Ibope confirma liderança de Zambiasi
Ibope confirma liderança de Zambiasi
Candidato do PTB tem 49% das intenções de voto, seguido de Emília Fernandes, com 31%, e José Fogaça, com 28%
Com 70% dos eleitores já decididos em relação aos dois nomes para o Senado, o deputado estadual Sérgio Zambiasi (PTB) lidera a mais recente pesquisa do Ibope, com 49% das intenções de voto.
A senadora Emília Fernandes (PT) tem 31%, o senador José Fogaça (PPS), 28% e o deputado Paulo Paim (PT), 23%.
Como a margem de erro é de 2,6 pontos percentuais para mais ou para menos, o Ibope considera Emília tecnicamente empatada com Fogaça em segundo lugar.
A pesquisa constatou que 11% dos eleitores não escolheram nenhum dos candidatos ao Senado e 14% estão indecisos em relação ao segundo voto.
Na pesquisa espontânea, em que se pergunta ao entrevistado em quem pretende votar, sem mostrar um cartão com o nome dos candidatos, Zambiasi teve 30%, Emília, 20%, Paim, 18% e Fogaça, 16%.
O Ibope entrevistou 1.400 eleitores de 77 municípios gaúchos, no período de 23 a 25 de setembro.
O último fim de semana da campanha
Rigotto é recebido com euforia por eleitores
Dono de uma curva ascendente nas pesquisas de intenção de votos para o Piratini, Germano Rigotto (PMDB) planeja manter a campanha sem ataques aos adversários.
– Nesta eleição, quem ataca, perde – disse.
A campanha foi intensa no final de semana. Sábado pela manhã, Rigotto participou de carreata pelas ruas de Campo Bom, que terminou com ato público no CTG Campo Verde. Depois, foi a Novo Hamburgo e São Leopoldo. À noite, esteve em Uruguaiana.
– Esta semana vai ser assim, ficaremos o máximo possível nas ruas – anunciou.
No domingo, o candidato promoveu uma carreata na Capital, iniciada pelo Parque da Harmonia. Recebido com euforia pelas pessoas que o aguardavam para o percurso, Rigotto autografou camisetas de campanha vestidas por mulheres.
A caminhonete Dogde Dakota do candidato, adaptada para consumir gás natural veicular, exigiu uma troca brusca de marchas na subida da Rua Carlos Trein, na Bela Vista. O solavanco fez com que os políticos se desequilibrassem, amparando-se uns nos outros para não cair. No local, assim como em outros pontos de Porto Alegre, o trânsito chegou a ficar engarrafado.
Bernardi investe em contatos diretos
A estratégia de Celso Bernardi (PPB) para os dias que antecedem o pleito será intensificar a mobilização partidária para garantir os votos dos indecisos. O objetivo é perseguir o voto dos eleitores que ainda estão escolhendo os nomes para o próximo domingo, anunciou, ao salientar que só a sua candidatura representa a oposição forte contra o PT.
Ontem, Bernardi participou de uma caminhada com militantes do partido no Brique da Redenção. Acompanhado da candidata a vice, Denise Kempf, e do candidato do partido ao Senado, Hugo Mardini, ele ressaltou que manteve a apresentação de propostas e as críticas ao atual governo como foco principal, desde o início da campanha.
– Só nós fomos oposição desde o início, mostrando que não adianta apenas ser bonzinho para convencer o eleitor. Agora é a hora de aumentar o contato direto com o eleitor, reforçar nosso projeto e conquistar os indecisos – disse Bernardi.
Segundo o candidato, cerca de 40% dos eleitores estão sem convicção em quem votar. No sábado, ele convocou os participantes de um comício em Jaguarão a multiplicar as críticas ao PT e buscar a preferência dos indecisos. Debaixo de chuva, em um discurso improvisado em cima de um caminhão, abordou as dificuldades da campanha, criticou as pesquisas eleitorais e pediu mobilização total da militância para chegar ao segundo turno.
Tarso samba e faz comícios
Críticas aos candidatos de oposição e apelos para que os eleitores façam um mutirão em busca de mais votos para a Frente Popular foram os principais pontos dos discursos de Tarso Genro (PT) no final de semana. Em roteiros pelo Interior e pela Capital, disse não temer o embate e garantiu que a única tarefa dos petistas, agora, será conseguir o maior número de votos no primeiro turno.
Ontem à tarde, Tarso foi homenageado por um grupo de carnavalescos da Capital, no Brique da Redenção. No final da tarde, o candidato foi a grande atração de um ato político na Restinga. Criticou os candidatos que só visitam o local em época de eleição e pediu aos eleitores uma verdadeira caça aos votos:
– Cada um de vocês tem de visitar no mínimo 200 casas e confirmar a vitória.
No sábado, em Passo Fundo, Cruz Alta e Bagé, não economizou críticas à política neoliberal e aos candidatos Antônio Britto (PPS) e Germano Rigotto (PMDB):
– Tinha prometido que iria depenar o Britto no segundo turno. Fizemos isso antes. Agora, o que tentam é nos passar um novo produto – disse, fazendo referência a Germano Rigotto.
O colorido das bandeiras no brique
Um verdadeiro duelo entre bandeiras de partidos e cartazes de candidatos às eleições de outubro marcou a campanha eleitoral no Brique da Redenção, na manhã de ontem. Espalhados por toda a extensão da feira, militantes e candidatos das principais siglas gaúchas intensificaram a mobilização, protagonizando cenas reais de democracia, ao dividirem amigavelmente o espaço do Brique.
