Ciro intensifica ataques contra o TSE e o governo









Ciro intensifica ataques contra o TSE e o governo
Candidato do PPS critica presidente e denuncia uso de dinheiro público para "subornar consciências"

Lideranças da Frente Trabalhista, do candidato Ciro Gomes, decidiram ontem intensificar as acusações contra o adversário José Serra (PSDB), o governo federal e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A principal crítica é de que Fernando Henrique Cardoso e o tribunal estariam "trabalhando" a favor da candidatura do tucano.

Em visita, ontem, ao comitê da Ação da Cidadania contra a Fome, no Rio, Ciro Gomes utilizou o programa "Brasil sem Fome" para fazer insinuações ao governo e à Justiça. "Posso dizer que o custo do programa de combate à fome representa metade do que o atual governo gastou este ano de janeiro a julho para subornar consciências pelo pelos rádios, jornais, televisões e revistas do País", disse Ciro.

Ontem, em Brasília, a Frente organizou um ato de protesto na frente do TSE contra as freqüentes decisões do tribunal favoráveis a Serra, e contrárias às solicitações de Ciro.

Em carta aberta "aos democratas, ao País e ao Poder Judiciário", intitulada "TSE: Solução ou Problema?", o deputado João Herrmann (PPS-SP), líder do partido na Câmara dos Deputados, fez duras críticas ao presidente do TSE, o ministro Nelson Jobim, acusando-o de ser imparcial nas decisões.

Na nota, afirma que Jobim dividiu apartamento com Serra em Brasília, que a mulher de Jobim, Adrienne Senna, foi assessora do tucano quando ele era deputado e que Caputo Bastos, "autor da maioria das concessões de direitos de resposta a favor de José Serra", foi advogado do presidente Fernando Henrique Cardoso em 1998 e precisa de seu apoio para continuar no cargo.

Herrmann acusou Serra de querer transformar o vice, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, que ontem depôs no Ministério Público em "bandido e facínora". Segundo o deputado, "bandido, facínora e bandoleiro é o candidato do governo (José Serra), homem que quer continuar emporcalhando a democracia brasileira".

Serra é campeão em ganhar ações
Empatado em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, o candidato do PSDB, José Serra, é o campeão em ações encaminhadas e ganhas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Das 19 representações propostas desde o dia 20 de agosto, quando começou a propaganda na televisão e no rádio, o tucano teve até agora sete vitórias em cima do adversário Ciro Gomes (PPS).

Com muito mais tempo disponível no horário eleitoral gratuito do que os outros aspirantes ao Palácio do Planalto, Serra ainda conseguiu no TSE o direito de se apresentar por seis vezes no programa do candidato do PPS.

Principal adversário de Serra na disputa por uma vaga no segundo turno, Ciro Gomes encaminhou oito representações ao TSE, mas não conseguiu nenhum direito de resposta. Nem quando Serra comparou-o ao ex-presidente Fernando Collor de Mello. Tanto o candidato do PPS quanto Collor se sentiram ofendidos com as comparações, mas ainda não conseguiram direito de responder às críticas.

Líder nas pesquisas de intenção de voto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encaminhou até agora apenas duas representações ao tribunal. Das que foi vítima, conseguiu se livrar de várias, inclusive uma proposta pela Petrobras pedia direito de resposta no programa de Lula.

PSDB diz que crítica é ato de desespero
O comando da campanha do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, classificou como "ato de desespero" as insinuações da Frente Trabalhista, do candidato Ciro Gomes, de que o processo eleitoral está sob suspeita. Em nota divulgada no início da noite de ontem, a Grande Aliança (PSDB-PMDB) critica o adversário do PPS e reitera sua confiança nas instituições políticas do País. "O que setores mais radicais da Frente Trabalhista querem é trazer para as eleições as piores práticas coronelistas", diz a nota.

"A Justiça Eleitoral não pode ser intimada no sentido de que sua ação possa ser constrangida por manifestações impulsivas, levianas de qualquer força política", afirmou o presidente do PSDB, deputado José Aníbal, que assina a nota com o presidente do PMDB, deputado Michel Temer. Aníbal disse ainda que a carta é uma referência à nota da Frente Trabalhista, divulgada quinta-feira, e não à outra que foi escrita pelo deputado João Hermann Neto e divulgada ontem. "Esta nem considero. É um ato de desespero de um afogado."

