Comissão aprova indicação de embaixadores brasileiros para Suécia, Malta e Romênia



A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou nesta quinta-feira (27) três indicações do presidente da República para embaixadas brasileiras - todas com 16 votos favoráveis. O diplomata Oto Agripino Maia está indicado para a embaixada da Suécia. Para a Soberana Ordem Militar de Malta foi aprovada a indicação de Vera Lúcia Barrouin Crivano Machado, que deverá acumular o cargo com a de embaixadora junto à Santa Sé. Junto à Romênia, o Brasil deverá ter o embaixador Hildebrando Tadeu Nascimento Valladares. As indicações necessitam ainda de votação do Plenário.

O relator da indicação para a embaixada da Suécia, senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), observou, citando dados fornecidos pelo Itamaraty, que o desequilíbrio da balança comercial entre o Brasil e aquele país - quase US$ 250 milhões a favor da Suécia - aponta para a conveniência de uma política de exportação de produtos brasileiros que melhor explore o potencial do mercado sueco. As possibilidades de intensificação dos investimentos suecos no Brasil também são promissores segundo documento enviado pelo Itamaraty. Há atualmente 170 empresas suecas no país, que empregam 30 mil pessoas e movimentam cerca de US$ 5,1 bilhões.

O que salta os olhos na relação entre os dois países, segundo o diplomata indicado para o cargo de embaixador naquele país, é a importância dos investimentos suecos no Brasil. Maia afirmou que a Suécia é um dos 10 maiores investidores do Brasil e que há perspectivas de aplicação, até 2005, segundo a Câmara de Comércio Exterior, de cerca de US$ 3 bilhões.

A cooperação na área militar e de defesa tem sido importante no relacionamento Brasil-Suécia, disse ainda Arthur Virgílio. O Brasil compra armamentos suecos e a Embraer desenvolve projeto conjunto com a Ericsson (radares para aeronaves). A Suécia tem mostrado também interesse na concorrência para fornecimento de aeronaves de caça que vão reequipar a Força Aérea Brasileira.

O relator ad hoc para a indicação da embaixadora em Malta, senador José Agripino (PFL-RN), destacou a competência da diplomata Vera Lúcia Machado, que foi sabatinada pelo Senado no início do mês, quando da votação de sua indicação para a embaixada brasileira na Santa Sé. Ele informou que a Soberana Ordem Militar de Malta é uma instituição cuja história remonta ao século XI e sua origem está ligada à época das cruzadas. De natureza religiosa, a ordem fixou-se em Roma em 1834. É obrigação de todos os membros se conformarem aos ensinamentos da Igreja Católica Romana e se dedicarem ao serviço da ordem, em particular à atividade hospitalar e social. Alguns de seus membros fazem os votos de pobreza, castidade e obediência e alguns outros são ordenados sacerdotes, segundo informações do Ministério das Relações Exteriores destacadas por Agripino.

Relator da indicação para o embaixador da Romênia, o senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) ressaltou que a cooperação e a presença efetiva do Brasil junto aos neopaíses comunitários europeus é de grande relevância. A Romênia, disse ele, deve tornar-se sócia plena da União Européia em 2007.

- Sendo o único país latino nos Balcãs, e em franca abertura comercial, para nós é muito importante essa aproximação e o embaixador Valladares poderá prestar grandes serviços - disse Mestrinho.

Pelo fato de o diplomata indicado para a embaixada na Romênia ter nascido no Acre, Mestrinho acredita que ele trará contribuição decisiva para desmistificar conceitos equivocados sobre a Amazônia na Europa.

Durante sua exposição, o diplomata ressaltou que os dois países vivem, a partir de 1990, o melhor período de suas relações bilaterais. E até o ingresso da Romênia na União Européia, acrescentou, será o melhor período para ampliar as relações comerciais entre os dois países. Valladares apontou também a necessidade de realização de esforço para alterar o desequilíbrio na balança comercial entre os dois países, hoje francamente favorável ao Brasil, o que pode ser prejudicial a médio e longo prazo, em sua avaliação.

Segundo Valladares, há possibilidade do lado romeno de comércio no setor de microusinas hidrelétricas, de material ferroviário e de tecnologia para exploração de poços de petróleos maduros. Somente no Nordeste brasileiro, lembrou ele, há mais de 1,6 mil poços nessa condição. O Brasil, disse, poderia incrementar as vendas de equipamentos petrolíferos, bem como de aviões produzidos pela Embraer para equipar frotas regionais da Romênia. Podem ser firmados acordos também para repasse da experiência brasileira em cooperativismo agrícola.



27/05/2004

Agência Senado


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