Conselho Federal de Medicina recomenda parto em hospital, mas não veta em casa



O Conselho Federal de Medicina(CFM) recomendou hoje (10), por meio de nota, que os partos sejam feitos em ambiente hospitalar, por se tratar da opção mais segura. O texto alerta sobre os riscos de morte envolvendo partos fora de hospitais, mas não veta partos feitos em casa.

“Há um falso antagonismo entre o parto domiciliar e o parto hospitalar que ofusca uma preocupação real: a preservação da vida e do bem-estar da gestante e do recém-nascido”, informou o CFM. “É importante estar consciente sobre o equilíbrio entre riscos e benefícios envolvidos nos procedimentos médicos, de forma geral, para que as opções estejam legitimamente ancoradas em princípios bioéticos”, completou.

De acordo com o comunicado, a autonomia do profissional de saúde e da gestante deve ser respeitada. “No entanto, a legitimidade da autonomia materna não pode desconsiderar a viabilidade e a vitalidade do seu filho [feto ou recém-nascido], bem como sua própria integridade física e psíquica”, destacou.

Segundo o CFM, o trabalho de parto constitui um processo natural e independente e as intervenções médicas são necessárias apenas em condições especiais, como a não execução de determinados movimentos pelo feto durante o nascimento (distócia) e problemas que comprometam à saúde da gestante (hemorragias e infecções).

“As mulheres devem ainda ser informadas sobre a seleção adequada de candidatas para dar à luz em casa, sobre a disponibilidade de um profissional habilitado e certificado dentro de um sistema integrado de saúde e regulamentado, da possibilidade de pronto acesso à consulta e garantia de transporte seguro e oportuno para hospitais próximos”, apontou a nota.

Dados levantados pelo CFM indicam que, todos os anos, cerca de meio milhão de mulheres em todo o mundo morrem em consequência da gravidez, do parto ou do puerpério (período que se segue ao parto, geralmente de 42 dias). O número representa uma mulher morta a cada minuto. No Brasil, a taxa de mortalidade materna fica em torno de 55 casos para cada 100 mil, mais que o dobro do indicador recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 20 mortes para cada 100 mil.

“Mortes durante o trabalho de parto [intraparto] possuem maior relação com a inadequada assistência ao nascimento e são mais frequentes nos países em desenvolvimento. Nessas áreas, menos de 40% dos partos são realizados em unidades de saúde na presença de pessoal qualificado para atendimento ao nascimento”, concluiu o conselho.

Leia mais:

Lançada Campanha Nacional de Amamentação 2012

Rede Cegonha destina R$ 388 milhões para Minas, Ceará e DF

Declaração de Nascido Vivo também deve ser emitida para partos feitos em casa

Fonte:
Agência Brasil






10/08/2012 18:59


Artigos Relacionados


Conselho Federal de Medicina vai apoiar mobilização de combate à dengue

Conselho Federal de Medicina vai recorrer contra proibição de emagrecedores

TIÃO VIANA CRITICA POSIÇÃO DO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

TIÃO VIANA VAI AO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA DISCUTIR CRISE NA SAÚDE

Conselho Federal de Medicina regulamenta cirurgia de troca de sexo para mulheres

Presidente do Conselho Federal de Medicina quer mais diálogo sobre Ato Médico