Collor: Mercosul é mais espaço político que de integração



O presidente da Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado (CI), senador Fernando Collor (PTB-AL), afirmou, nesta quarta-feira (5), na reunião da comissão, que o Mercosul  é mais um espaço político que um espaço de integração. Para Collor, o momento atual do bloco contrasta com o que vive a Aliança do Pacífico, deixando o Brasil isolado das cadeias produtivas mundiais.

O senador se referiu à sétima reunião de cúpula da Aliança do Pacífico, realizada em 23 de maio, na Colômbia. O bloco, que reúne Chile, Colômbia, México, Peru e, desde maio, Costa Rica, decidiu eliminar 90% das tarifas de bens negociados pelo bloco, pretendendo a eliminação total de tarifas em curto prazo. Para Collor, a Aliança do Pacífico vive um bom momento para os negócios em oposição ao Mercosul.

- A postura favorável aos negócios e aos empreendedores da Aliança contrasta com a atual fase que vive o Mercosul, às voltas não só com o protecionismo argentino, mas também com o clima desfavorável causado pela suspensão do Paraguai – afirmou Collor.

Collor destacou que o Paraguai tem aumentado o ressentimento em relação ao Brasil e foi um dos observadores da reunião da Aliança do Pacífico, manifestando seu interesse em participar do bloco. Para o senador, entre os problemas do Mercosul, estão a lentidão institucional e um viés estatizante.

- O Mercosul tem se transformado em espaço político, mais do que de integração, em detrimento de nossos interesses mais permanentes – disse.

Na opinião do presidente da CI, o Brasil pode acabar se isolando das cadeias produtivas mundiais e dos fluxos mais dinâmicos do comércio internacional.

Paralisação de obras

O senador Fernando Collor reiterou, também durante a reunião da CI, que não é contrário à atividade de fiscalização de obras por parte dos órgãos competentes, como o Tribunal de Contas da União.

O assunto tem sido recorrente nas reuniões da comissão e alvo de discussões entre senadores. Ele disse que questiona o excessivo rigor na apuração, o que tem, em sua opinião, causado enormes prejuízos ao país.

- Reafirmo que aquele que levantar a voz por não querer enxergar essa situação, por se preocupar exclusivamente com a letra fria da lei, com a inflexibilidade burocrática e sem o bom senso nas análises estará, este sim, levantando a voz contra o Brasil – afirmou.



05/06/2013

Agência Senado


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