Consultor do Vasco admite sonegar impostos
De posse de documentos que indicam que, entre 1996 e 1997, o Vasco importou bens no valor de US$ 11 milhões, o relator da CPI, senador Geraldo Althoff (PFL-SC) questionou a Doring o que foi comprado com o dinheiro. O contador disse não saber o que foi importado, mas imagina que foram barcos para o departamento de remo do clube.
Doring também disse não lembrar dos valores envolvidos na venda dos jogadores Bebeto e Edmundo e na compra de Romário. O consultor do Vasco acrescentou não saber quanto o Vasco paga à Previdência Social por ano, e garantiu que, até 1999, o clube estava em dia com o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Althoff perguntou, então, como o jogador Juninho Pernambucano obteve passe livre na Justiça por não ter o dinheiro FGTS depositado desde 1995.
Althoff quis saber qual a destinação dos recursos depositados pela Vasco Licenciamentos na conta do funcionário do clube, Aremithas Lima, no total de R$ 2 milhões. Doring disse que apenas R$ 1,4 milhão foram usados pelo funcionário em despesas do clube, enquanto as contas oficiais do Vasco estavam bloqueadas pela Justiça. O relator da CPI disse, então, que, nesse caso, faltam R$ 630 mil.
Reconhecendo que a transação não é legal, Doring não soube responder porque o Vasco não pediu que a Vasco Licenciamentos não pagasse diretamente aos fornecedores e credores do clube em vez de pedir a intermediação do funcionário. O contador negou ainda que Aremithas seja "laranja" de Eurico Miranda.
O consultor do Vasco da Gama reconheceu a assinatura do presidente do clube, Eurico Miranda, como endossante de um cheque de US$ 110 mil, nominal ao clube, emitido pela Confederação Sul Americana de Futebol, e que não foi contabilizado pelo clube e nem informado ao Banco Central. Quando o cheque foi emitido, em 1998, Eurico era apenas vice-presidente do Vasco, o que, segundo as regras do clube, não lhe dava poder para o endosso.
20/03/2001
Agência Senado
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