Arruda nega a Carlos Wilson ter conhecimento prévio sobre fragilidade do painel de votação



Em resposta a questionamento do primeiro-secretário do Senado, Carlos Wilson (PPS-PE), o senador José Roberto Arruda (sem partido-DF) afirmou que a ex-diretora do Centro de Informática e Processamento de Dados do Senado (Prodasen), Regina Borges, nunca o havia alertado sobre a fragilidade do sistema de segurança do painel eletrônico. Arruda disse ter começado a suspeitar desse risco durante uma votação em Plenário, quando ocorreu pane no painel. "Passado o tempo, vi que esse sistema não vale nada", declarou.

O ex-líder do governo também assegurou desconhecer, em depoimento ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, nesta sexta-feira (dia 27), a existência de 18 pontos de vulnerabilidade no painel de votação até a divulgação do laudo pericial da Unicamp. Quando a revista IstoÉ publicou reportagem sobre a violação do painel eletrônico, em fevereiro passado, Arruda admitiu ter procurado Regina Borges para saber da possibilidade de vulnerabilidade do sistema.

Na ocasião, a ex-diretora teria garantido a segurança do programa criado pelo marido, o também funcionário do Prodasen Ivar Ferreira, para extrair a lista de votação. Ao mencionar o depoimento de Ivar Ferreira à Corregedoria do Senado, o corregedor, senador Romeu Tuma (PFL-SP), lembrou que o técnico deixou pistas no processo, descobertas pela Unicamp, por desconhecer as demais vulnerabilidades detectadas.

Arruda também negou ter amizade próxima com Regina Borges ou conhecer qualquer dos quatro servidores do Prodasen envolvidos na violação do painel. De qualquer forma, destacou a dedicação ao trabalho da ex-diretora do Prodasen, servidora do Senado há mais de 20 anos. Ao final das considerações feitas por Carlos Wilson, o senador Arruda apelou aos integrantes do Conselho de Ética para que, antes de tomarem uma decisão sobre o caso, reflitam sobre a atuação de ambos na instituição. "Não é possível que esse episódio marque as nossa vidas de forma indelével", declarou.

27/04/2001

Agência Senado


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