CNT/Sensus confirma Lula na liderança









CNT/Sensus confirma Lula na liderança
Pesquisa põe Ciro em segundo lugar e aponta empate técnico entre os dois para o segundo turno

Pesquisa de intenção de voto para presidente divulgada ontem pelo Instituto Sensus mostra o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança, com 34,9%, e Ciro Gomes (PPS) em segundo lugar, com 25,5%.

A pesquisa, contratada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), mostra que, José Serra (PSDB) está em empate técnico com Anthony Garotinho (PSB) na terceira posição, com 13,4% e 12,5%, respectivamente.

A pesquisa, realizada entre 30 de julho e 1º de agosto com 2.000 pessoas. Por causa da metodologia adotada, a margem de erro do levantamento é variável: três pontos percentuais para mais ou para menos se o candidato obtiver entre 10% e 30% ou entre 70% e 90%; dois pontos se estiver na faixa de 30% a 70%; e um ponto se atingir índices acima de 90% ou até 10%.

O CNT/Sensus mostra alterações no desempenho dos presidenciáveis num eventual segundo turno. No levantamento de 22 a 25 de julho, Ciro teria 44,2% contra 42,2% de Lula. Na medição mais recente, o petista aparece com 47,1% e o ex-governador do Ceará com 43,1%. Nas duas simulações, os candidatos estão tecnicamente empatados.

Em relação aos outros adversários, Lula venceria Serra por 50,2% contra 36,7% e superaria Garotinho por 52,5% contra 30,2%.

A pesquisa mais recente CNT/Sensus indica diferenças no confronto com medições de outros institutos, principalmente para os candidatos Lula e Ciro. O Vox Populi e a Toledo & Associados colocam os dois adversários em empate técnico. O petista tem 34% e o ex-governador do Ceará aparece com 30% no Vox Populi. Pela Toledo, Ciro tem 34,3% e o petista 33,6%.

Mas os números confirmam o cenário revelado pelo Datafolha em sua mais recente pesquisa, feita no dia 31 de julho: Lula tem 33% e Ciro, 28%,. Serra, 16%, e Garotinho tem 11%.

A pesquisa Sensus é divulgada após batalha judicial no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A divulgação dos números estava prevista para 29 de julho, mas foi suspensa por uma liminar concedida à coligação de Serra, que alegou falhas no sistema de coleta de dados.

O instituto recorreu e conseguiu a liberação do TSE para divulgar parcialmente os resultados da pesquisa, mas decidiu realizar novo levantamento na semana passada, cujos resultados foram divulgados ontem.


Collor afirma que Ciro é sua imagem
O ex-presidente Fernando Collor de Mello (PRTB), candidato ao governo de Alagoas, disse ontem que seu prestígio impulsionou o crescimento do candidato à Presidência Ciro Gomes (PPS). "Desde que a imprensa nacional começou a vincular o nome de Ciro ao meu, vocês vejam, o Ciro cresceu", afirmou.

Segundo o ex-presidente, que lidera as pesquisas de intenção de votos em Alagoas, as semelhanças entre ele e Ciro são as responsáveis pelo bom desempenho do candidato à Presidência.

A comparação com Collor irrita Ciro Gomes e tem sido usada com freqüência pelos adversários do candidato a presidente pelo PPS.

"Sou jovem e o Ciro é um pouco mais jovem que eu. Somos do Nordeste e somos o novo", completou Collor.

Na entrevista à TV Pajuçara, que retransmite o SBT em Alagoas, o ex-presidente, disse que apóia e pede voto para o candidato do PPS.

"Voto em Ciro, porque a composição feita em torno na minha candidatura conta com o apoio de pelo menos dois partidos que apóiam Ciro Gomes", afirmou Collor, referindo-se ao PPS e ao PTB.
Domingo à noite, em comício na cidade do Pilar, a cerca de 48 quilômetros de Maceió, Collor pediu voto para Ciro Gomes. "Minha gente, para presidente vote no 23, que somado ao 28 (número do PRTB) é igual a 51, uma boa idéia", afirmou o ex-presidente, numa alusão direta ao comercial da cachaça 51.


Van Damme derrota candidatos
Os candidatos a presidente da República foram amplamente derrotados pelo ator Jean-Claude Van Damme e ainda perderam para atrações como o Fantástico, ou até a estréia de um novo reality show.

O primeiro debate entre os presidenciáveis, na TV Bandeirantes, no domingo à noite, quando os candidatos apresentaram suas propostas de governo rendeu à emissora média de 9 pontos de audiência, com pico de 13, na Grande São Paulo.

