Presidente do Conselho Federal de Medicina quer mais diálogo sobre Ato Médico



O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto Luiz D'Ávila, manifestou sua disposição de participar de quantas audiências sejam necessárias para esgotar o debate sobre o projeto do Ato Médico, que regulamenta o exercício da Medicina e que tramita no Congresso há quase dez anos. A matéria, que está na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), foi tema de audiência nesta quinta-feira (29).

- Esse é um processo democrático e não importa que o debate já esteja durando dez anos - afirmou D'Ávila.

A CCJ terá que se manifestar sobre o substitutivo aprovado pela Câmara dos Deputados (SCD 268/02) ao fim de 2009. Na avaliação do presidente do CFM, todas as "tratativas e possibilidades" de acordo surgiram antes e durante o debate na Câmara, o que foi contestado pelas entidades que representam as demais profissões da área da saúde.

O presidente do CFM afirmou que o debate tem sido tão democrático que envolve todas as categorias da área de saúde. No entanto, conforme observou, os médicos nunca participaram das discussões para a regulamentação de outras profissões da área.

Jurisprudência

Mesmo sem a regulamentação da profissão, D´Ávila observou que já existe jurisprudência (decisões reiteradas pelos tribunais superiores a partir de casos concretos levados ao exame da Justiça) de que o diagnóstico de doenças e a prescrição terapêutica são atos privativos dos médicos. Em sua avaliação, o substitutivo não retira a competência de qualquer outra profissão - as demais categorias entendem que sim e julgam ser muitas vezes dispensável o paciente ter de passar por exame médicos antes de ir a profissional com competências específicas na área da saúde - um fisioterapeuta, por exemplo.

Para o presidente do CFM, o que não é admissível é o atendimento em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) se dar, muitas vezes, sem o envolvimento obrigatório de um médico, enquanto os beneficiários dos planos de saúde privados têm sempre um profissional médico à sua disposição. Na sua opinião, isso prejudica a população que depende do SUS.

- Cerca de 30% das equipes de saúde já não têm médico e essa é uma situação de desigualdade - afirmou

Formação

O presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNM), Cid Célio Jaime Carvalhaes, disse defender o diálogo. Manifestou sua confiança na condução que será dada à matéria pelo Senado, que reconheceu como a "essência da decisão democrática do povo brasileiro".

Carvalhaes salientou que, na essência, o que precisa ser levado em conta para se definir a questão das prerrogativas de cada profissão é o tipo de formação. Lembrou que um médico chega a gastar mais de 8 mil horas de estudos para chegar ao ponto final de sua formação, enquanto algumas profissões se resumem a menos de 3 mil horas.

- Isso faz uma grande diferença - observou.



29/09/2011

Agência Senado


Artigos Relacionados


Estimulação Magnética Transcraniana é reconhecida como ato médico por conselho de medicina

Heráclito quer que Conselho de Ética examine fita sobre diálogo entre integrantes da CPI do Banestado

Conselho Federal de Medicina vai apoiar mobilização de combate à dengue

Conselho Federal de Medicina vai recorrer contra proibição de emagrecedores

TIÃO VIANA CRITICA POSIÇÃO DO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

ACM RECEBE PRESIDENTE DO CONSELHO DE MEDICINA DA BAHIA