O presidente do TSE, Nelson Jobim, repudiou ontem o que chamou de "mobilizações políticas" contra decisões da corte – como os protestos da Frente Trabalhista. A coligação e o candidato acusam a Justiça eleitoral de parcialidade, por ter dado sucessivas vitórias a pedidos de direito de resposta do postulante do PSDB, José Serra, e não ter acolhido recursos da aliança que apóia Ciro.

Segundo o ministro, o TSE não vai mudar o procedimento, porque está correto e dentro da lei. "Decisão judicial não é decorrente de mobilizações políticas, se toma em cima de casos levados pelos respectivos advogados, dos respectivos partidos, em cima das provas e da aplicação da lei ao caso estabelecido", afirmou.

Frente Sindical leva Rita para bandejão
A candidata à vice-presidência na chapa de José Serra, deputada Rita Camata (PMDB-ES), almoçou ontem com empregados da construção civil, em um canteiro de obras, em São Paulo.
O convite partiu do segundo vice-presidente da Força Sindical, Antônio Ramalho, que apóia a candidatura de José Serra. A entidade sindical está dividida nessas eleições, já que seu presidente licenciado, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, é candidato a vice na chapa do maior adversário dos tucanos, Ciro Gomes, da Frente Trabalhista.

Vestida com um terninho jeans e camisa branca, Rita Camata conversou com os trabalhadores no canteiro de obras, panfletou, distribuiu camisetas, bonés, broches, abraços, sorrisos e até cachecóis amarelos com o slogan Serra presidente.

Depois de conhecer o canteiro de obras, da Racional Engenharia, Rita enfrentou uma fila, por cerca de 15 minutos e almoçou no bandejão com o operariado. Ela aprovou o feijão com arroz, estrogonofe, salada verde e batata com maionese. De sobremesa, comeu duas fatias de abacaxi.
Sentado ao lado de Rita, o operário Auricélio Gomes, de 30 anos, ouviu a candidata falar sobre emprego, construção de novas moradias, educação, trabalho e melhores condições de vida não apenas para os trabalhadores, mas também para suas famílias e filhos. "Ela me pareceu uma boa pessoa, muito simpática, mas ainda estou na dúvida se vou votar mesmo no Serra", disse Auricélio.

"Se vocês acharem que merecemos sua confiança, votem no Serra. Aliás, a serra (ou serrote) é uma ferramenta de trabalho de vocês, não se esqueçam", dizia ela ao percorrer o bandejão.


Equipe de Roriz responde a críticas do PT
Briga feia entre a Frente Brasília Solidária e o PT. Tudo porque Magela andou usando personagens no horário eleitoral que desancaram críticas ao governo Roriz. Feitas as investigações descobriu-se a farsa. Uma tal de dona Maria de Fátima, apareceu em recente programa petista na condição de pobre, mal vestida, desanimada e reclamando que o governo Roriz iria cortar sua participação no programa Renda Minha caso não votasse no candidato e em Eurides Brito. A equipe da Frente Brasília Solidária foi tirar a limpo a história e descobriu que Maria de Fátima, na verdade, trabalha no diretório regional do PT no Recanto das Emas e fez parte de uma trama engendrada pela máquina petista. Outro exemplo foi o de dona Francisca, portadora de câncer, que reclamou do mal atendimento da rede pública de saúde do GDF e que não estava obtendo assistência. Dona Maria Lúcia, que conhece dona Francisca, desmente tudo. "Fui sempre muito bem atendida", diz ela, que usa prótese de silicone implantada pela rede pública. Para Maria Lúcia, Francisca está faltando com a verdade, porque nunca faltou medicamento. "Ela trabalha na política do candidato do PT e usa prótese que ganhou da rede pública", afirma Maria Lúcia.
Benedito Domingos dedicou seu programa, ontem, a Taguatinga. Reclamou que a cidade que o notabilizou na vida pública não recebeu nenhuma obra de importância nos últimos 10 anos, mas com o governo no seu comando haverá duplicação da Avenida Samdu, e reforço das praças do DI e do Bicalho.