Concentrados na esquina da Rua José Bonifácio com a Avenida João Pessoa, grupos de militantes espalhavam o colorido das bandeiras em meio à manhã cinzenta. Gritos de guerra e jingles dos principais candidatos ao governo do Estado ecoavam entre as buzinas dos carros, denunciando a intensidade da disputa, a exatos sete dias do pleito.
Lado a lado na avenida, eleitores de Germano Rigotto (PMDB), Celso Bernardi (PPB) e Antônio Britto (PPS) esqueceram por alguns minutos do embate entre seus candidatos, para juntos repetirem a mesma frase: “Vai acabar a ditadura do PT”.
A poucos metros dali, avessos às provocações, dezenas de militantes petistas invadiam o coração do Brique, para dar início a uma caminhada do partido, comandada por um grupo de candidatas, como a senadora Emília Fernandes. O momento mais tenso da manhã ocorreu por volta do meio-dia, quando os militantes do PT tiveram de disputar o mesmo espaço com uma comitiva do PPB. Diante de vaias mútuas, os dois grupos se cruzaram rapidamente, e dispersaram-se ao longo da feira.
Mais de cem quilômetros nas carreatas de Britto
Em uma nova ofensiva aos redutos do PT, somente no final de semana o candidato do PPS a governador, Antônio Britto, esteve em 11 municípios da Região Metropolitana. Abanou, atirou bandeiras amarelas, adesivos e chaveirinhos aos eleitores de Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Eldorado do Sul, Guaíba, Cachoeirinha, Gravataí, Viamão e Alvorada.
A maioria dessas cidades já recebeu mais de uma visita de Britto nas últimas semanas, o que confirma a estratégia de centralizar a campanha na região na etapa final. Somente no domingo, foram mais de cem quilômetros em quatro cidades administradas pelo PT.
No sábado, o candidato foi a Guaíba, onde discursou na Praça da Luz. Como fizera em visitas anteriores à cidade, Britto voltou a atacar o governo Olívio Dutra:
– Guaíba é a maior tristeza de minha vida política. Roubaram de vocês o sonho e a esperança de emprego. Quero ser governador para voltar a trazer empresas ao Estado.
Em Eldorado do Sul, foi recebido pelo prefeito Jaime Conzatti (PSDB), que citou empresas instaladas no Estado com incentivos fiscais durante o governo Britto, como a Dell Computer.
Crescimento de Rigotto muda estratégias
O crescimento da candidatura de Germano Rigotto, da União pelo Rio Grande (PMDB-PSDB-PHS), pôs em xeque as peças do jogo de xadrez em que se transfor mou a eleição para governador do Rio Grande do Sul. A prometida unidade da oposição contra PT em um eventual segundo turno obriga a coligação Rio Grande em 1º Lugar (PPS-PFL-PT do B-PSL), que sustenta a candidatura de Antônio Britto, a uma posição delicada na última semana: de olho em uma possível aliança contra Tarso Genro, da Frente Popular (PT-PC do B-PCB-PMN), Britto promete não atacar Rigotto, seu adversário direto na disputa pelo segundo lugar.
No PT, há a preocupação de que Rigotto, com seus baixos índices de rejeição – 4,9% no Centro de Estudos e Pesquisas em Administração (Cepa) e 6% no Ibope –, torne-se mais perigoso do que Britto no segundo turno. A uma semana da eleição, o peemedebista promete manter a estratégia que tem lhe garantido imunidade. Veja o impacto do crescimento de Rigotto nas estratégias dos outros três principais concorrentes ao Palácio Piratini.
Britto busca os votos dos indecisos
Desde que Rigotto começou a crescer nas pesquisas de intenção de voto, o candidato do PPS a governador, Antônio Britto, tem sido questionado sobre a possibilidade de perder a vaga no segundo turno para o PMDB.
Diplomático, Britto tem dito que o importante é que algum dos três principais candidatos de oposição esteja no segundo turno, sem importar qual deles:
– Se for o Rigotto, estarei pronto para trabalhar para ele.
Diante dos eleitores, Britto tem procurado passar uma imagem tranqüila. Conversa com todos que por ele cruzam e jamais altera a voz ou o semblante. Só fala sobre pesquisas quando questionado pela imprensa. Segundo Britto, a transferência de votos entre ele e Rigotto era previsível. Mas a questão preocupa a militância
Como coordenador-geral da campanha de Britto, o deputado federal Nelson Proença (PPS) afirma que ataque é uma palavra vetada na equipe:
– Vamos nos concentrar na busca dos votos dos indecisos. A oposição tem de estar unida no segundo turno. Não atacaremos o Rigotto nem o Bernardi de jeito nenhum.
Bernardi parte para o ataque
Em quarto lugar nas pesquisas, Celso Bernardi (PPB) é o único dos quatro principais candidatos ao Piratini que pode posicionar-se como franco-atirador.
Desde a semana passada, a coordenação de campanha do partido tem tentado relacionar Germano Rigotto (PMDB) aos pontos vulneráveis dos governos Pedro Simon (PMDB) e Antônio Britto (então no PMDB, hoje no PPS).
– Quando governou o Estado, o PMDB nunca valorizou corretamente a educação, a agricultura, os servidores públicos – afirma.
O ataque mais contundente ocorreu com o depoimento do ex-governador Jair Soares na TV, lembrando um acordo de seu governo com a oposição, estabelecendo a evolução do piso do magistério até 2,5 salários mínimos.
A cúpula do PPB atribui o crescimento de Rigotto à exposição na mídia, dizendo que ele teve de volta o eleitor do PMDB que estava com Britto.
