Renan atribui vitória de Lula à economia e afirma que quer votações no Congresso até o fim da legislatura
Na tarde desta segunda-feira (30), um dia após o segundo turno do pleito que reelegeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Senado, Renan Calheiros, comentou com jornalistas na porta do seu gabinete o resultado das eleições e analisou o impacto do novo cenário político nos trabalhos do Congresso.
O presidente do Senado atribuiu a vitória de Lula ao bom desempenho da economia no país, o que, a seu ver, favoreceu a parcela menos favorecida da população, principal responsável pela reeleição. Renan enalteceu ainda uma das primeiras iniciativas de Lula como presidente eleito: tentar buscar uma maior interlocução entre a Presidência da República e setores da sociedade civil, membros do Congresso Nacional e imprensa.
- O presidente Lula conseguiu conjugar seu carisma com o resultado indiscutível da economia que proporcionou maior conforto aos setores menos favorecidos da população - disse.
Renan também parabenizou Geraldo Alckmin pelo "equilíbrio e altivez" que, a seu ver, demonstrou ao telefonar para Lula e desejar-lhe um bom mandato.
Sobre os trabalhos do Congresso até o fim desta legislatura (31 de janeiro), o presidente do Senado afirmou que não poupará esforços em buscar entendimento entre os parlamentares para viabilizar as votações de uma agenda positiva para o Brasil, de caráter suprapartidário.
Renan ressaltou a importância para o desenvolvimento do país da aprovação pelo Congresso de projetos como o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte - conhecido como "Supersimples" -, do Fundo Nacional de Educação Básica (Fundeb), da regulamentação da Reforma do Judiciário, da mudança nas regras de tramitação do orçamento da União, além da reforma política e da reforma tributária.
- A reforma política não pode esperar mais. É preciso implantar lista partidária, fidelidade partidária, financiamento público de campanha. As regras vigentes envelheceram. Acredito que já há clima no Congresso para conversar e viabilizar uma profunda reforma política. Além disso, a reforma tributária se faz urgente, já foi votada no Senado há três anos e possibilitará o aumento da renda do cidadão, ao baixar a carga tributária - disse.
Sobre o papel do PMDB no governo, Renan comemorou o resultado do seu partido nas últimas eleições e defendeu um papel mais pró-ativo no apoio ao governo, com a participação na formulação das políticas públicas para o país. Renan disse que buscará aproximar as diversas correntes do PMDB em torno de uma união mais concreta, que viabilize tanto melhorar o papel do partido no tocante à governabilidade quanto a construção de um projeto próprio de poder.
- O PMDB viveu seu melhor momento em eleições, fez o maior número de governadores, deputados federais e de senadores. Agora, o partido quer aproximar suas correntes para que continue cumprindo seu importante papel na governabilidade, cuja participação não deve ser medida pela mera ocupação de espaços em ministérios, mas na efetiva formulação de políticas públicas para o país - disse.
Perguntado sobre a eleição das Mesas do Senado e da Câmara, Renan disse que no momento esse não é um assunto prioritário, uma vez que essas eleições só se darão no início de fevereiro de 2007, quando devem ser mais bem discutidas. Por enquanto, ressaltou que irá cuidar das pautas de deliberações da Casa. No entanto, destacou que os presidentes de ambas as Casas do Congresso devem ter o perfil que o cargo exige: ser um bom conciliador. Além disso, afirmou que o PMDB irá lutar pelos cargos, uma vez que tem maioria na Câmara e no Senado.
30/10/2006
Agência Senado
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