Comissão deve apresentar em 45 dias estudo sobre spreads bancários, diz Dornelles
O presidente da Comissão de Acompanhamento da Crise Financeira e da Empregabilidade, senador Francisco Dornelles (PP-RJ), disse nesta terça-feira (3) que o colegiado terá prazo de 45 dias para concluir uma análise sobre as causas de fator que, como observou, vem dificultando as atividades econômicas no país: a cobrança de elevados spreads bancários - a diferença entre o que os bancos pagam aos aplicadores e o que cobram dos tomadores de empréstimos.
Dornelles - ministro da Fazenda no governo José Sarney - disse também que a comissão irá mergulhar na análise das causas de o país ter os juros mais altos do mundo, bem como identificar gargalos que impedem ou dificultam a geração de novos empregos. Ele espera que os trabalhos da comissão possam também servir de base para ações junto ao Executivo, "no intuito de cooperar mais diretamente para que as medidas adotadas, ou as que vierem a ser adotadas, possam preservar a sociedade dos danos da atual crise financeira".
- O governo tem atuado com serenidade, procurando tranquilizar os mercados e adotar medidas para atenuar o impacto da crise externa sobre o nível de renda e de emprego. Entretanto, a taxa referencial de juros, uma das mais elevadas do mundo, os spreads bancários, também recordistas, e a enorme burocracia existente na máquina estatal têm dificultado enormemente o sucesso das decisões governamentais. Esses tópicos devem merecer prioridade ao longo dos trabalhos da comissão - destacou.
Otimista em relação aos resultados da comissão, Dornelles revelou que o colegiado pretende desenvolver trabalho criterioso e manter constante troca de informações com o governo, estados, municípios, especialistas na área econômica e representantes do capital e do trabalho.
A comissão foi constituída com a finalidade de analisar e identificar medidas que possam contribuir para neutralizar e minorar os efeitos da crise financeira internacional no país. As avaliações e os estudos levantados pela comissão, informou Dornelles, serão entregues, de forma periódica, ao presidente do Senado, José Sarney, e aos demais senadores.
03/03/2009
Agência Senado
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