O debate teve início às 9h30 e terminou à 0h06. Neste horário, a Globo atingiu 33 pontos com o Fantástico e 21 com o Domingo Maior– o filme Soldado Universal, com Jean-Claude Van Damme. A estréia de Ilha da Sedução do SBT em parceria com a Fox alcançou 23 pontos de audiência de média, com pico de 27.

Já para saber quem ganhou o debate há várias opções, oferecidas pelos institutos de pesquisa. O candidato do PPS, Ciro Gomes, foi o vencedor do debate para a maior parte dos 400 eleitores do Rio e São Paulo entrevistados pelo Instituto Retrato.

Para o portal do Grupo Estado na Internet, o vencedor foi o candidato José Serra (PSDB), com 33,21% de cerca de 23 mil votos. Já o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, teve a melhor performance, segundo pesquisa da empresa Unidades de Pesquisas S/C Ltda (UP). De 1.970 pesquisas realizadas com pessoas na cidade de São Paulo, 500 assistiram ao debate, ou cerca de 25,45%. Deste total, Lula foi considerado o melhor no debate com 38,8%.


Troca de acusações continua na Internet
Os candidatos à Presidência da República José Serra (PSDB) e Ciro Gomes (PPS) prosseguirão, em suas páginas na Internet (www.joseserra.org.br e www.ciro23.com.br) à troca mútua de acusações desfechada durante o debate de domingo na TV Bandeirantes.

O principal texto, que abre a página do candidato tucano, traz o título "Serra prova no debate que Ciro Gomes não diz a verdade", enquanto a página de Ciro, também no principal texto do dia, traz o título "Onde foi parar o dinheiro das privatizações? A pergunta que não quer calar".

Em demonstração clara de que a polarização está definida nas estratégias dos dois candidatos, nenhum deles faz qualquer menção importante a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou a Anthony Garotinho (PSB), os outros debatedores da noite de domingo. Lula, em sua página de ontem na Internet (www.lula.org.br), assinala, texto curto, sem muito destaque: "Lula destaca falta de programa dos adversários".


Urnas eletrônicas aprovadas em teste
A segurança e confiabilidade da urna eletrônica foram garantidas ontem por especialistas em informática de universidades federais. Eles descartaram qualquer possibilidade de o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para Segurança das Comunicações, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), modificar votos na eleição deste ano.

Cabe ao órgão, ligado à Presidência da República, controlar o programa de criptografia, que serve para embaralhar os votos. É responsável também pelo programa de segurança no transporte dos dados das seções eleitorais para o setor de totalização de votos. "Não há como a Abin alterar os resultados das urnas", garantiu Ricardo Felipe Custódio, supervisor do laboratório de segurança em computação da Universidade Federal de Santa Catarina. Ele e outros técnicos de universidades, partidos políticos e da Justiça Eleitoral analisarão durante toda esta semana o sistema da urna eletrônica e sua segurança.

Com Doutorado em criptografia, Jeroen Anttonius do laboratório de computação científica da Universidade Federal de Minas Gerais, afirmou que não existem motivos para desconfiar da segurança do programa que embaralha os dados. "Eu acredito que a urna é segura, mas é possível fazer algumas mudanças para convencer a população de que ela é segura".


Aécio exigirá que dívida seja revista
Candidato ao governo de Minas promete quebrar resistência do Plan alto a reduzir os desembolsos

O presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves (PSDB), disse ontem que Minas Gerais vai comandar, se ele for eleito governador, um movimento nacional para rediscutir as dívidas dos estados com a União.

Aécio quer reduzir pela metade, durante dois anos, os 13% do orçamento de Minas que, segundo ele, estão atrelados ao pagamento de dívidas. Em compensação, o estado se comprometeria nesse período a sanear as suas finanças. Até agora, o governo federal vem resistindo com duireza a qualquer mudança nas regras do jogo.

Outras unidades da Federação, como Rio Grande do Sul, Alagoas e Piauí, também entrariam no acordo. A proposta foi apresentada por Aécio durante o seu primeiro comício, em Juiz de Fora, onde ele inaugurou, ao lado do governador Itamar Franco, um comitê de campanha num casarão da tradicional rua Santo Antônio, no centro da cidade.

Aliado do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Aécio afirmou que tem havido, por parte do Palácio do Planalto, "uma evolução" no sentido de aceitar a renegociação das dívidas de Minas.
"Eu venho criando canais de negociação com o governo federal, e a equipe de Itamar está fazendo a mesma coisa. Os problemas não estão solucionados ainda, mas não falta empenho para resolvê-los", destacou.

