Comissão aprova indicação de embaixadora para atuar na Colômbia



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A embaixadora Maria Elisa de Bittencourt, que servia em Israel, foi confirmada por unanimidade, pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), para representar o Brasil na Colômbia. O país vizinho, de 40 milhões de habitantes, é o quarto maior em extensão territorial da América do Sul e o terceiro maior PIB da América Latina.

Para a ministra, em sua cobertura a imprensa não destaca com maior amplitude a realidade da Colômbia. Segundo ela, trata-se de país que avançou de forma significativa, mesmo em meio à violência do narcotráfico, da guerrilha e da ação dos grupos paramilitares.

- As manchetes ocultam a solidez da Colômbia como um Estado que, em meio a tudo isso, conta com uma sociedade forte e empreendedora – avaliou.

Sobre o histórico das relações em entre os dois países, ela assinalou que os laços sempre foram limitados. Porém, observou que o relacionamento se intensificou mais recentemente e que há espaço para que se fortaleça muito mais em diversos campos, com benefícios concretos para os dois povos.

Farc

No campo político, ela destacou a participação do Brasil nos esforços para o estabelecimento da paz interna no país vizinho, que faz fronteira com o Brasil por meio do estado do Amazonas. Desde o segundo semestre do ano passado, o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) estão negociando um acordo de paz.

A ministra citou a colaboração brasileira nos resgates negociados de prisioneiros das Farc, que atuam há mais de 40 anos. Também lembrou que o país participa do processo de negociação que se desenvolve em Cuba, entre o governo colombiano e a guerrilha. Para ela, tudo caminha para um desfecho favorável.

- Não será de hoje para hoje ou amanhã, mas o Brasil deve dar todo a apoio para isso – defendeu.

A diplomata detalhou o andamento das negociações, em torno de cinco pontos consecutivos. O segundo e atual envolve definir garantias para admissão das Farc no sistema político institucional, além da inclusão de seus membros na vida regular do país. Na seguinte, deve ser fechado um acordo final para o fim das hostilidades.

Em seguida, as partes vão tratar da questão do narcotráfico, atividade em que a guerrilha também se envolveu. Ao fim, será focado o direito das vítimas diante de crimes cometidos por guerrilheiros. Os paramilitares, já desmobilizados, negociaram prisão máxima de oito anos, o mesmo teto pretendido pelas Farc.

Comércio bilateral

Para a indicada, o momento é também propício para o adensamento das relações econômicas entre o Brasil e o país vizinho. Disse que o comércio bilateral quase triplicou nos últimos anos, chegando a um estoque anual ao redor de US$ 2,5 bilhões.

Na sua avaliação, os dois países podem desenvolver projetos comuns visando à exploração benéfica de recursos do bioma Amazônico. A seu ver, o compartilhamento de florestas, antes vistas como uma fronteira natural de separação entre os dois países, agora pode ser um fator de aproximação.

A senadora Vanessa Grazziottin (PCdoB-AM) ressaltou a importância da implementação das ações de cooperação no âmbito do Acordo do Tratado de Cooperação Amazônica (OCTA), em relação ao qual disse ser uma “entusiasta”.

Segurança pública

O presidente da comissão, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), destacaram o sucesso da Colômbia, especialmente em Bogotá, a capital do país, na área de mobilidade urbana e segurança pública. Observaram que o país vizinho hoje se transformou em referência nessas áreas. Foi inspirado na capital colombiana Bogotá, por exemplo, o modelo de política para pacificação das favelas do Rio de Janeiro, com a oferta de serviços públicos, ações sociais e culturais, junto com a implantação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

Atendendo a sugestão de Jarbas Vasconcelos, Maria Elisa de Bittencourt se comprometeu, caso seja confirmada no cargo, usar a embaixada em Bogotá como base para recepção de autoridades do país, especialmente prefeitos, com a finalidade conhecer com maior profundidade as políticas de mobilidade e segurança pública no país.

A indicação, por mensagem presidencial, vai agora a exame final em Plenário.



11/04/2013

Agência Senado


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