Para Carlos Alberto, o que mais incomoda são os pardais. Ele acha que o brasiliense está sendo vítima da indústria dos pardais e promete rever todos os contratos com as empresas controladoras dos espiões eletrônicos do trânsito. Magela limitou-se a anunciar a implantação do cheque alimentação, ao invés das cestas básicas.


FGTS poderá comprar ações do BB
Operação seguirá a mesma fórmula da venda de ações da Petrobras e da Vale, que até agora dão bom retorno

Deve começar após as eleições a oferta pública de ações do Banco do Brasil. O modelo a ser adotado pelo governo federal tem poucas diferenças em relação às ofertas anteriores – Petrobras e Vale do Rio Doce. O comprador pode usar seu FGTS ou recursos próprios.

Quem optar por usar os recursos do Fundo de Garantia não terá desconto, como aconteceu com as outras duas empresas. Ficou decidido também que os trabalhadores poderão utilizar até 50% dos recursos do Fundo. Quem comprou ações da Petrobras ou da Vale deve ficar atento, pois, se já tiver alcançado o limite nas ofertas anteriores, não poderá fechar o negócio, a não ser que venda as ações que adquiriu.

O Banco do Brasil aposta no sucesso das vendas, mesmo sem desconto, para quem escolher o dinheiro do FGTS. "O importante é o potencial de valorização das ações no mercado", afirmou o vice-presidente de Controle de Relações com o Investidor do Banco do Brasil, Ênio Botelho. Já o motivo para a limitação de 50% está na casa própria. O governo utiliza o dinheiro do Fundo de Garantia para financiar os programas de habitação.

No total, serão liberados R$ 500 milhões do FGTS. José Costa Gonçalves, da Multistock Corretora de Valores, acredita que o governo será obrigado a fazer rateio, ou seja, limitar a participação de cada comprador. Afinal, espera-se uma procura muito grande, podendo superar o teto de R$ 500 milhões.

Desconto, só a dinheiro
O investidor pode abrir mão do dinheiro do FGTS e usar recursos próprios. Em outras palavras, tirar dinheiro do próprio bolso. Nesse caso, terá de pagar à vista, mas ganhará desconto de 5%. No modelo fixado ontem, o limite mínimo será de R$ 300 e o máximo de R$ 100 mil.

O diretor da Multistock considera baixo o percentual estabelecido pelo governo. "5% é uma oscilação normal de mercado". Para ele, o governo ofereceu um atrativo modesto porque aposta numa procura elevada pelas ações do BB.

Ele aconselha cautela para quem optar pela compra com recursos próprios. Ele recomenda que o investidor avalie a situação econômica do País e só compre em caso de estabilidade.
Se a opção for a compra com o dinheiro do FGTS, Gonçalves não tem dúvidas em afirmar que as ações do BB são um bom negócio. "O rendimento será bem maior em comparação ao rendimento do Fundo de Garantia", explica.

Modelo veio da Inglaterra
A idéia de oferecer ao trabalhador ações de grandes empresas nacionais surgiu na Inglaterra, em 1986. A primeira-ministra Margareth Thatcher decidiu vender parte da British Telecom, uma das maiores companhias de telecomunicações do mundo.

O modelo utilizado não foi muito diferente dos usados pelo governo brasileiro na Petrobrás ou na Vale. Inicialmente, as ações só podiam ser compradas pelos funcionários da empresa. O objetivo era dar a eles a oportunidade de virarem sóciosa. Depois, o governo britânico foi obrigado a pulverizar a venda, ou seja, possibilitar que os demais trabalhadores pudessem comprar.


Apesar da alta lá fora, gasolina não sobe agora
Apesar de o preço do petróleo do tipo brent – o óleo do mercado europeu usado como referência pela Petrobras – ter subido 10,66% e de a cotação do dólar ter aumentado 9% desde o último reajuste da gasolina (6,75%, em 30 de junho), a Petrobras ainda não prepara novo aumento do preço do combustível.