Segundo Aécio, os futuros governadores vão precisar da renegociação das dívidas para poderem administrar os seus estados. "Em diversos lugares do Brasil, ainda não foi possível cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal por causa das despesas com o funcionalismo, e a União deve entender isso", destacou.

Itamar anuncia: deixará vida pública
Durante o comício de ontem, o governador Itamar Franco surpreendeu ao anunciar que vai abandonar a política depois de completar o atual mandato, no fim do ano. "Agora que estou deixando a vida pública, fico muito honrado em fazer isso ao lado de Aécio Neves", contou ele, diante de uma platéia de cerca de 500 pessoas que assistiam à inauguração do comitê.

Mais tarde, na entrevista coletiva, Itamar explicou que está "inadimplente" com alguns aspectos da sua vida pessoal, e por isso precisa sair da política. "Já fiz tudo o que eu podia. Fui prefeito de Juiz de Fora, governador, vice-presidente e Presidente. A minha contribuição está dada", argumentou.
Ao ser perguntado se essa decisão era definitiva, Itamar respondeu de um jeito bem mineiro: "Nada na vida é irreversível". Apesar da insistência dos repórteres, ele não deu detalhes do que pretende fazer se deixar mesmo a política.

De qualquer forma, os aliados de Itamar não acreditam que ele vai ficar longe das campanhas, comícios e eleições. O próprio Aécio Neves disse ontem que, se for eleito, "Minas terá dois governadores, eu e Itamar".

Além disso, a própria história política de Itamar é marcada por idas e voltas e jogadas políticas de efeito, como, por exemplo, o rompimento com o ex-presidente Fernando Henrique e o recente abraço que eles trocaram; ou a ameaça de colocar a Polícia Militar de Minas Gerais para enfrentar o Exército. Se a lógica de Itamar continuar valendo, "nada é irreversível", como ele mesmo define.
Aliado de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, na sucessão presidencial, Itamar deu apoio à proposta de renegociação de Aécio, mas não deixou de fazer críticas ao Planalto.

Ex-secretário faz conexão com Ciro
Um dos homens fortes da campanha de Aécio Neves é um aliado do presidenciável Ciro Gomes (PPS), o empresário Omar Peres. Embora Aécio apóie o tucano José Serra na disputa pelo Palácio do Planalto, Omar garante que pretende estabelecer uma conexão entre as campanhas de Ciro e do deputado mineiro – algo que, se for alcançado, causará arrepios no Palácio do Planalto.

"Eu represento um setor de Minas Gerais que apóia tanto o Ciro quanto o Aécio", diz Omar, filiado ao PDT e ex-secretário de Indústria e Comércio no governo de Itamar. "Se depender de mim, eles vão estar juntos, mas respeito o fato de que Aécio é aliado de Serra", afirma.

Os sinais de um possível flerte entre Aécio e Ciro existem. Recentemente, segundo lembra Omar, Aécio disse que Ciro Gomes merece respeito, pois é um homem "honesto e ético".

Omar é o coordenador institucional da campanha de Aécio. "Defendo o Aécio porque não podemos retroagir. Minas quer uma nova geração de poíticos", ressalta, numa crítica indireta ao vice-governador Newton Cardoso (PMDB), adversário de Aécio na eleição.

"O Aécio deu mais agilidade à Câmara dos Deputados, e conseguiu acabar com a enxurrada de Medidas Provisórias que iam para o Congresso", lembrou. Na avaliação dele, Aécio "vai ganhar no primeiro turno graças ao apoio de Itamar, que será sempre uma grande força da política mineira".


Artigos

O rabo do macaco
Eduardo Brito

Cumprindo uma velha máxima da vovó, a de que macaco só olha para o rabo dos outros, a prefeita Marta Suplicy achou por bem esculhambar a participação de Patrícia Pillar na campanha de Ciro Gomes, dizendo-a machísticamente explorada pelo candidato. Criticada, fez uma emenda pior que o soneto e disse que se referira a Rosinha Mateus e a seu marido Garotinho.

Criou o barraco e ouviu o que não queria. Rosinha lembrou que, para chegar onde está, Marta usou o marido, o senador Eduardo Suplicy, para rifá-lo dias após a posse. Embora justa, Rosinha não levou em conta um ponto. Marta comportou-se exatamente como seu partido, o PT.

É que o PT é um partido moralista, não um partido ético. Essa definição foi dada por um importante dirigente sindical, com impecáveis credenciais de esquerda – e também profundo conhecedor dos petistas. A ética de Marta (ou a falta de) se coaduna com a do PT.

