Collor alerta para instabilidade na Bolívia e manifesta preocupação com efeitos no Mercosul
O senador Fernando Collor (PTB-AL) alertou nesta terça-feira (29) para a possibilidade de desagregação territorial na Bolívia e seus efeitos negativos para o Brasil e o Mercosul. Collor disse que o movimento autonomista dos Departamentos de Santa Cruz de La Sierra, Pando, Beni e Tarija tem aumentado sua intensidade com a realização de referendos no próximo dia 4 de maio e em julho.
Collor assinalou que a esses referendos, o governo de Evo Morales tem contraposto seu apoio à autonomia de povos indígenas e mobilizado as centrais sindicais. Além disso, acrescentou, o presidente da Venezuela, Hugo Chaves, promoveu, no último dia 23, reunião de emergência da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alaba), quando conseguiu apoio incondicional ao presidente da Bolívia.
- Esse apoio, rebatido pela oposição boliviana, como interferência externa indevida, conduziu ao aumento das tensões, à radicalização de posições. Em sentido inverso, buscando neutralizar o acirramento de ânimos, tem agido a Organização dos Estados Americanos [OEA] - disse Collor.
O senador lembrou que foi formado o grupo de amigos da Bolívia composto por Brasil, Argentina e Colômbia, sob a égide da OEA, para intermediar diálogo entre o governo central e as províncias autonomistas. No entanto, os referendos foram mantidos. Collor disse que, embora tenha esperança nessas iniciativas diplomáticas, vê com preocupação o aprofundamento das divisões regionais, sociais e étnicas na Bolívia além de um prejuízo ainda maior no fornecimento energético.
- O Brasil deve apoiar as ações da OEA mas, sobretudo, deve assumir sua própria responsabilidade como fator de equilíbrio e paz na América do Sul. Deve antecipar-se e formar, com firmeza, a iniciativa de manter a estabilidade na região, evitando deixar aberto espaço que possa ser ocupado, de modo oportunista, por intervenções ilegítimas, que se norteiam por interesses ideológicos e que podem prejudicar nosso objetivo maior de paz na América do Sul - concluiu.
29/04/2008
Agência Senado
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