Contratação de Roberto Teixeira talvez "atenuasse hostilidades", diz Dantas



O banqueiro Daniel Dantas, durante depoimento à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) nesta quarta-feira (7), afirmou que a contratação do advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pela Brasil Telecom não teve interferência sua. Mas disse acreditar que a contratação de Teixeira, que confirmou, em depoimento anterior no Senado, ter recebido R$ 1 milhão, pode sim ser vista como uma tentativa de "atenuar a discriminação" por parte do governo.

Ele disse também que Luiz Antônio Carlos de Almeida, outro advogado que tem ligações com membros da antiga cúpula do PT, trabalhou para a Brasil Telecom porque era ligado à CRT, empresa posteriormente adquirida pela telefônica, e que por este motivo foi mantido.

Daniel Dantas explicou ainda que a empresa de Marcos Valério Fernandes de Souza, SMPB Propaganda, foi contratada para cuidar da publicidade da Brasil Telecom em telefonia móvel para que se aproveitasse a experiência anterior, já que a SMPB era a responsável pelas campanhas da Telemig, uma das empresa do grupo administrado pelo banqueiro, antes da privatização.

- A CPI dos Correios não achou qualquer irregularidade ao analisar as notas fiscais [de prestação de serviço da agência às telefônicas]. Foi o PT quem exigiu que meu nome constasse como sugestão de indiciamento por eu, em tese, estar envolvido em corrupção, e isso não existe - afirmou.

Em resposta ao senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que citou incoerências em declarações do banqueiro à imprensa e à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Compra de Votos, quando negou ter sido achacado pelo PT, Dantas declarou:

- Minha opinião hoje é de que talvez não fizesse a declaração com tanta veemência.

O depoente alegou à CCJ conhecer dados que não tinha antes, como a entrevista do ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira ao jornal O Globo afirmando que o partido pretendia arrecadar R$ 1 bilhão.

07/06/2006

Agência Senado


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