Os próximos dias serão de reforço do trabalho do partido no Interior. O objetivo é levar a campanha para as ruas em busca dos votos dos indecisos.
PT prepara crítica política
O impacto da decolagem de Germano Rigotto (PMDB) nas pesquisas no núcleo estratégico do PT pode ser ilustrado com um paradoxo: embora previsto, surpreendeu pelo momento da campanha em que ocorreu.
Desde que se iniciou o debate interno sobre as táticas que seriam trabalhadas na disputa, pelo menos dois líderes estaduais do partido, Miguel Rosseto e Raul Pont, alertavam para a consistência eleitoral do peemedebista e anteviam a hipótese de confronto.
Os principais coordenadores da campanha petista, David Stival e José Eduardo Utzig, não admitem qualquer mudança de estratégia em função da nova tendência, apesar de toda a apreensão perceptível entre a militância e assessores.
Os programas do horário eleitoral gratuito seguirão apostando na emoção e na mobilização da militância. O presidente estadual do PT revela, no entanto, que uma das ações previstas é reforçar entre os partidários os conceitos de uma crítica política a Rigotto. O que, aliás, já está acontecendo nos discursos de Tarso no Interior.
– O Rigotto não pode posar de arauto da concórdia, porque representa um projeto de exclusão social – explica Stival.
PMDB reforça imagem de alternativa
Imune até agora aos ataques de Tarso Genro (PT) e Antônio Britto (PPS), o candidato do PMDB, Germano Rigotto, reafirma que nenhuma alteração estratégica será feita até o dia da eleição.
O peemedebista subiu 12% nas pesquisas em um mês (segundo o Ibope), colando em Britto. Rigotto, que vence em todas as simulações de segundo turno, atribui a decolagem de sua candidatura à conquista dos indecisos.
– As pessoas começaram a se dar conta da existência de um processo de radicalização que vem desde 1994, passa por 1998 e chega a 2002. Não há como criar um ambiente para o Estado se desenvolver com esse clima de ódio entre duas forças. O Rio Grande perde com isso – afirma Rigotto, referindo-se às trocas de acusações que marcaram o embate entre Tarso e Britto.
O peemedebista promete manter a estratégia: apresentar-se como alternativa a Tarso e Britto e evitar confrontos .
A mobilização do partido no Interior e a adesão de outras siglas (como PDT e PTB) à campanha continuará sendo reforçada .
Lula a um ponto da vitória no 1° turno
A uma semana da eleição, o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, está a um ponto de vencer no primeiro turno, segundo pesquisa do instituto Datafolha, publicada ontem na Folha de S. Paulo.
Lula teria 49% dos votos válidos.
Na pesquisa estimulada, Lula tem 45% das intenções de voto, contra 19% de José Serra, 15% de Anthony Garotinho (PSB) e 11% de Ciro Gomes (PPS). O número de indecisos baixou para 5%. Somente 3% dos entrevistados manifestaram a intenção de votar em branco ou nulo.
Outra vantagem de Lula é que 60% de seus eleitores sabem seu número (13) para digitar na urna eletrônica. Somente 37% dos eleitores de Serra sabem que seu número é 45. No caso de Garotinho (40) e Ciro (23), 46% sabem os seus números.
O Datafolha ouviu 6.040 pessoas, em 337 municípios brasileiros, nos dias 26 e 27. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Petista tem 37% dos votos dos gaúchos
Com 37% das intenções de voto, o petista Luiz Inácio Lula da Silva lidera a mais recente pesquisa do Ibope no Rio Grande do Sul. O tucano José Serra vem em segundo, com 27%. No Rio Grande do Sul, o índice de Lula é inferior à sua média no país. Serra, ao contrário, ostenta no Estado índices superiores à sua média nacional.
Anthony Garotinho (PSB) tem 11% e está tecnicamente empatado com Ciro Gomes (PPS), com 10%. O Ibope ouviu 1.400 eleitores de 77 municípios gaúchos, no período de 23 a 25 de setembro. A margem de erro da pesquisa é de 2,6 pontos percentuais.
Brizola, à espera de Lula
A Frente Trabalhista (PPS-PDT-PTB) está “em reflexão” sobre uma possível retirada da candidatura Ciro Gomes em favor de uma vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva, ainda no primeiro turno.
A informação foi dada na noite de sábado por um dos articuladores da Frente, o presidente nacional do PDT, Leonel Brizola. Ontem, no Rio, Ciro rechaçou a possibilidade de renunciar.
A Frente, segundo Brizola, aguarda uma solicitação do PT pela renúncia.
– Se o Lula, o José Dirceu e o PT vierem explicar que precisam de nós para vencer no primeiro turno, essa reflexão adquire um outro peso. Nós vamos pensar não uma vez, mas duas vezes, sobre o que fazer – disse.
Na noite de sábado, pouco antes de um showmício em Petrópolis, na serra fluminense, Brizola havia dito que, apesar de o PDT manter seu apoio a Ciro, ele, pessoalmente, gostaria de dar um “impulsozinho” na candidatura do PT:
– Es se sistema implantado pelo Fernando Henrique, do neoliberalismo, está cambaleando, num cai-não-cai. Do outro lado, a gente vê o PT dizendo ‘eu garanto a mão, eu me atiro n’água e atravesso esse rio’. Eu, pessoalmente, gostaria de dar um impulsozinho, gostaria de ver o Lula nadar, para ver como o PT nada, se atravessa o rio.
Brizola falava já dando como certa a ausência de Ciro no segundo turno. Segundo ele, há “uma fraude preparada” contra o PT.
