Conluio entre Beta e Skymaster envolveu autoridades dos Correios, diz sub-relator
Para o sub-relator de Contratos da CPI dos Correios, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), o depoimento do chefe do departamento de Encaminhamento e Administração da Frota da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), Luiz Carlos Scorsatto, reforçou a idéia de que o conluio entre as transportadoras Beta e Skymaster, que deu à estatal um prejuízo estimado em cerca de R$ 70 milhões entre 2000 e 2005, contou com a colaboração de autoridades de dentro da empresa.
O deputado destacou o fato de que os editais abertos no período, vencidos sempre seja pela Beta, seja pela Skymaster, a preços superfaturados, continham indícios de direcionamento. Como exemplo, ele citou a exigência de que as disputantes não alugassem aeronaves de empresas que tivessem dívidas com o Fisco.
Embora o depoente tenha afirmado que a cláusula em questão, assim como as outras citadas, não seriam restritivas, o sub-relator considera clara a prática de reserva de mercado para as transportadoras investigadas, que operaram a Rede Postal Noturna (RPN).
Antes do chefe de departamento dos Correios, prestou depoimento o empresário Hélcio Aunhão, diretor-regional de vendas da Siemens do Brasil. Aunhão negou as acusações feitas à sub-relatoria pelo empresário Edson Maurício Brockveld, segundo as quais a Siemens e a Alstom teriam fraudado um processo de licitação na ECT em 1999.
Segundo Brockveld, o processo em questão, para o fornecimento de esteiras e elevadores, foi uma espécie de jogo de cartas marcadas, em que já se sabia, de antemão, que sairiam vencedoras as multinacionais Alstom e Siemens. O empresário chegou a falar em pagamento de propina de R$ 5 milhões para os funcionários da ECT.08/03/2006
Agência Senado
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