Clima para as votações de matérias no Congresso é o pior possível, afirma Virgílio



Diante das recentes liberações de verbas orçamentárias que beneficiaram municípios administrados por aliados do governo, o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), analisa que o clima para negociações no Congresso é “o pior possível”. Os parlamentares de oposição, disse Virgílio, estão revoltados com o fato. - Criaram um clima ruim. O que está faltando agora é boa vontade da gente com relação ao governo, que se porta muito mal com a oposição. Temos uma questão política inegável: o governo apunhalou municípios com recursos endereçados a parlamentares de oposição ou dissidentes. Vamos ver como a gente resolve isso junto aos nossos companheiros que estão revoltados, sem querer votar nada – afirmou Virgílio antes da reunião da bancada, às 13h no gabinete do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Virgílio já incluiu a aprovação de emenda do senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) como exigência para votar o substitutivo do senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2005. Pela emenda, o governo não poderá mexer em recursos destinados a estados ou municípios. - Hoje, a União açambarca recursos de estados e municípios sem prestar satisfações a ninguém. Condicionamos a aprovação da LDO com essa ressalva. É importante que a gente olhe além para evitar manipulações que o governo possa fazer daqui para frente – declarou Virgílio, que considera o relatório de Garibaldi satisfatório. Pauta do Senado No Senado, Virgílio admitiu a possibilidade de votação da Lei de Falências, que já está em sua fase final de análise pelo Plenário, “sem maiores dificuldades”. O mesmo, afirmou, se aplica à reforma do Judiciário, mas ele não vê possibilidade de votação do projeto que institui as parcerias público-privadas (PPP). - O PPP, nem pensar. É uma porta aberta para a corrupção, para violar a Lei de Responsabilidade Fiscal, para desmoralizar a Lei de Licitações. O governo espera nossas observações para corrigir a matéria e fazer dela algo palatável para o país no longo prazo. Deve ser um projeto para alavancar dinheiro para aumentar a capacidade de investimento do país – avaliou. Da mesma maneira, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) afirmou que a oposição não deve promover votações no momento. Ainda assim, ele entende que há possibilidade de votação da Lei de Falências. O senador considera, porém, que votar o texto-base da reforma do Judiciário agora e deixar os destaques para depois do recesso parlamentar é “inútil”. O PFL também se reúne no início da tarde para discutir o impasse nas votações no Congresso.

06/07/2004

Agência Senado


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