Comunicação social da Câmara prioriza divulgação de informações de interesse público
Maristela Sant'Anna, coordenadora de Jornalismo da Secretaria de Comunicação da Câmara dos Deputados, afirmou na palestra que proferiu nesta quarta-feira (13) no 6º Congresso Brasileiro de Comunicação no Serviço Público que a prioridade na cobertura dos eventos ocorridos na Casa obedece ao nível de interesse público e ao alcance populacional.
- Esta é uma casa política, em que se sofre todo tipo de pressão. Mas é preciso que se entenda que nosso trabalho não é de assessoria de imprensa - salientou, reforçando que o cliente direto é o cidadão.
Segundo a coordenadora, a pressão diminui à medida que parlamentares e outros servidores da Casa compreendem que a divulgação das atividades proporciona maior visibilidade ao que é produzido na Câmara.
Maristela lembrou que o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, defende o amadurecimento do processo democrático e considera que, para isso se concretizar, o cidadão deveria ter participação mais direta no processo legislativo. Assim, a transparência e o direito à informação estão entre os critérios determinados pela Secretaria de Comunicação a serem aplicados por todos os veículos da Câmara, de acordo com a coordenadora.
Para exemplificar, ela citou a divulgação pela TV Câmara da cena em que a deputada Angela Guadagnin (PT-SP) dançou em Plenário para comemorar a absolvição de colega de partido em processo disciplinar, acusado de envolvimento com o "mensalão". As imagens foram cedidas aos veículos privados. Essa decisão, segundo Maristela, partiu do pressuposto de que as pessoas devem formar seu próprio juízo crítico sobre os fatos.
Outro critério importante, na avaliação da coordenada, é a confiabilidade da informação.
- A confiabilidade vem antes do timing [a rapidez da informação]. Por isso, optamos por não dar a notícia em off [não-oficial, de bastidores] só aquela em on [oficial] - detalhou a jornalista.
Ela citou o caso das "listas gentilmente cedidas" aos profissionais de imprensa com os nomes de parlamentares supostamente envolvidos nas denúncias apuradas pelas recentes comissões parlamentares de inquérito encerradas e em andamento no Congresso. Segundo ela, só depois de apurar se determinada lista era de fato oficial, os veículos da Casa divulgavam a informação.
Maristela observou que a construção de um processo de comunicação transparente e com foco no interesse público é um trabalho de longo prazo, mas que considera irreversível. Ela acredita que o "efeito dominó" dessas ações dificilmente será revertido, mesmo diante de obstáculos como o preconceito da própria imprensa ou da opinião pública, de julgar a imprensa legislativa como chapa-branca.
13/09/2006
Agência Senado
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