O preço internacional do petróleo e a cotação do dólar são as duas variáveis básicas para definir se os preços aumentam ou caem no Brasil.

Até o começo de julho, a Petrobras vinha usando os dois parâmetros para formar seus preços em intervalos que chegaram a ser estipulados (para gasolina e diesel) em 15 dias, dependendo de quanto petróleo e dólar subissem nesse período.

O governo decidiu então intervir no mercado, fazendo, a partir de agosto, um tabelamento formal do preço do gás de botijão na refinaria. Mesmo sem tabelamento, os demais combustíveis também pararam de subir.

"A Petrobras mantém sua avaliação contínua das condições do mercado", foi a resposta da direção da empresa sobre o que ela iria fazer em relação aos preços diante do novo movimento de alta no exterior.

Isso significa que a empresa vai seguir à espera de sinais de estabilidade nos mercados para definir o que fará. Como o processo eleitoral é considerado um dos fatores de desestabilização da cotação do dólar, o governo, que controla a Petrobras, já deu várias indicações de que não haverá reajustes antes das eleições.

Barril de petróleo passa de US$ 30
Após o petróleo ter batido ontem em US$ 30 o barril com o ataque aéreo a alvos militares no Iraque, as cotações acabaram recuando um pouco no final da tarde com a divulgação de relatório que indica reservas suficientes de combustíveis para calefação durante o inverno nos Estados Unidos. Mesmo assim, estão no nível mais elevado do ano. Os investidores temem que os ataques desta madrugada sejam o primeiro passo para um guerra de maior duração.

Em Nova York, o óleo cru (light sweed) para entrega em outubro terminou o dia negociado a US$ 29,61 o barril, avanço de 2,17% em relação aos US$ 28,98 o encerramento de quinta-feira.

Durante a manhã, chegou a passar de US$ 30. Em Londres, o barril de petróleo do tipo Brent para entrega em outubro fechou em alta de 2,21%, a US$ 28,27, contra os US$ 27,66 de quinta-feira.
Segundo a percepção do mercado, o ataque conjunto ao Iraque amplia as perspectivas de uma breve intervenção militar dos Estados Unidos, com apoio britânico, para tentar derrubar o ditador iraquiano Saddam Hussein.


Um terço das vítimas do WTC continua desaparecido
Um ano depois dos ataques contra o World Trade Center, em Nova York, uma das maiores investigações forenses da história não conseguiu encontrar os rastros de um terço das 2.819 vítimas da tragédia. Em julho passado, Robert Shaler, diretor da divisão forense do Departamento Médico Legal de Nova York (NYMEO), confirmou o que os especialistas temiam desde o princípio: que a morte de 800 vítimas dos ataques jamais poderá ser confirmada.

A força dos dois aviões carregados de combustíveis e jogados contra as Torres Gêmeas de 110 andares desencadeou um incêndio que continuou ativo meses depois de 11 de setembro, queimando os últimos restos de centenas de pessoas.

Algumas pessoas desapareceram por completo, disse Charles Hirsch, diretor do NYMEO, e dos fragmentos recolhidos não é certo que se obtenha DNA suficiente para testes de comparação e identificação.

Desde 11 de setembro, o NYMEO trabalha na difícil tarefa comparação de corpos e fragmentos humanos achados entre os escombros com os nomes nalista dos reportados como desaparecidos.
Foram achados cerca de 20.000 fragmentos na denominada "Zona Zero" ou nos escombros de positados em Staten Island, mas só foram identificados 1.370 cadáveres, que são menos da metado dos desaparecidos, informou Ellen Borakove, porta-voz do NYMEO.

Serão necessários outros oito meses para analisar o resto dos fragmentos e tentar compará-los com mostras de DNA das vítimas entregues pelos parentes ou amigos.

Algumas famílias, diante da perspectiva de esperar meses por uma resposta, decidiram celebrar os funerais mesmo com os caixões vazios.

Centenas de especialistas forenses trabalham o mais rápido possível na análise de DNA para que os familiares das vítimas possam ter um pouco de tranqüiliade, e 16 caminhões refrigerados estacionados fora do NYMEO armazenam os restos humanos.

