Comissão aguarda informações da investigação da PF sobre o dossiê



A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas ainda não recebeu da Polícia Federal todo o material relativo ao inquérito sobre o episódio do dossiê que supostamente acusa candidatos do PSDB de estarem envolvidos com a máfia das ambulâncias. A informação é do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), um dos sub-relatores de Investigação de Parlamentares da comissão. O deputado lembrou nesta quarta-feira (18) que esses dados foram disponibilizados à comissão pelo juiz da 2ª Vara Federal de Cuiabá, Jéferson Schneider.

De acordo com o deputado, a secretaria da CPI Mista recebeu apenas a parte documental das informações, mas ainda não chegaram os dados que estão arquivados em meio magnético. Entre esses encontram-se fotos e cópias de documentos relativos a quebra de sigilo telefônico e ao rastreamento dos dólares que seriam usados na compra do dossiê e que chegaram ao país pelo Banco Sofisa.

- Aqui na CPI tivemos acesso aos inquéritos, aos depoimentos feitos à Polícia Federal, tanto em Cuiabá como em São Paulo, das pessoas que tiveram a convocação aprovada na tarde de ontem - disse Delgado, referindo-se à aprovação de requerimentos aprovados nesta terça-feira (17) que convocam os citados por envolvimento no caso do dossiê.

Entre os dados que ainda estão com a Polícia Federal e não chegaram à CPI, segundo Júlio Delgado, há fotos que foram apreendidas no dia da suposta negociação do dossiê, por R$ 1,7 milhão, entre integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT) e o empresário Luiz Antônio Vedoin, apontado como chefe da máfia das ambulâncias. Faltam também os documentos que abrem o sigilo telefônico de Hamilton Lacerda, ex-coordenador de comunicação da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) ao governo de São Paulo, e o registro do rastreamento de U$ 109,8 mil que supostamente seriam usados na tentativa de compra do dossiê.

Júlio Delgado disse ainda que o delegado responsável pelas investigações, Diógenes Curado, mostrou a ele fotos em meio magnético que registram Hamilton Lacerda entregando uma mala de dinheiro no hotel Íbis, em São Paulo. Esse material também não foi encaminhado à secretaria da CPI, segundo Delgado.

Questionado quanto à possibilidade de ir a Cuiabá buscar o material, o deputado disse que "essa é uma determinação que cabe à CPI como um todo". Para Delgado, a busca dos documentos não deve ser realizada de forma isolada por algum parlamentar, em nome da CPI.



18/10/2006

Agência Senado


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