COMISSÃO DE ORÇAMENTO VAI ANALISAR NOVA LISTA DO TCU DE OBRAS IRREGULARES



As obras previstas no Orçamento da União deste ano que não constarem da nova lista das que têm indícios de irregularidades, divulgada nesta quarta-feira (dia 4) pelo Tribunal de Contas da União (TCU), poderão ter os recursos liberados pelo Congresso Nacional. A previsão foi feita pelo presidente da Comissão Mista de Orçamento, deputado Alberto Goldman (PSDB-SP), que submeterá a lista a um comitê encarregado de acompanhar as obras irregulares.

- Se alguns contratos estavam na lista anterior, foram regularizados e não constarem da atual, poderemos liberar as verbas - afirmou Goldman. A liberação dos recursos, explicou o deputado, ocorre mediante a aprovação pelo Congresso de um decreto legislativo, baseado em informação transmitida pelo TCU.

Existem duas soluções possíveis para a inclusão no Orçamento de 2001 de previsão de verbas para as obras consideradas irregulares. As obras podem contar com uma rubrica específica, cujos recursos estarão condicionados à sua liberação pelo TCU. Neste caso, uma simples decisão do Congresso bastaria para colocá-las em prática. Ou elas integrarão a reserva técnica já criada pelo governo. Para que seus recursos sejam liberados, será necessária a aprovação de um projeto de lei específico a ser enviado pelo Executivo.

A inclusão da obra na reserva técnica é apontada por Goldman como uma solução mais rigorosa. Na sua opinião, esse caminho poderia ser adotado para as obras com indícios mais fortes de irregularidades. O deputado levantou a hipótese de que as obras com irregularidades consideradas sanáveis possam contar com rubricas no orçamento.

- Acredito que devemos ter rigidez suficiente para preservar o bom uso do dinheiro público, mas sempre utilizando o bom senso - disse Goldman, ao recordar que a paralisação de obras pode trazer prejuízos à população. O deputado afirmou ainda que uma obra só será retirada completamente do orçamento se houver uma decisão de não mais levá-la adiante. "Uma vez excluída, a obra não poderá ser tocada nem se houver uma nova licitação", observou.

04/10/2000

Agência Senado


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