Congresso celebra 15 anos do Plano Real
Em sessão comandada pelo presidente do Senado, José Sarney, o Congresso comemorou, nesta terça-feira (7), os 15 anos do Plano Real. A cerimônia contou ainda com a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer; do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes; e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995/2003).
Sarney disse que o Plano Real é hoje uma iniciativa inteiramente incorporada à vida cotidiana dos brasileiros, que não conhecem mais os sustos da hiperinflação. Para ele, representa uma libertação que vive o país.
O presidente do Senado prestou homenagem ao ex-presidente Itamar Franco, em cujo governo foi implantado o Plano Real, e a Fernando Henrique Cardoso, que como observou, soube incorporar o plano à vida do país, permitindo um novo estágio do processo econômico. Ele elogiou ainda a todos os técnicos que participaram da elaboração do plano, com destaque para o ministro da Fazenda da época, Rubens Ricupero.
Reformas
Autor do requerimento para a homenagem, o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), disse que as reformas estruturantes necessárias para modernizar o país encontram hoje as condições favoráveis que foram plantadas pelo Plano Real. O Brasil, disse ele, era um e hoje é outro. O país, na avaliação do senador, tem condições de enfrentar a crise econômica mundial e isso se deve a acertos do governo de Luis Inácio Lula da Silva, mas isso não seria possível sem a base que foi construída durante o governo de Fernando Henrique Cardoso e do governo de Itamar Franco.
O senador homenageou os economistas criadores do Plano Real e, em especial, o ex-presidente Itamar Franco que, como lembrou, entregou ao seu ministro da Fazenda, Fernando Henrique, a condução do plano.
- O Plano Real, marco da nossa história econômica, foi um sucesso para os objetivos propostos de derrubada da inflação, criação de uma moeda forte e de organização do Estado brasileiro após uma década de absoluta desordem financeira - afirmou ele.
Para o deputado José Aníbal (PSDB-SP), também signatário do requerimento para a realização da sessão, o Plano Real teve muitas qualidades distintas de outros planos, mas a principal é que ele veio para o Parlamento, onde foi negociado durante meses.
Consolidação
O Plano Real foi um dos momentos de fortalecimento e de consolidação da nação. A avaliação é do presidente Fernando Henrique Cardoso para quem o real é fruto da democracia, porque foi um processo de envolvimento de toda a sociedade e de discussão com o Congresso.
Ele lembrou que era visível naquele momento o cansaço da sociedade com a inflação. Oito planos haviam sido tentados, observou FHC. Para ele, teria sido praticamente impossível adotar um mecanismo complexo como a URV (Unidade Real de Valor), que deu origem à nova moeda, se não fosse a compreensão da população e da mídia sobre o processo. FHC destacou também a decisão do presidente à época, Itamar Franco, de transferi-lo do Ministério das Relações Exteriores para o da Fazenda, em substituição a Rubens Ricupero.
Mas o Real, em sua avaliação, não foi suficiente para mudar o país. Por isso, disse ser necessária a criação de um clima propício para se eliminar as mazelas sociais e se levar adiante as transformações necessárias, com o mesmo espírito de luta com que foi feito o Plano Real. Para ele, é necessário ainda a construção de instituições perenes e uma reforma do comportamento, que se oriente por valores como a frugalidade.
O ex-presidente disse ser preciso ainda repensar o tipo de crescimento se quer para o país, o que implica, na sua opinião, ter em conta a questão ambiental. Ele defendeu também uma revolução educacional e mais investimentos em infraestrutura, muito mais do que propõe o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Honestidade
Para Rubens Ricupero o Plano Real representa para a Nova República algo semelhante ao saneamento financeiro realizado pelos governos de Campos Sales e de Rodrigues Alves na Primeira República brasileira. O Real, disse ele, teve êxito porque mostrou à população com honestidade qual era o problema e a solução que o governo estava propondo.
A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, afirmou que o seu estado tem hoje equilíbrio financeiro e fiscal graças aos pilares plantados com o Plano Real e o governo de Fernando Henrique Cardoso. Para o governador Aécio Neves, o Plano Real foi o ato necessário e um marco efetivo e fundamental do Brasil moderno, que se deveu à soberania de dois ex-presidentes da República, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso.
A sessão contou ainda com a presença do ministro do Superior Tribunal Militar, José Coelho Ferreira; do presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Guilherme Caputo Bastos; e do governador de Roraima, José de Anchieta Júnior. Comparecer am também os economistas responsáveis pela elaboração do Plano Real Edmar Bacha, Gustavo Franco e Winston Fritsch.
Da Redação / Agência Senado
07/07/2009
Agência Senado
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