Membros da Al-Qaeda confessam
A rede de televisão Al-Jazeera, do Qatar, anunciou ontem ter obtido confissões de dois homens identificados como membros da rede Al-Qaeda, de Osama bin Laden, pelos ataques de 11 de setembro contra os EUA.

Um funcionário da Al-Jazeera identificou os dois homens como Ramzi bin al-Shaibah e Khaled al-Sheikh. Segundo a rede, eles foram colegas de quarto de Mohammed Atta, um dos 19 sequestradores dos aviões que atingiram o WTC. Na primeira parte de um documentário, os dois são entrevistados em Karachi, no Paquistão – porém não é mencionada a data da entrevista.

"Na segunda parte do documentário há a primeira confissão direta de como a Al-Qaeda planejou e executou os ataques de 11 de setembro", disse Yosri Fouda, o jornalista que preparou o documentário. A segunda parte será transmitida na próxima quinta-feira.

A emissora não divulgou mais detalhes sobre a entrevista, mas disse que os dois homens viveram com Atta em Hamburgo, Alemanha, dias antes dos ataques.

A Administração Federal de Aviação (FAA) anunciou, ontem, que fará restrições temporárias no espaço aéreo sobre Nova York, Washington e Somerset (Pensilvânia) no dia 11 de setembro, quando será lembrado o primeiro aniversário dos ataques terroristas que atingiram estas cidades americanas.


Forte terremoto sacode a Itália
Duas pessoas morreram de ataque cardíaco, pelo susto, e 20 ficaram feridas

Um forte terremoto estremeceu a ilha italiana da Sicília na madrugada de ontem, causando ferimentos em 20 pessoas. Outras duas morreram em conseqüência de ataques cardíacos. Na capital, Palermo, e em outras cidades do lado ocidental da ilha, moradores saíram correndo para as ruas com medo quando perceberam o abalo, por volta das 3h20 (hora local).

A intensidade do tremor é controversa. Nos Estados Unidos, o Centro Nacional de Terremotos USGS, no Colorado, mediu 6,1 graus na escala Richter; já o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia, na Itália, avaliou 5,6 graus. Diversos prédios em Palermo foram danificados pelo terremoto, ao qual se seguiram abalos secundários.

A agência de notícias italiana Ansa informou que dois idosos morreram do coração, como conseqüência indireta do tremor, cujo epicentro foi localizado a 40 quilômetros a nordeste da capital siciliana, no Mar Tirreno. Além de Palermo, algumas das cidades mais populosas da Sicília sentiram o fenômeno: Catânia, Messina, Trapani, Agrigento, Enna e Caltanissetta.

O Departamento de Proteção Civil de Palermo informou que alguns prédios do centro histórico da capital siciliana sofreram danos, que incluíram o desabamento de partes da alvenaria. Três edifícios mais castigados foram esvaziados e interditados.

O tremor inicial durou entre 20 e 30 segundos. Uma hora antes, cientistas detectaram um abalo de 5,4 graus no Mar Egeu.

Terremotos que mais mataram desde 1988
7 de dezembro de 1988: na Armênia soviética, pelo menos 25 mil pessoas morreram, segundo um balanço oficial depois de um terremoto que atingiu entre 6 e 7 graus na escala Richter).

21 de junho de 1990: no Irã, nas províncias de Ghilan e Zanyan (noroeste), terremoto deixa 40 mil mortos (7,7 graus na escala Richter).

12 de dezembro de 1992: ilha de Flores, Indonésia, mais de dois mil mortos em um terremoto de 6,8 graus na escala Richter.

30 de setembro de 1993: Estado de Maharashtra, no oeste da Índia registra 7.601 mortos (6,4 graus na escala Richter).

17 de janeiro de 1995: no centro do Japão, na região de Kobe-Osaka, terremoto deixa 6.424 mortos (7,2 graus na escala Richter).

4 de fevereiro de 1998: no Afeganistão, na província de Tajar (nordeste), abalo deixa entre 2.300 e 4 mil mortos, segundo as fontes (6,4 graus na escala Richter).

30 de maio de 1998: no nordeste do Afeganistão, cerca de 5 mil mortos (7,1 graus na escala Richter).

