Cobrança de juros no cartão de crédito é extorsiva, diz Roberto Cavalcanti




Em pronunciamento nesta quarta-feira (11), o senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) criticou as operadoras de cartão de crédito pela cobrança extorsiva de juros, que em alguns casos chegariam a 540% ao ano, contra uma inflação anual abaixo de 10% no Brasil. Ele disse que a taxa atual dos juros é "incompreensível", diante da estabilidade econômica alcançada pelo país e da expansão do mercado consumidor às classes C e D.

- A taxa de juros é incompatível com a realidade. A intenção é de saquear a economia popular - afirmou.

Como problemas enfrentados pelo consumidor, Roberto Cavalcanti citou a indução ao parcelamento das compras; letras ilegíveis no texto relacionado às taxas cobradas; e dados imprecisos com relação à data de vencimento da fatura do cartão.

Para demonstrar os juros cobrados do consumidor, Roberto Cavalcanti exibiu da tribuna faturas dos últimos dois meses de todas as operadoras. Em todas elas, afirmou, há "variação do mesmo crime, do mesmo dano, com as taxas variando entre as operadoras em patamares astronômicos."

De acordo com Roberto Cavalcanti, os juros mensais cobrados no saque de dinheiro vão de 6,95% a espantosos 13,30%. Os juros por atraso no pagamento variam de 11,50% a 13,20%. No crédito rotativo, os juros vão de 12,40% a 14,20%. No pagamento parcelado da fatura, os juros ficam entre 8,50% e 12,30%. O senador ressaltou que a inflação mensal no Brasil "está longe de 1%".

Roberto Cavalcanti disse que as taxas anuais também representam uma "imagem grotesca do descalabro, do acinte e do assalto à economia popular". Segundo ele, há cartões cobrando juros que vão de 144,63% a 540% ao ano.

- É o caso de se colocar as mãos para o alto e pedir socorro. Não sei se por estar rendido ou, na verdade, por conclamar um pedido de socorro a Deus ou às autoridades federais brasileiras - afirmou.

Em aparte, o senador João Faustino (PSDB-RN) disse que a moeda no Brasil foi praticamente substituída pelo cartão de crédito, que hoje já está presente em todas as camadas sociais.

- Chegaram a tal ponto que hoje não se faz mais propaganda do cartão, mas da maquininha que opera o cartão de crédito - comentou.



11/08/2010

Agência Senado


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