– No segundo turno, eles vão dar uma rasteira no Lula por meio da informatização da eleição – diz.
Ciro preferiu não confrontar diretamente as afirmações de Brizola, mas rechaçou a renúncia:
– Tenho a missão de levar a campanha até o segundo turno para debater qual o melhor projeto.
Lula agradeceu ontem o possível apoio de Brizola:
– Todo mundo sabe o respeito que tenho pelo Brizola. É um aliado histórico. Portanto, se ele me apoiar, quero agradecer antecipadamente.
Café frio
A declaração do presidente do PDT, Leonel Brizola, de que poderia orientar o partido a votar no PT já no primeiro turno, gerou clima de fim de campanha na visita de Ciro Gomes (PPS) às cidades de Pará de Minas e Itaúna (MG).
Cerca de 200 pessoas aguardaram a chegada de Ciro em Pará de Minas, mas não havia camisetas nem bandeiras do candidato. O prefeito Inácio Franco (PFL) também não foi recebê-lo. Depois de uma carreata, Ciro foi para Itaúna, onde faria um pronunciamento, que foi cancelado.
A saída do PDT da candidatura de Ciro já é uma realidade, pelo menos em Minas. Quarenta pedetistas anunciaram apoio a Lula.
PT faz comício hoje na Capital
Com um comício no Largo da Epatur, a Frente Popular pretende consolidar hoje a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Estado e reforçar a campanha de Tarso Genro ao Palácio Piratini.
O ato, que se inicia às 18h, encerra a série de grandes comícios de Lula nas capitais brasileiras e contará com o reforço da dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano, contratada por R$ 75 mil por show para animar os comícios do PT, e de outros 12 artistas gaúchos.
A expectativa do PT é de fazer história hoje. Com mais de 500 ônibus de militantes do Interior confirmados, a coordenação de campanha pretende fazer o maior ato político do partido em todos os tempos. No mesmo palco, estarão Lula, Tarso, o governador Olívio Dutra, o candidato a vice, Miguel Rossetto, e os demais integrantes das nominatas majoritária e proporcionais.
O 9º Batalhão da Brigada Militar será responsável pela operação, tendo 60 policiais militares no local. O efetivo ficará no local das 17h até o final da dispersão, dando atenção especial em rondas nos principais pontos de ônibus. Cerca de 200 militantes da Frente Popular ajudarão na segurança.
FH sobe ao palanque de Serra
Pela primeira vez na campanha, o presidente participa de ato do candidato do seu partido
Será em território mineiro, hoje, a estréia do presidente Fernando Henrique Cardoso no palanque do candidato do PSDB à Presidência, José Serra.
FH vai participar de um ato no hotel Brasilton, em Contagem, depois de visitar o governador Itamar Franco no Palácio da Liberdade, em um claro gesto de reconciliação política.
Para levar Serra ao segundo turno, a ordem é investir no segundo maior colégio eleitoral do país, onde Luiz Inácio Lula da Silva (PT) leva vantagem nas pesquisas. O comando da campanha espera contar com o apoio mais enfático do candidato ao governo estadual pelo PSDB, Aécio Neves, que lidera as pesquisas com índices suficientes para vencer no primeiro turno.
Pela manhã, com Itamar, haverá o anúncio de repasse de recursos devidos pela União ao governo mineiro. Com isso, FH pretende reduzir as dificuldades administrativas e políticas do Estado e abrir mais um canal de ajuda a Serra junto ao eleitorado mineiro.
– É onde temos campo para crescer e onde o presidente sempre teve apoio político – justificou o coordenador da campanha do PSDB, deputado Pimenta da Veiga.
FH fará mais do que participar de um ato público em um auditório com capacidade para 400 pessoas. O presidente, que apareceu no primeiro dia da propaganda de Serra, vai reaparecer pedindo votos para o seu candidato.
Ontem, Serra passou o dia em São Paulo. Junto com a candidata a vice-presidente, Rita Camata, participou da missa celebrada pelo padre Marcelo Rossi.
Engajada na campanha de Serra, a primeira-dama Ruth Cardoso criticou ontem os programas sociais baseados exclusivamente na distribuição de renda, como o renda mínima, um dos projetos encampados pelo PT. Durante discurso em um evento sobre o Terceiro Setor, em São Paulo, a primeira-dama defendeu a política de assistência social participativa, como prega Serra. Ruth Cardoso citou como exemplo o programa de Alfabetização Solidária.
Tarso ataca candidato do PMDB
Petista buscou vincular Germano Rigotto como aliado e ex-líder de FH na Câmara
Tarso Genro (PT) mostrou ontem, no debate promovido pela TVE entre os candidatos ao governo do Estado, como pretende enfrentar Germano Rigotto (PMDB) na última semana antes do primeiro turno das eleições.
– O deputado foi líder do governo Fernando Henrique Cardoso, o governo que mais desempregou no país e que mais sucateou os direitos dos aposentados – disse o petista a Rigotto, que está empatado com Antônio Britto (PPS) em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto.
Rigotto afirmou ter tido a “honra de ser o líder no primeiro mandato” de FH e que estava consciente dos erros e dos “muitos acertos” da gestão. O deputado negou ter apoiado os projetos de flexibilização dos direitos trabalhista e a reforma previdenciária:
– Deve haver flexibilização das leis trabalhistas, mas da forma como o projeto foi apresentado, não obteve meu voto. Estou muito tranqüilo em relação a cada voto que dei no Congresso.
