universidades públicas são pagas
"Ensino gratüito no Chile, só o ensino básico", a afirmação foi feita pelo reitor da Universidade do Chile, Luis Alberto Barramonde, aos deputados Onyx Lorenzoni (PFL) e Iara Wortmann (PMDB), hoje pela manhã, em Santiago do Chile, durante a visita ao campus universitário. A Universidade do Chile, para atender os 22 mil alunos matriculados, investe por ano, US$ 210 milhões. Deste total, o governo chileno arca com 25%, o equivalente a US$ 52,5 milhões, as mensalidades pagas representam 20% ou US$ 42 milhões e, o restante é custeado através da prestação de serviços como pesquisas, projetos especiais e concursos públicos.
Conforme explicou o vice-reitor financeiro, Carlos Cáceres, desde a década de 80, as universidades públicas e privadas do Chile são pagas. E, os alunos que não podem pagar são contemplados com créditos que variam de 5% a 100% do valor total do curso, conforme a capacidade econômica da família. E, estes créditos são ressarcidos. Os alunos, após formados, têm dois anos de carência, e a partir do terceiro ano, pagam para a universidade, o equivalente a 5% do salário que recebem. O prazo para saldar a dívida é de 12 anos e juros de 2% ao ano.
Para o presidente da Comissão de Educação, outro diferencial que precisa ser destacada é a forma de acesso, o vestibular único, no qual os inscritos dispõem de oito opções de cursos para o ingresso, sendo que irá cursar aquele no qual obteve a melhor classificação. Segundo Onyx, com esta fórmula os melhores classificados asseguram às universidades escolhidas um prêmio. "Serve de propaganda para a Universidade e, ao mesmo tempo, como estímulo para a qualificação dos cursos escolhidos", observa o parlamentar.
Outra característica destacada pelos parlamentares gaúchos é que com o ensino superior pago, tanto nas instituições públicas como nas particulares, o tempo de permanência dos alunos na universidade foi reduzido em quase 30%. "É que os alunos, quando não tinham que pagar, levavam até sete ou oito anos para concluir o curso e, hoje, este período está em torno de cinco anos", observa a deputada Iara.
Para ela, este é um cuidado que a direção da Uergs precisará ter, a partir do funcionamento, no próximo ano. Os deputados, no final do dia, participaram de um encontro no Centro de Desenvolvimento Universitário. E, nesta terça-feira, os deputados Jorge Gobbi (PSDB) e Otomar Vivian (PPB), se incorporam a delegação.
09/24/2001
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