CMO faz leitura do relatório setorial da Integração Nacional e Meio Ambiente



A reunião da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) foi encerrada, depois de muita discussão, com a leitura de apenas um dos dez relatórios setoriais ao Projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2014 (PLN 9/13).

O deputado Aelton Freitas (PR-MG) leu seu parecer que destina recursos orçamentários para as áreas de Integração Nacional e Meio Ambiente. Faltam ainda oito relatórios setoriais serem lidos pela comissão para começar a votação dessa área.

Na segunda-feira (9) foi lido o relatório do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) à área de Poderes de Estado e Representação, com recursos orçamentários para o Judiciário, o Legislativo e os órgãos da Presidência da República.

O relator da proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2014 (PLN 2/13), deputado Danilo Forte (PMDB-CE), forçou o fim da discussão. Ele já havia obstruído as votações na segunda-feira, quando a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, teria dito que o Executivo não tem compromisso com o Orçamento impositivo na LDO de 2014, mas sim com o relatório da PEC sobre o mesmo tema.

- A maior bandeira do PMDB na Câmara é o Orçamento Impositivo. Enquanto não for resolvido o problema do governo com o Orçamento impositivo, não vamos andar com o Orçamento. Isso é uma decisão da bancada [do partido] - disse Forte.

Reunião com Dilma

A reunião será retomada às 14h30 desta quarta-feira (11). A expectativa é que a presidente da República, Dilma Rousseff, se encontre pela manhã com líderes partidários para acertar um acordo entre Legislativo e Executivo. Dilma volta nesta madrugada da África do Sul, onde participa do funeral do ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela.

De acordo com o presidente da CMO, senador Lobão Filho (PMDB-MA), Dilma garantirá a execução das emendas de acordo com as regras da PEC do Orçamento Impositivo.

- Acho que isso resolve qualquer dúvida. Alguns poderiam colocar em dúvida a posição da ministra, mas não da presidente - disse, ao citar reunião que teve com Ideli Salvatti na tarde de hoje.

Leitura dos relatórios

Deputados da base do governo e da oposição defenderam a leitura dos relatórios para manter possível a votação da Lei Orçamentária Anual (LOA) ainda neste ano.

- Fizemos um acordo [de votações] e queremos cumpri-lo. Se tiver que dificultar qualquer votação temos o [Plenário do] Congresso e não a comissão - afirmou o líder do DEM na comissão, deputado Cláudio Cajado (BA).

Para o deputado Jorge Bittar (PT-RJ), a discussão política sobre a votação dos relatórios não impede a leitura dos textos.

- Se avançarmos politicamente, votaremos, se não avançarmos, não votaremos. Se não lermos os relatórios, não votaremos o orçamento neste ano e as emendas ficarão impossibilitadas - disse.

Relações dificultadas

O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), reconheceu que a possibilidade de veto "azedou" a relação política.

- Podemos fechar um acordo entre Legislativo e Executivo em que, na hora que aprovarmos a PEC, o governo poderia realizar o Orçamento da forma prevista na PEC - disse.

Para Chinaglia, não foi o governo que criou essa situação, pois o acordo do Orçamento impositivo teria sido quebrado pelo desmembramento da PEC sobre o assunto (PEC 353/2013) pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados.

A proposta foi separada em duas em 27 de novembro: uma que obriga a execução das emendas e outra que trata do financiamento da saúde (PEC 358/2013 e 359/2013, respectivamente). A intenção é que uma comissão especial reúna novamente a proposta, mas isso só pode ser feito no ano que vem, em razão dos prazos de tramitação da PEC.

A base do governo ainda tentará reintegrar a PEC do Orçamento Impositivo em um só texto e votar a admissibilidade da proposta na reunião da CCJ desta quinta-feira (11), segundo o líder do PT, deputado José Guimarães (CE).

Sem reunião

Não houve o encontro do vice-presidente da República, Michel Temer, com a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e parlamentares para tentar achar um acordo para os posicionamentos do Congresso e do Executivo em relação ao Orçamento impositivo. Danilo Forte tinha anunciado pela manhã que haveria a reunião.

A presidente da República tem até a noite de Natal (24 de dezembro) para decidir se veta ou não a regra do Orçamento impositivo na LDO. Se isso acontecer, as emendas parlamentares para o Orçamento de 2014 deixarão de ser impositivas e poderão deixar de ser executadas pelo Executivo.

Da Agência Câmara



10/12/2013

Agência Senado


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