A discussão sobre o modelo de desenvolvimento a ser adotado pelo próximo governador do Estado serviu de pretexto para a troca de acusações entre os envolvidos na disputa. O encontro teve início às 20h, nos estúdios da emissora, na Capital, e reuniu 11 nomes que serão apresentados ao eleitor em 6 de outubro.
Os momentos de maior tensão ocorreram no terceiro bloco. A pergunta de Tarso a Rigotto esquentou o confronto. A seguir, Júlio Flores (PSTU) questionou as propostas para o desenvolvimento de Rigotto, lembrando que o deputado federal fez parte do governo de Antônio Britto:
– O senhor está prometendo um paraíso aos trabalhadores. O senhor apóia a Alca (Acordo de Livre Comércio das Américas).
– Gostaria que tu recebesses as diretrizes de governo para ver que não há promessa de paraíso. Sou o maior crítico da Alca. A Alca vai ser prejudicial às nossas empresas, mas não podemos sair da mesa de negociação – respondeu Rigotto.
Sempre em sintonia com Tarso, Caleb de Oliveira (PSB) foi o próximo a atacar Rigotto. O discurso dos candidatos de oposição ao PT privilegiou temas como a segurança pública, o rompimento das negociações com a Ford e o Orçamento estadual para 2003. Um suposto déficit de R$ 1,6 bilhão foi abordado por Rigotto e Celso Bernardi (PPB).
– Esse orçamentro é uma obra de ficção. Está sendo superestimada a receita e subestimada a despesa – respondeu Bernardi.
– Eu me preocupo por que vamos administrar em cima dessa proposta. Existe aqui um valor projetado negativo de R$ 1,6 bilhão – afirmou Rigotto, na tréplica.
Torcidas
Apesar da chuva forte que começou a cair 30 minutos antes do início do debate, centenas de militantes, a maioria do PT e do PPS, cercaram o portão de entrada da emissora.
Separados por duas filas de policiais militares, eles puderam assistir ao debate por um telão. Nas dependên cias da TVE entraram somente assessores e jornalistas com credenciais.
Assessores
No corredor de entrada da emissora três aparelhos de TV e cadeiras foram colocadas para que assessores pudessem acompanhar o debate. Lado-a-lado estavam os coordenadores da campanha de Britto, Nelson Proença, de Bernardi, Percival Puggina, e o vice-presidente estadual do PT, Paulo Ferreira. Nos momentos engraçados riram juntos e até emprestaram isqueiro para acender cigarros uns dos outros.
Garotinho pede votos aos eleitores de Ciro
Apesar de não acreditar na possibilidade de Ciro desistir, o candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho, fez um apelo ontem no Rio para que os eleitores de Ciro Gomes (PPS) votem nele no primeiro turno. Garotinho entende que o candidato da Frente Trabalhista não tem mais chance de ir para o segundo turno.
– Ele não tem mais possibilidade de chegar ao segundo turno. Faltam poucos dias. Então peço que reflitam e ajudem a consolidar a minha presença no segundo turno – afirmou Garotinho, em passeata por Copacabana, ao lado da mulher Rosinha, candidata ao governo do Estado pelo PSB.
Sobre o fato de uma possível renúncia de Ciro significar a vitória de Lula já no primeiro turno, Garotinho afirmou não acreditar nessa hipótese.
Hartung lidera no Espírito Santo
Na disputa ao governo do Espírito Santo, o senador Paulo Hartung (PPS) mantém a liderança, com 47% das intenções de voto, de acordo com pesquisa do Instituto Futura, divulgada ontem. Em segundo lugar, está o deputado federal Max Mauro (PTB), com 34%.
De acordo com a pesquisa, Hartung venceria no primeiro turno se as eleições fossem hoje, com mais de 50% dos votos válidos. Os candidatos Haroldo Santos Filho (PFL) e Sônia Santos Silva (PCO) tiveram 1% de intenções de voto, cada um, enquanto os demais não foram mencionados.
... E o vento levou
A ventania de ontem de manhã, em Porto Alegre, embaralhou a propaganda de diferentes candidatos e diferentes partidos. Neste canteiro da Avenida Erico Verissimo, Tarso Genro (PT) deu sorte. Só os cavaletes dele ficaram de pé. Será que foi só a ventania?
Promete ser movimentada a semana que começa hoje. Às vésperas da eleição, os candidatos intensificam o corpo-a-corpo e apelam para os militantes de seus partidos. Confira o que eles andaram pedindo no fim de semana. Na madrugada de sábado, num comício em Tocantins, José Serra (PSDB) invocou uma “ventania eleitoral” a favor de sua candidatura. Em São Paulo, José Genoíno (PT) pediu que cada militante faça “um dia valer por uma semana inteira”. Paulo Maluf (PPB) foi específico na matemática e convocou seus correligionários a batalharem por pelo menos “10 a 15 votos por dia”. Em Belo Horizonte, Lula alertou a militância para não ficar de “sapato alto”. Anthony Garotinho radicalizou. Ontem, no Rio, sugeriu aos eleitores de Ciro Gomes (PPS) que abandonem a candidatura do ex-governador cearense e se juntem a ele.
Só faltou assobiar e chupar cana:
Ontem, em visita à Feira dos Nordestinos, em São Cristóvão, no Rio, Ciro Gomes e Patrícia Pillar dançaram forró e comeram churrasquinho de gato. Tudo ao mesmo tempo.
Houve uma vez uma eleição:
O PT gaúcho ganha reforço cinematográfico no seu horário eleitoral gratuito. O jovem elenco do filme Houve uma vez Dois Verões apareceu na noite de sábado para simular a votação nos candidatos do 13.
