Comissão que investiga painel de votação do Senado nega informações da IstoÉ



A comissão de inquérito administrativo que investiga a possibilidade de fraude no painel de controle de votação do Senado distribuiu nesta segunda-feira (dia 12) memorando negando informações publicadas pela revista IstoÉ na sua última edição. Segundo o documento, assinado pelo seu presidente, Dirceu Teixeira de Matos, a comissão não afirmou que haveria suspeitas sobre o jornalista Fernando César Mesquita, ex-diretor da Secretaria de Comunicação Social do Senado, e sobre Marco Antônio Reys, ex-diretor de Projetos Especiais, ou sobre qualquer outra pessoa. O memorando diz ainda que a comissão nunca informou que o servidor Mário Aguiar, do Prodasen, e a secretária do secretário-geral da Mesa, Raimundo Carreiro, tiveram ou tenham acesso às senhas do sistema ou dos senadores.No mesmo documento, a comissão afirma que a comparação feita pelo repórter da revista e atribuída "indevidamente" ao seu presidente entre o controle do sistema de votação e o de contas correntes bancárias, "conquanto atraente para os leitores, é inadequada", pois trata-se, acrescenta, "de situações com características distintas, como é do conhecimento geral".O memorando explica todos os passos feitos pela comissão para averiguar se houve ou não fraude ou violação do painel de votação do Senado. Garante que as informações e documentos repassados à equipe de professores da Unicamp "estão sob compromisso de sigilo" e que os sete discos rígidos originais do equipamento só foram utilizados para cópia e ficaram sob a guarda da comissão.O documento informa também que a comissão ouviu diversos depoimentos para obter um quadro geral sobre o funcionamento do sistema, à procura de pontos vulneráveis e de indícios de violação. Ressalta que, para esta semana, estão previstos novos depoimentos, além de reunião com servidores indicados pelos líderes de partidos para acompanhar as investigações.Com relação à imprensa, o memorando relata que tem permitido, na medida do possível, o acesso dos jornalistas aos procedimentos da investigação. "A imprensa tem colaborado para a transparência das investigações, informando o público com bastante apuro e correção, embora a questão envolva detalhes técnicos especializados nem sempre de fácil comunicação", observa o documento.

12/03/2001

Agência Senado


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