No Brasil dos anos 50 e 60, havia um partido que tinha como bandeira o moralismo. Era a União Democrática Nacional, a UDN. Primava por chamar todos os adversários de ladrões, corruptos e gastadores. Perdeu todas as eleições presidenciais, menos a de Jânio Quadros, até chegar ao poder nos tanques de 64. Aí, foi aquela farra. Os antigos moralistas prenderam, cassaram e se locupletaram.

Não falta quem compare o PT à velha UDN. Figuras como dona Marta fornecem prazerosamente material para isso. E não apenas criticando a mulher de um ou o marido de outra.

As administrações do PT viraram uma festa. A primeira providência da própria Marta Suplicy foi contratar sem licitação duas empresas ligadas a petistas para o bilionário filão da coleta de lixo, apontada por ela mesma como principal foco de corrupção. Ela mesma acaba de plantar um correligionário no controle das maiores empresas de ônibus da cidade. É a área em que explodiu o escândalo de Santo André, com seus propinodutos ligados à administração petista. Partido danado para gostar de ônibus, esse.

Lógico que as coisas não se resumem a isso. Há concorrências inexplicáveis em Ribeirão Preto, mais histórias de ônibus em Catanduva e Mauá, relações escusas com bicheiros no Rio Grande do Sul, nomeações de parentada até a décima geração em Mato Grosso do Sul e em dezenas de prefeituras.

Protegidos pela presunção da boa-fé, governos petistas fazem coisas que denunciariam ferozmente nos adversários. Imagine-se o que aconteceria se um governo não-petista vendesse a orla do Lago Paranoá a hoteleiros e desse alvará para construir o Pier na área de um clube de lazer. A militância faria a casa cair.
É a face moralista, para não dizer udenista. Ela se expressa em todas as facetas da ação partidária. Vai do militante que denuncia a mãe se com isso conseguir um cargo público até o militante sindical que rasga todos os acordos para expurgar os aliados que não pertencem ao partido. Criou-se, assim, a que talvez seja a maior contradição do PT, a ética do vale-tudo contraposta ao morali smo da Rainha Vitória.


Colunistas

CLÁUDIO HUMBERTO

Paulinho pode ser inocentado
O Ministério do Trabalho e a empresa de processamento de dados Datamec estão medidos numa saia justa: descobriram que um "engano do sistema" pode ter gerado dados superpostos que produziram a suspeita de corrupção contra o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, vice de Ciro. Se admitirem o erro, ajudarão Ciro e cairão em desgraça no governo; se mantiverem o silêncio, serão alvo de ações judiciais e políticas. O deputado João Herrmann (PPS-SP) hoje vai interpelar a ministra Anadyr Rodrigues.

Dos vices, o menor
A defesa apaixonada que Ciro Gomes faz do vice Paulo Pereira da Silva tem uma explicação secreta: se Paulinho cair, Leonel Brizola quer a vaga.

Falta o canudo
José Serra diz ser "economista", mas o currículo que está no seu site informa que ele apenas "estudou engenharia na Escola Politécnica" da USP, interrompido em 1964, no golpe. Não esclarece se concluiu o curso. No exílio, conseguiu mestrado em economia no Chile e mais tarde nos EUA.

Entrelinhas
A tradução das declarações do candidato José Serra, no debate da Band, é a seguinte: "Tenho a maior admiração pelo governo do qual discordo tanto".

Tucanos à beira de...
O marqueteiro Nizan Guanaes conseguiu ficar mais nervoso que o cliente José Serra, durante o debate da Band. Enquanto, no palco, o candidato não conseguia conter o tremor nas mãos, na platéia, Nizan tentava disfarçar, provocando assessores e até a mulher de Ciro, mandando-lhes beijinhos.

...um ataque de nervos
Após o debate, já na saída da Band, a festeira Bia Aidar, assessora de Nizan Guanaes, quase protagonizou uma briga de rua. Ela alcançou uma colunista da Globonews, tocou-lhe no ombro e provocou: "Toma cuidado, vou te pegar". Elegante e fleumática, a colunista ignorou a ameaça.

Ganhando no papo
No restaurante "Spot", em São Paulo, após o debate de domingo, a aproximação de um bêbado deixou tensos os que estavam à mesa com Ciro Gomes, amigos e assessores. Exceto a mulher do candidato, Patrícia Pillar, que ouviu o bebum com paciência e simpatia. Hábil, no final do papo surrealista ela não só neutralizou o provocador, como até ganhou seu voto.

Teu nome é ACM
Os adversários acusam Ciro Gomes de vender a alma ao diabo, para se eleger. E aceitou pagamento em acarajé.

