Coordenador da Funai rebate acusações em sessão secreta



Em depoimento à Comissão Temporária Externa de Questões Fundiárias, na última sexta-feira (14), o coordenador da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Rondônia, Walter Bloss, rebateu as acusações de garimpeiros de que estaria envolvido no contrabando de diamantes da reserva dos índios cintas-largas, naquele estado. No começo de abril, 34 garimpeiros foram mortos na reserva indígena. A comissão do Senado investiga as causas dos assassinatos.

De acordo com o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), que falou à Rádio Senado, Bloss, que foi ouvido pelos senadores em uma reunião secreta, declarou que teria orientado os índios a "não entrarem por este caminho", referindo-se à exploração de diamantes.

A senadora Ana Júlia Carepa (PT-PA), também presente à reunião, disse ter sido convencida pelas explicações do coordenador da Funai em Rondônia. Para ela, Walter Bloss é vítima de uma campanha caluniosa.

- Fica muito claro que ele não tem envolvimento, que foi caluniado - disse também à Rádio Senado.

Ana Júlia afirmou ainda que tanto os índios quanto os garimpeiros são vítimas dos grandes contrabandistas de diamantes que agem na região. Ela indagou sobre a responsabilidade do governador de Rondônia, Ivo Cassol.

- A gente sabe que ele entrou na área diversas vezes, sem nem ao menos comunicar à Funai. No mínimo ele tem alguma responsabilidade na situação - concluiu.

O senador Mozarildo Cavalcanti (PPS-RR), presidente do colegiado, informou que a comissão deverá ouvir mais 12 pessoas, entre elas o governador de Rondônia, o diretor da Polícia Federal e os índios. Mozarildo manifestou dúvidas quanto ao depoimento de Walter Bloss.

- Não me convenci de que ele é inocente, nem estava convencido que ele era culpado, existem muitas acusações, muitas afirmações que precisam ser cruzadas, checadas - declarou.

O senador Delcidio Amaral (PT-MS), no entanto, considerou o depoimento esclarecedor.

- Extremamente detalhado, importante e esclarecedor o depoimento. Eu não tenho dúvida nenhuma que a comissão está recebendo subsídios suficientes para apurar efetivamente o que aconteceu na Reserva Roosevelt e buscar uma solução definitiva lá para Rondônia - disse.



17/05/2004

Agência Senado


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