Em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, o candidato a deputado Soldado Mota (PMNB) tem discurso originalíssimo:
– Não prometo fazer nada para os eleitores. Mas se vocês me elegerem, vão tirar seis pessoas da miséria: eu, minha mulher e meus quatro filhos.
Marido folgado
Comício de José Serra (PSDB) em Curitiba, na noite de sábado. O tucano corteja o eleitorado feminino:
– As mulheres do Brasil carregam a sociedade nas costas. A mulher brasileira costuma ter três jornadas de trabalho, e às vezes até uma quarta, quando o marido é muito folgado.
As palavras de Serra obviamente agradam as mulheres presentes, que respondem com vivas, gritos e aplausos. Incentivado pelo retorno positivo, o ex-ministro graceja:
– Pela reação, vejo que aqui tem muito marido folgado.
Diante do burburinho no palanque, José Serra apressa-se na ressalva:
– Exceto os que estão aqui em cima, evidentemente.
Skank:
A banda mineira fechou o comício de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no sábado, em Belo Horizonte. Lula disse que “pela primeira vez na história do país o Brasil vai eleger um torneiro mecânico em detrimento de um doutor”. Confiante, pediu a Samuel Rosa, do Skank, para não marcar nenhum show para 1º de janeiro. Disse que o grupo será convidado a tocar na festa da posse.
Missa:
José Serra (PSDB) e Rita Camata (PMDB) madrugaram no domingo para acompanhar, às 6h, a missa do padre Marcelo Rossi no Santuário do Terço Bizantino. Quando o padre perguntou se algum fiel precisava de uma graça, Rita levantou a mão. Serra, não.
Copacabana:
Acompanhado pela mulher, Rosinha, que lidera as pesquisas para o governo do Rio, o candidato do PSB à Presidência da República dedicou a manhã de domingo para uma caminhada pela zona sul carioca. Foi do Hotel Méridien até o Posto 6. Aproveitaram um balão para celebrar o seu carinho...
Do Planalto ao escritório de uma ONG em São Paulo
O futuro do presidente Fernando Henrique será à frente de um escritório que ocupará um andar inteiro no Edifício Esplanada, no centro de São Paulo. FH vai presidir a Sociedade de Direitos Constitucionais, uma organização não-governamental (ONG), a partir de janeiro.
Com 1,6 mil metros quadrados, o novo local de trabalho do presidente tem vistas para os jardins do Teatro Municipal e para o Vale do Anhangabaú. O prédio, onde funciona o aristocrático Automóvel Clube de São Paulo, é tombado pelo patrimônio histórico.
Em seu novo escritório, FH vai preparar seu retorno à vida acadêmica. O presidente tem convites para fazer palestras em diferentes países e deverá ser professor visitante em instituições estrangeiras, como as universidades Yale e Harvard, nos Estados Unidos, a London School, na Inglaterra, e a Universidade de Salamanca, na Espanha.
O presidente também será presidente de honra do Clube de Madri, professor do quadro permanente do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Princeton, e espera confirmação de convite para dar consultoria na Organização das Nações Unidas (ONU). Até palestras com o ex-presidente americano Bill Clinton estão previstas na extensa agenda de trabalho de FH.
Segundo a revista Época, a compra da sede da ONG foi articulada pelo amigo pessoal do presidente, Jovelino Mineiro, que coordenou a contribuição de 12 empresários, entre eles Pedro Piva, do Grupo Klabin.
Artigos
Não há emprego sem empresa
Paulo Brossard
Dou tamanha importância ao problema do emprego e do desemprego, que volto ao tema do artigo anterior, para insistir que é natural que ele esteja na boca de todos os candidatos. Não basta dizer, porém, que pretendem criar milhões deles. Seria o ideal que isso viesse a ser feito, mas não ocorre por vontade solitária deste ou daquele governante. Ao que me consta ainda não foi descoberta vara mágica com essa virtude.
Para mostrar o desencontro das idéias a respeito, parece-me bastante apontar para a circunstância de que esses milhões de empregos imaginários parece que devam brotar do nada, ex nihil, independente do complexo empresarial. Ora, a menos que o mundo mude de face, o emprego depende da empresa, como a empresa do emprego. Parece que essa trivialidade não é compreendida e muito menos aceita, pois chega a ser hostilizada por certos segmentos sociais e políticos, talvez seria melhor dizer partidár ios.
O fato, público e notório, é que foi multiplicado o endividamento nacional
Há quem pretenda empregos em profusão, o pleno emprego, para dizer tudo brevemente, mas sem empregadores. Não é pilhéria, é fato visível a olho nu. Curiosamente, muitos dos que se apresentam como defensores do emprego mostram-se inimigos declarados do empregador, chegando ao ponto da agressão física, a invasão, o impedimento material do funcionamento da empresa. Isto sem falar no que ocorre em setores da própria Justiça.
Estou convencido de que não haverá empregos bastante para absorver os desempregados atuais e os que, ano a ano, desejam ingressar no que se convencionou chamar mercado de trabalho, senão havendo empresas que tenham condições econômicas e financeiras que possam criar e manter postos de trabalho. Hoje, no entanto, os bancos, pelos juros insuportáveis, e o fisco, pela ganância insaciável, são os sócios privilegiados do empresário e os concorrentes abençoados dos trabalhadores.
No entanto, esse quadro não me parece despertar a atenção dos que anunciam a criação de milhões de empregos em prazo curto, quatro anos de mandato presidencial.