17 de julho de 1998: em Papua-Nova Guiné, 2.123 mortos, segundo balanço oficial, depois dos tremores na costa norte que provocaram um maremoto com três ondas de dez metros de altura que cobriram 30 quilômetros de costa e varreram do mapa sete aldeias sumamente povoadas perto de Aitape, a 800 quilômetros de Port Moresby (7 graus na escala Richter).

17 de agosto de 1999: no noroeste da Turquia: pelo menos 20 mil mortos e 43.953 feridos em um tremor de magnitude 7,4 graus na escala de Richter.

21 de setembro de 1999: em Taiwan: cerca de 2.500 pessoas morreram e mais de 11 mil foram feridas em um terremoto de 7,3 graus na escala Richter o mais violento em um século em Taiwan.

12 de novembro de 1999: um terremoto de 7,2 na escala de Richter devasta o noroeste da Turquia e provoca cerca de mil mortos e pelo menos 5 mil feridos.


Artigos

Encrenca para os nossos bisnetos
Igor Germano

Na visão dos ambientalistas, a Cúpula Mundial Para o Desenvolvimento Sustentável, encerrada esta semana em Johanesburgo, África do Sul, não passou de um fracasso, com algumas migalhas. Os mais críticos afirmam que pouco se avançou depois de dez dias de discussões. Em resumo, esperava-se mais do encontro (também chamado de Rio+10, por ter sido realizado uma década depois da Eco-92, no Rio de Janeiro). A expectativa era de que os países mais ricos, com destaque para os Estados Unidos, mostrassem mais abertura e boa vontade e firmassem compromissos sobre temas como clima, subsídios agrícolas e combate à pobreza.

Duas grandes lições podem ser tiradas desse encontro. A primeira delas: os Estados Unidos do presidente George W. Bush não vão embarcar tão cedo em iniciativas multilaterais que possam ir contra seus interesses, como é o caso do Protocolo de Kyoto, que prevê a redução de emissão de gases poluentes na atmosfera.

Ao mesmo tempo, os países mais ricos continuam relutantes em discutir a questão dos subsídios agrícolas. A tese dos países subdesenvolvidos é de que só será possível amenizar a pobreza se Estados Unidos e União Européia abrirem seus mercados e reduzirem os subsídios. Proposta muito bonita no papel, mas difícil de implementar na prática, uma vez que poderia causar prejuízos e desemprego nos países desenvolvidos.

Para os políticos em geral, ser a favor da erradicação da pobreza é uma coisa fácil. Na prática, o medo de causar prejuízos ao próprio país e de perder votos entre os eleitores nacionais tende a falar mais alto.

Pode-se questionar a posição do governo de George W. Bush, mas ela segue uma lógica simples: em primeiro lugar estarão sempre os interesses imediatos que garantam a perpetuação do poderio econômico e militar dos Estados Unidos.

É nesse ponto que fica clara a segunda lição da Rio+10: ainda estamos muito longe do mundo ideal sonhado pelos ambientalistas, em que o ser humano garantiria sua satisfação no curto prazo sem deixar de se preocupar com a preservação do meio ambiente e com as gerações futuras. É essa, por sinal, a base filosófica do desenvolvimento sustentável.

Voltando ao caso dos Estados Unidos, o presidente George W. Bush foi eleito não com votos das gerações futuras, mas com o ap oio de cidadãos americanos, que têm lá seus interesses imediatos. Isso sem falar nos financiadores de sua campanha e nos interesses das grandes corporações, que, goste-se ou não, apenas seguem a lógica básica do capitalismo: buscam o maior lucro possível no menor espaço de tempo.

O grande problema é que, na pior das hipóteses, levado ao extremo, esse modelo de política externa irresponsável pode acabar destruindo nosso querido planeta, para azar das futuras gerações.