Abaixo da cintura
O candidato tucano ao governo da Paraíba, Cássio Cunha Lima, aguarda o início da pancadaria do adversário, Roberto Paulino, atual governador. Cássio soube que uma pesquisa da empresa Consult, de Natal, contratada pela federação das indústrias local, indicaria a sua vitória já no primeiro turno, daí a decisão de começar a bater nele da cintura para baixo.

Leis da física
Por que os palanques com menos gente quebram com mais facilidade?

Piada de português
Durante a recente reunião de chefes de Estado e de governo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Brasília, a delegação de Portugal exigiu do Itamaraty a contratação de intérprete para o "brasileiro". Assim se fez. O intérprete teve um trabalhão.

O nome dele é clone
Solução engenhosa do candidato a deputado Moreira Franco (PMDB-RJ): um cabo eleitoral desfilando com uma máscara que é a cara do dono. O dom da ubiqüidade foi exibido ontem, na Cinelândia, centro do Rio.

Contra Berlusconi
O jovem cineasta paulistano Cesar Meneghetti participa do projeto de cultura popular liderado pelo célebre Nani Moretti, resistindo contra o controle dos meios de comunicação pelo primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi. Meneghetti filmou "Zapaterra" para os "Diários Sacher" de Moretti, coleção de documentários sobre os italianos.

Panfleto investigado
O corregedor do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Vilarinho Pedrosa, investiga a origem de panfleto supostamente assinado pelo embaixador José Maurício Bustani, postado em São Paulo, com o endereço de Brasília da Associação dos Diplomatas Brasileiros. Nem o ministro Celso Láfer – ofendido no panfleto – acredita que Bustani está por trás da baixaria.

Dançando na CPI
A Assembléia do Rio vai investigar as fraudes no concurso público do Teatro Municipal. A Justiça suspendeu de novo a homologação, os empossados "desempossados" e os reprovados retomaram seus postos. A Fundação Escola de Serviço Público, que organizou o concurso, é alvo de processo.

"Barriga" policial
Outra vez a polícia induziu a imprensa a erro. O delegado da 14ª DP do Rio informou que Anthony Jabur Afif, envolvido em briga de boate, dizia ser filho do ex-governador Garotinho, mas o pai seria na verdade Guilherme Afif Domingos. Nem uma coisa nem outra. Se consultasse o Instituto Félix Pacheco antes de difundir a cascata, saberia que o pai é Jabur Anthony Afif.

Poder sem pudor

Retorno apressado
O senador Vitorino Freire viajou à Bolívia chefiando uma delegação que negociaria os chamados Acordos de Reboré, sobre petróleo. A viagem estava prevista para durar uma semana, mas ele retornou dois dias depois.

– Já terminaram as negociações? - perguntaram a Vitorino.
– Não. Mas não vou ficar num lugar com 4.800 metros de altitude e onde urubu tem dispnéia.


Editorial

PENAS MAIS DURAS

O Congresso Nacional se mobiliza neste período eleitoral para algumas questões de grande importância, mas a votação que deve mexer mais com o País é a que redefine crimes e altera penas. O recrudescimento penal é uma das pontas para a melhoria da Segurança Pública; é louvável e necessária, mas não pode ser um ato isolado. É preciso bem mais para que se tenha mais tranqüilidade em todo o País, algo que ultrapassa as fronteiras policiais.

O Brasil precisa atacar, com igual empenho, a questão do emprego. Só com oportunidade para que todos tenham uma ocupação regular é que se poderá falar em uma segurança mais eficaz, uma vez que uma multidão de brasileiros continua à margem da sociedade e procura meios – muitas vezes, por desespero, ilegais – de sobrevivência. São homens de bem em momentos de fraqueza. A Segurança Pública deve ser uma prioridade, mas não se pode pensar em segurança apenas de forma punitiva. É preciso prevenir, mas não apenas por meio do medo. A educação e o trabalho são ainda a forma mais eficaz de combate ao crime. Que se endureçam as penas para os criminosos, mas antes de tudo a obrigação do Estado é proteger seus cidadãos e não apenas pensando em como puni-los exemplarmente.


Topo da página



08/06/2002


Artigos Relacionados


Avaliação positiva de Lula e otimismo com Dilma crescem, diz CNT/Sensus

Ibope confirma liderança de Zambiasi

Liderança do PT confirma candidatura de Tião Viana

Dilma confirma Jucá na liderança do governo no Senado

Pesquisa do Ipea confirma liderança de pequenas empresas em contratações

Lula consolida liderança