O conselheiro econômico e diretor do Departamento de Pesquisas do FMI aludiu à necessidade de o Brasil reduzir a relação entre a dívida e o PIB, atribuindo a acelerada desvalorização do real mais aos fundamentos da economia brasileira do que ao clima eleitoral. Desse entendimento discordou o chefe da Casa Civil, preferindo ver o problema à luz do contexto eleitoral e da situação do mercado mundial. Sem pretender julgar a divergência e sem negar que a situação do mercado mundial seja adversa, nem que a eleição que vai definir a administração e a política do país por quatro anos exerceu influência, maior ou menor, no grau de segurança dos negócios e de confiança nos governantes, que vão mudar, mais ou menos, mas vão mudar, parece-me igualmente incontestável que o endividamento do país, estúpido e asfixiante, tenha parcela dominante na configuração do caso. O fato, público e notório, é que foi multiplicado o endividamento nacional, nos oito anos de reinado do jactancioso presidente. Agora o mais grave: por quê? Alguma obra monumental foi realizada, dessas que, por seu vulto, devem ter sua amortização em mais de uma geração? Absolutamente nada. Esta é uma das chagas mais feias do governo da reeleição, que reduziu o Brasil a uma situação de tutelado do FMI.
De qualquer sorte, a perspectiva para a farta multiplicação de empregos não se compadece, a meu juízo, com o que se anuncia para o próximo ano, em conseqüência do alucinado endividamento do país e da política de usura, que continua solta, e do persistente preconceito contra a empresa, cultivado exatamente pelos que defendem mais empregos.
Colunistas
ANA AMÉLIA LEMOS
Saldo do agronegócio
O agronegócio, este ano, deve apurar um saldo de US$ 21 bilhões. Para 2003, o setor poderá registrar um saldo de US$ 23 bilhões. A estimativa leva em conta os bons preços da soja, do café e do açúcar, o aumento das exportações de carnes para os mercados norte-americano e chinês e as vendas para os mercados africano e latino-americano de produtos lácteos. Ao fazer essas projeções, o ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, leva em conta o aumento dos preços e a redução das importações de trigo e outros produtos alimentícios, em valores que podem chegar a US$ 300 milhões. No caso dos lácteos, o ministro indica os mercados do norte da África e México, Equador e Venezuela, como os mais promissores, mas chamou atenção para a importância da política de controle sanitário e qualidade, nesse setor.
A boa safra de trigo, que será a maior dos últimos 14 anos, vai reduzir a importação do produto. Essa economia, associada à redução de outras importações de alimentos, aumentará o superávit comercial do agronegócio. Embora esteja otimista em relação ao próximo ano, o ministro da Agricultura lembra que, no caso das carnes (bovina, suína e de frangos), a presença brasileira cresceu muito neste ano, mas o mercado internacional continua com grandes oscilações. A proibição da entrada de carne e animais vivos do Paraguai, determinada na semana passada, foi para evitar que a pecuária e a exportação brasileiras voltassem a sofrer prejuízos se ocorrer, novamente, contágio com a aftosa. Estão sob suspeita animais da fronteira do Paraguai com Mato Grosso.
Mesmo reconhecendo um “comportamento errático” do mercado internacional em relação aos preços agrícolas, Pratini de Moraes aposta na boa situação da produção brasileira, cujas qualidade e quantidade cresceram substancialmente. Além disso, o esforço para a diversificação do mercado externo garantiu um saldo positivo para a balança comercial, que pode registrar um aumento líquido de US$ 2 bilhões em 2003.
JOSÉ BARRIONUEVO
Haja coração!
Os dois foram parceiros da mesma causa no PMDB. Dentro do partido, se rebelaram contra Jader Barbalho, Paes de Andrade, Orestes Quércia, Geddel Vieira e combateram o atrelamento do partido ao governo. Se separaram no último momento. Antônio Britto e Germano Rigotto foram sempre parceiros de luta dentro do PMDB. O deputado de Caxias integrava o grupo de Britto que apoiou Paulo Odone para a presidência estadual do PMDB contra Cezar Schirmer e chegou a constar nas especulações sobre os deputados que deixariam o partido para ingressar no PPS de Bernardo de Souza, Ciro Gomes e Roberto Freire. Rigotto concorreria ao Senado e terminou sendo o candidato a governador do PMDB, com a saída de Britto. Ambos adotaram o mesmo símbolo na corrida pelo Palácio Piratini: um coração (o de Britto com o slogan O Rio Grande em Primeiro Lugar; o de Rigotto, Paixão pelo Rio Grande).
Decisão na boca da urna
Há quatro dias estavam empatados em 21% segundo o Ibope. No fim de semana, a campanha de Britto ganhou as ruas, tentando frear a tendência de crescimento de Rigotto. Só as próximas pesquisas, quase na boca da urna, mostrarão os batimentos cardíacos de cada contendor. A transferência de votos nas três últimas semanas indicam um crescimento constante de Rigotto, que desponta na reta final como favorito para ocupar a segunda vaga. É uma disputa que não agrada a Tarso Genro, até porque são votos que se cristalizam na oposição, seja quem for o vencedor para com ele disputar o segundo turno.
Lula comparado a Luther King e Mandela
O reverendo Jesse Jackson, líder religioso e político norte-americano, comparou o presidenciável do PT com os líderes políticos negros Martin Luther King e Nelson Mandela.
– Vocês são abençoados por terem um líder especial, com um espírito com um passo à frente do que os outros políticos. Estive com Martin Luther King e Nelson Mandela e eles tinham essa inspiração de um espírito especial que o Lula também inspira – afirmou o pastor, em encontro com evangélicos e Lula no ABC Paulista.