Colunistas

CLÁUDIO HUMBERTO

FhC agrava arrocho nos quartéis
A pindaíba nas Forças Armadas brasileiras não terá fim no próximo ano, a julgar pela proposta de Orçamento enviada pelo governo ao Congresso. Em 2002, o Orçamento destinou R$ 13 bilhões ao item "Defesa Nacional", mas liberou apenas R$ 6,4 bilhões (ou 48,7% do total), até o momento. O quadro vai se agravar em 2003: FhC propôs reduzir a verba das Forças Armadas para R$ 12 bilhões e 530 milhões, cortando - no osso - mais meio bilhão.

Ética pública
O Palácio do Planalto gastou R$ 58.739,00 inscrevendo servidores num curso de "Gestão da Ética Pública". O curso parece importante, mas não deveria ser freqüentado pelos políticos que assinam os cheques?

Camarada Leônidas
Além de assinar os convites para que seus camaradas compareçam ao encontro com Luiz Inácio Lula da Silva, sexta-feira, 13 no Rio, o general Leônidas Pires Gonçalves usa o telefone para reforçar o chamamento. Ele anda impressionado com a boa repercussão da reunião no meio militar. E com a quantidade de eleitores de Lula que tem encontrado.

Bola nas costas
Em conversa com um político cearense, Tasso Jereissati fez a analogia:
- Ciro vencia o jogo por 3x0 e tomou três gols. Ainda tem chance de vitória, mas o problema é que o árbitro da partida atua contra ele.
Faltou reconhecer que dos três gols que Ciro tomou, dois foram contra.

Quem não tem colírio...
A Justiça é cega, mas não gosta de óculos escuros. Quinta-feira, pelas 15h, uma advogada colocou óculos escuros, na sessão plena do Supremo Tribunal Federal, incomodada com os refletores da nova TV Justiça. Logo em seguida, um funcionário do STF ordenou que ela os retirasse. Por quê? "Algum ministro pode se sentir ofendido", justificou o meirinho.

Fora do pódio
Candidato pelo PPS a deputado federal em São Paulo, o campeão olímpico Aurélio Miguel não consegue aparecer no horário eleitoral, nem é chamado a participar de eventos com Ciro Gomes. Medalha de ouro em Seul e de bronze em Atlanta, o ídolo não consegue ajudar o marido da bela Patrícia.

Vivas ao ócio
Quem é vivo, sempre aparece... na Romênia. Em entrevista a um jornal local, o embaixador Jerônimo Moscardo exaltou a importância dos laços com o Brasil e o papel cultural de ambos os países num "projeto planetário", baseado num novo conceito de trabalho, no qual o tempo livre será um valor essencial. Tempo livre? Só se for na embaixada. Ou na fila do desemprego.

Massacre eleitoral
Aqueles quatro tiros no bordão sonoro do PCO ("Quem bate cartão não vota em patrão") já mataram pelo menos uns dez empresários. De susto.

Organizações Babajarbas
O TRE pernambucano tirou ontem do ar o programa do PT no horário eleitoral, por entender que o hilariante quadro "Organizações Tabajarbas" ridicularizava o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB). A oposição já soma 11 derrotas no TRE e apenas uma vitória. As pessoas da cidade já começam a chamar a Justiça Eleitoral local de "Organizações Babajarbas".

Apropriação indébita
D. Josefa, do cafezinho, ficou intrigada: "O que é apropriação indébita, senhor?" Ela leu na coluna que durante anos as empresas aéreas embutiram impostos no preço das passagens, mas não repassaram a bagalhoça ao governo, configurando crime de apropriação indébita. Ela nem esperou a resposta: "Ah, é roubo, né?" Radical, essa d. Josefa.

Eleições primárias
Lula diz que Serra é chorão. Serra diz que Ciro é mentiroso. Ciro diz que Serra é covarde. Vendo o debate, a conclusão é óbvia: são uns garotinhos.

Porta de saída
Aliados do deputado federal Freire Júnior, candidato do PMDB ao governo do Tocantins, dizem que ele procura uma forma honrosa de abandonar a campanha. São os reflexos da última pesquisa Ibope mostrando que Marcelo Miranda, candidato apoiado pelo governador Siqueira Campos, já soma 60%, enquanto ele encalacrou nos 18% das intenções de voto.

Cirou
Irmão de Ayrton Senna, o empresário Leonardo aderiu a Ciro Gomes.

