Congresso homenageia 30 anos do sindicato das escolas privadas de ensino superior de São Paulo



Ao abrir a sessão solene do Congresso Nacional desta quinta-feira (04), destinada a homenagear os 30 anos do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp), o 1º vice-presidente do Senado, Marconi Perillo, destacou que o setor privado responde por 75% das matrículas no ensino superior do país.

Conforme Marconi Perillo, o Semesp possui atualmente 383 entidades mantenedoras e 538 mantidas em mais de 140 cidades, sendo representativa do "crescimento exponencial" das instituições privadas de ensino nos últimos anos. No estado de São Paulo, acrescentou o senador, esse percentual é ainda maior e corresponde a 86% do ensino superior, atendendo 1,4 milhão de estudantes, com ênfase no crescimento dos cursos de pós-graduação strictu senso, da pesquisa educacional e tecnológica.

O senador relatou que o estado de Goiás teve experiência pioneira em um programa de bolsas para a educação superior particular, que hoje atende a 90 mil pessoas. Segundo ele, a iniciativa serviu de inspiração para o Programa Universidade para Todos (Prouni), do governo federal, que oferece bolsas universitárias a estudantes carentes.

Autor do requerimento para realização da sessão, o senador Romeu Tuma (PTB-SP), mostrou-se preocupado com os índices de evasão e inadimplência nas universidades privadas, hoje em torno de 25% a 30%, e apelou ao governo para que amplie o financiamento às universidades privadas.

- O governo deve lutar para que se dobre o Prouni. A escola tem capacidade de absorver [os alunos], mas não de financiar - disse o senador, após conversa com reitores e entidades mantenedoras.

Tuma observou que a manutenção da qualidade do ensino, nas universidades particulares, depende da contratação de profissionais competentes, com titulação adequada, a exemplo do diploma de Doutorado, o que onera sua atividade.

Conhecimento

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), por sua vez, parabenizou os profissionais da educação privada que, avalia, foram responsáveis por uma "revolução" na área educacional nos últimos anos, com a maior oferta de vagas, possibilitando a boa parte da população avançar seus estudos além do ensino médio. De acordo com Cristovam, agora esse setor deve realizar uma "evolução", oferecendo formação gratuita a professores do ensino fundamental, com financiamento do Estado.

Cristovam sugeriu que as universidades particulares invistam em tecnologiapara dotar os profissionais da educação de base com os conhecimentos necessários para transformar o Brasil em uma economia do conhecimento.

- O Brasil é pobre em inteligência. Não teremos um bom sistema universitário enquanto não tivermos uma boa educação de base - avaliou.

Cristovam também defendeu a ideia de que o Brasil só irá desenvolver-se com justiça social se puder se transformar em uma sociedade do conhecimento. Para isso, disse, é necessário que a escola se adapte, de modo que a escola presencial adote os instrumentos tecnológicos existentes que a capacitem a valorizar e desenvolver a inteligência do aluno e a implantar o ensino presencial, que ainda sofre muita resistência.

- Não é possível que a escola geradora de tecnologia e conhecimento não use tecnologia de ponta. Temos de fazer esforço para que a escola seja modernizada - insistiu.

Para o senador, o produto da universidade particular - a educação do aluno - é um bem de interesse público e o estado deve financiá-lo. Na sua opinião, os números de alunos na universidade não devem crescer enquanto não houver mais alunos que terminem o segundo grau com qualidade para entrar no ensino superior.

O deputado João Matos (PMDB-SC), autor do requerimento para realização da sessão na Câmara dos Deputados (PMDB-SC) e presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Ensino Superior Brasileiro destacou a capacidade das universidades particulares e o papel do Semesp no processo de interiorização do ensino superior.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) observou que esse processo de interiorização foi feito com "boa qualidade". O senador Augusto Botelho (PT-RR) disse que os direitos das entidades públicas e privadas devem ser iguais. A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), 2ª vice-presidente do Senado, ressaltou o papel das entidades privadas na formação dos brasileiros.

Fizeram parte da Mesa, além do deputado João Matos, Hermes Ferreira Figueiredo, presidente da Semesp, e Jorge de Jesus Bernardo,daAssociação das Mantenedoras de Ensino Superior de Goiás (Amesg). Revezaram-se na presidência Marconi Perillo, Romeu Tuma e Serys Shessarenko.



04/06/2009

Agência Senado


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