– Mandela e Luther King são símbolos da esperança e desenvolviam alianças políticas, assim como Lula – disse em entrevista coletiva.
Afirmou que Lula é um homem especial, tocado pela mão de Deus.
Tudo pelo voto
Um pouco de criatividade serve para distinguir um candidato em meio a um batalhão de aproximadamente 800 candidatos que disputam 55 cadeiras na Assembléia e 31 na Câmara. Yeda Crusius inovou fazendo campanha nos parques com seus cabos eleitorais circulando de bicicleta, sem a poluição de muros e postes. O vereador Reginaldo Pujol (PFL), que concorre a deputado estadual, ficou emocionado com a homenagem de um eleitor, agradecido por ter criado a Vila Restinga, hoje, com mais de 80 mil habitantes, do tamanho de uma grande cidade. Fernando Záchia busca um mandato na AL em cima da crítica às armadilhas dos pardais, em terra, mas busca os céus para divulgar seu no me. Campeão de votos em duas legislaturas na bancada do PMDB, o deputado João Osório construiu uma engenhoca, uma espécie de carroça puxada por um cavalo, no lugar de carros embandeirados. Um eleitor compareceu a um comício do deputado estadual Berfran Rosado (PPS) colocando a sua criatividade a serviço do combate ao PT.
Mirante
• Deputado Mário Bernd (PPS) é pai pela quinta vez. O novo rebento, que ganhou o nome de Germano, nasceu ontem no Hospital Fêmina. Um dos mais aguerridos deputados, Bernd, médico de profissão, brinca dizendo que é uma demonstração inequívoca de “confiança no futuro”.
• No debate realizado ontem na TVE, Tarso deu voltas e não conseguiu explicar o expurgo da Ford do RS. Esqueceu de culpar o preconceito ideológico.
• O PT intensificou o combate a Britto, o que pode estar indicando que Tarso prefere enfrentar Rigotto no segundo turno, quando os debates serão olho no olho, com apenas dois participantes.
• Os candidatos vinculados ao governo (Tarso e Júlio Flores) tentaram lincar o candidato do PMDB ao governo Britto e a FH. Rigotto não embarcou nas provocações. Somou pontos.
• Tarso enviou ao colunista artigo do sociólogo Boaventura de Souza Santos, a ser publicado na Folha de S. Paulo quinta-feira, com elogios ao candidato. Na edição de ontem, também na Folha, Alain Tourraine também menciona Tarso. “É cada vez mais evidente o interesse internacional em relação à eleição no RS”, comenta a jornalista Vera Spolidoro, em elegante mensagem com cópia do artigo, que merecerá uma síntese neste espaço.
Editorial
A SEMANA DA DECISÃO
Os esforços dos partidos e dos candidatos e as diligências da Justiça Eleitoral chegam a seu clímax nesta semana quando termina a campanha e se processa, domingo, o ato eleitoral propriamente dito. Restam pois apenas alguns programas no horário gratuito de rádio e televisão, os últimos debates e comícios e a maratona do corpo-a-corpo. Os excessos registrados em âmbito federal e estadual – felizmente poucos – não chegaram a deslustrar, até agora, um episódio eleitoral amadurecido e responsável.
As precauções adotadas pelas autoridades judiciais encarregadas de conduzir esse processo deram amplo resultado. O mesmo se pode dizer quanto à ação dos candidatos e dos partidos. Os exageros e o baixo nível – que não foram a regra, mas a exceção – parecem estar sendo punidos pelos próprios eleitores, que, em pesquisas federais e estaduais, manifestam suas intenções de votos. De resto, não se devia nem prever nem esperar uma campanha sem sal e sem pimenta, eis que os condimentos de veemência e de crítica fazem parte essencial das disputas políticas. E isso ocorre não apenas no Brasil, como a experiência antiga e recente tem ensinado. Há pois que distinguir entre a crítica necessária e a acusação desproporcionada, entre a denúncia de erros e o denuncismo sem sentido e sem fundamento. Mesmo sobrecarregada pelo grande volume de demandas, a Justiça Eleitoral tem tido um papel importante, seja pela agilidade com que outorga direitos de resposta, seja, em processos pós-eleitorais, pelo julgamento dos que cometeram excessos. Quanto aos partidos, a experiência pedagógica proporcionada por eleições livres lhes tem ensinado um comportamento que de maneira geral tem sido utilizado a favor da própria democracia.
Numa eleição tão complexa, é na semana final que as opções se solidificam
O balanço é, pois, positivo. Cabe a candidatos e alianças partidárias o dever de manter o nível, expurgando os últimos excessos. Sabe-se que, numa eleição tão complexa como a que o Brasil está vivendo – na qual ocorrem seis diferentes escolhas –, é na semana final que as opções se solidificam. Poucos brasileiros já têm definidos todos os candidatos. Trata-se, portanto, da semana decisiva: nela o eleitor conclui a montagem dos nomes e dos números que serão digitados domingo.
A seis dias da eleição e em meio à natural efervescência vivida por partidos, candidatos e até eleitores, não se pode deixar de ressaltar algo que às vezes é relegado a um plano discreto: a plena normalidade democrática vivida pelo país. A conquista dessa condição há quase duas décadas restaurou para o país o direito da população de escolher livremente seus representantes e implantou o respeito à vontade popular. A manutenção desse progresso político e a estruturação de eleições sérias são avanços que não podem ser esquecidos.
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09/30/2002
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