Menos um
O TRE cassou a candidatura a deputado estadual de Fábio Raunhetti (PMDB-RJ), ratificando a decisão unânime anterior, apesar dos esforços do pai do mesmo nome, cassado por desvio de US$ 15 milhões de dinheiro público. O dono da Universidade de Nova Iguaçu, na lista negra do MEC, só faltou dormir no TRE para tentar favorecer o herdeiro.

As calcinhas do senador
Deve ser o efeito "dormir comigo", de Ciro Gomes: pesquisa no site horahnews.com, que o candidato ao governo do Paraná tentou tirar do ar, mostra que a maioria dos internautas acha do maior mau gosto a idéia do cantor Wando de distribuir calcinhas nos comícios de Álvaro Dias. Como no resto do País, as eleitoras paranaenses são maioria.

Poder sem pudor

Paulistas de 400 anos
A expressão "paulista quatrocentão" nasceu na Constituinte eleita em 1933. Entusiasmado, o líder da Chapa Única por São Paulo (que elegeu 17 dos 22 constituintes do Estado), deputado Alcântara Machado, gritou da tribuna:
– Paulista sou, há 400 anos!

O gaúcho Osvaldo Aranha, amigo de Getúlio Vargas, era também ministro da Fazenda, que na época podia participar das sessões. Ele reagiu:
– Quando os antepassados de V. Exa. chegaram ao porto de Santos, lá encontraram os meus, que perguntavam: "De onde são esses forasteiros?

A confusão que se seguiu só acabou com o encerramento da sessão.


Editorial

COMBATE ÀS ARMAS DE FOGO

A morte do advogado aposentado do Senado Luiz Roberto Proença Rosa em um bar no Guará, vítima de bala perdida, na tarde de quinta-feira, traz à tona o velho problema do excesso de armas na sociedade. A grande maioria dos crimes por motivos fúteis poderia ser evitada se não fosse tão fácil comprar uma arma de fogo.

No caso do advogado, o tiro não era para ele, e sim para o dono do bar. O autor do disparo, um menor de idade, comprou o revólver por R$ 250 na Feira do Rolo, em Ceilândia – local onde, sabidamente, é fácil o acesso a armas.

O problema não se restringe a Brasília, e grande parte dele vem da própria extensão territorial do País, que possui 23.086 quilômetros de fronteiras, sendo 7.367 km marítimas e 15.719 km terrestres. São ligações de difícil controle com outros dez países – o que torna mais difícil um controle de armas como o que ocorre na Inglaterra.

Há, no entanto, medidas restritivas e punitivas que podem reduzir drasticamente o número de armas em circulação. O primeiro deles é apertar legalmente os fabricantes, para que esses tenham responsabilidade no caso de contrabando, ou no caso de a arma parar em mãos erradas. A idéia seria chamar os fabricantes à responsabilidade. O tema já foi discutido no Congresso Nacional, mas avançou pouco.

A outra medida seria punir com mais rigor o porte ilegal – que hoje tem penas que variam entre dois e quatro anos de prisão. O Ministério da Justiça criou, recentemente, uma comissão no Conselho Nacional de Segurança Pública (Conasp) para acompanhar a tramitação dos projetos, no Congresso, que visam a redução da violência e da criminalidade, mas nada de concreto saiu ainda do papel.

O Conasp está analisando as propostas de alterações na Lei do Sistema Nacional de Armas (Sinarm) que vê m sendo discutidas por diversos órgãos, como Polícia Federal, Secretaria Nacional de Segurança Pública e Ministério da Defesa. O problema é que as propostas de penas rigorosas ficam mais em cima da posse de armamento restrito às forças armadas. A preocupação é válida no combate ao crime organizado, que costuma se abastecer com armamento pesado, mas tem pouco efeito contra pessoas que usam revólveres para pequenos roubos ou para resolver problemas financeiros e sentimentais.

Especialistas apontam, há bastante tempo, que quem porta um revólver torna-se muito mais propenso a brigas. E geralmente quem puxa uma arma acaba atirando com receio de vingança na mesma moeda. O Brasil viverá muito melhor sem armas de fogo circulando entre a população.


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09/07/2002


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