Comissão de Direitos Humanos quer apurar os motivos da morte de Vânia Araújo Machado
Os familiares de Vânia Araújo Machado pediram à Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembléia Legislativa que apure as circunstâncias da morte da feminista, que foi dirigente da Coordenadoria Estadual da Mulher. Embora tenha tido uma gravidez saudável, Vânia e seu filho Cauê morreram no Hospital Mãe de Deus poucos dias após o parto, em outubro do ano passado. "Queremos desvendar o que aconteceu naquela instituição e que os culpados sejam responsabilizados", disse Marcelo Branco, companheiro de Vânia por 12 anos.
"A Comissão vai requerer oficialmente ao hospital o relatório da sindicância e convocar uma audiência pública para ouvir os médicos envolvidos", adiantou a vice-presidente da CCDH/AL, deputada Luciana Genro (PT). O fato de tornar público este episódio, segundo a deputada petista, objetiva evitar que outras mulheres venham a morrer de parto em pleno século XXI. "Vamos pedir, também, o empenho do Conselho Regional de Medicina, da Associação Médica do Rio Grande do Sul e do Ministério Público", defendeu Luciana Genro.
O pai de Vânia, Setembrino Machado lamentou que a sindicância não tenha ouvido os médicos que acompanharam sua filha e que o hospital ainda não tenha concluído a sindicância aberta há cinco meses. "Sem pré julgamentos, queremos esclarecer estes fatos". A deputada Luciana Genro disse que a Comissão vai dar todo o apoio à família. Ela lamenta que a sindicância tenha suscitado dúvidas, ao invés de elucidar os fatos.
Vânia sofreu oito intervenções cirúrgicas e contraiu infecção hospitalar na UTI. O atestado de óbito acusou morte por síndrome de help (hemorragia incontida) e varicela. Conforme Marcelo Branco, o relatório da sindicância é contraditório. A Coordenadoria Estadual da Mulher e a Comissão de Direitos Humanos da Prefeitura Municipal de Porto Alegre também estão acompanhando o caso.
"Decidimos denunciar a morte da Vânia no dia 8 de março - Dia Internacional da Mulher, em respeito à sua luta em prol da saúde das mulheres", concluiu Marcelo Branco.
03/08/2001
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