Consumidor só deve pagar por serviço de água e esgoto efetivamente utilizado



A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) poderá votar, em reunião marcada para terça-feira (23), projeto que altera a Lei do Saneamento (Lei 11.445 de 2007) para determinar que a cobrança por serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário só poderá ser feita quando tais serviços forem efetivamente prestados. A matéria estabelece que a cobrança se dará na forma de tarifas e outros preços públicos, mediante conexão da edificação urbana às redes públicas e condicionada ao uso dos serviços.

O autor do texto (PLS 295/08), senador Romeu Tuma (PTB-SP), quer acabar com a prática vigente de cobrança de taxa sobre a disponibilização potencial do serviço, independentemente da sua prestação efetiva. Na última reunião da comissão, foi concedida vista coletiva ao projeto, que terá decisão terminativa na CAE.

Tuma argumentou ser necessário explicitar na legislação que a cobrança de tarifa de esgotamento sanitário só pode acontecer mediante a prestação efetiva do serviço e não pela sua utilização potencial. O senador explicou ainda que não há consenso na jurisprudência sobre a natureza da cobrança dos serviços de saneamento básico - se taxa, que permitiria a cobrança pela prestação "potencial", ou tarifa, que incidiria sobre a utilização pelo consumidor - e que não há súmula do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o assunto.

O relator na CAE, senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), afirmou que, em muitos casos, os serviços de saneamento básico têm sido objeto de cobranças meramente relacionadas com o volume de água disponibilizado aos usuários, sem correspondência direta com a implantação das redes e sua respectiva operação. Ele acolheu o texto aprovado pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), na forma de substitutivo que alterou o projeto original apenas para reforçar a proposta de cobrança por meio de tarifa sobre o uso dos serviços.

Natalidade

Poderá constar também da pauta da comissão projeto de lei da Câmara (PLC 4/05) que estabelece política nacional de controle de natalidade para cães e gatos domésticos. A reprodução desses animais, de acordo com a proposta, será controlada por meio de esterilização cirúrgica, ficando proibida a prática de outros procedimentos veterinários. O relator, senador Wellington Salgado (PMDB-MG), apresentou voto favorável à matéria, que será votada em seguida pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

Banco Central

A CAE poderá votar também mensagem do Executivo (MSF 56/2010) indicando para a Diretoria de Assuntos Internacionais do Banco Central o funcionário de carreira Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo. Ele deverá substituir Maria Celina Berardinelli Arraes que reassumiu suas funções no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), de onde é originária. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) é o relator da matéria.

De acordo com nota da assessoria de imprensa do Banco Central, divulgada em janeiro, o presidente Henrique Meirelles determinou que Carlos Hamilton apresente uma proposta de reformulação da Direx. Natural de Sobral (CE), ele é doutor e mestre em Economia pela Fundação Getúlio Vargas e tem graduação em Engenharia Civil. Funcionário do Banco Central desde 1992, ele dirige desde 2006 o Departamento de Pesquisa da instituição.

18/02/2010

Agência Senado


Artigos Relacionados


Dinheiro do FAT não deve ser utilizado para pagar dívidas, diz Osmar Dias

Consumidor deve ser poupado de pagar custos da expansão do setor elétrico, defende Pinheiro

CI aprova projeto que proíbe cobrança de tarifa por serviço de saneamento básico ainda não prestado efetivamente

Serviço: Fornecimento de água deve ser retomado no final da noite desta quinta-feira

Recurso liberado para o Acre será utilizado no abastecimento de água

Companhia de água e esgoto do CE é autuada em R$ 60 mil